O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, reagiu esta segunda-feira, no seu espaço de comentário habitual na TVI24, à polémica que se instalou devido à sua presença e à de António Costa comissão de honra da candidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica.
“Não vejo qualquer tipo de incompatibilidade. Não tem qualquer influência na minha capacidade institucional nem na forma como exerço as minhas funções”, disse Fernando Medina, na TVI24. “Eu já fazia parte da Comissão de Honra de Luís Filipe Vieira há quatro anos. Aliás, como o primeiro-ministro [António Costa]. Não me recordo de uma única notícia a esse respeito, nenhuma”.
“Pode alguém que tem as funções que ocupo apoiar uma candidatura de uma lista? Já fiz isso. Isso prejudicou alguma coisa a minha relação institucional com todos os clubes? Claro que não, aliás são todos testemunhas disso. Não sou é daquela geração de políticos que diz que são todos da Académica. Eu não sou da Académica, sou do Benfica, pronto. Nunca escondi. Há outros que são de outros clubes. Mas isso nunca me levou a não ser totalmente isento e imparcial na minha atuação como presidente da Câmara”, garantiu.
Em relação à sua presença na comissão de honra de há quatro anos, Medina considera que o que mudou foi “uma certa perceção, um certo sentimento das pessoas e também a apreciação de alguns relativamente a uma candidatura concreta em causa. Mas com franqueza, acho que isso é um debate para fazer dentro das eleições do clube”.
Além disso, o autarca disse serem infundadas as críticas ao envolvimento de políticos numa comissão de honra de um candidato que esteve envolvido em processos judiciais.
“Críticas são hipócritas, algumas são populistas”
Em entrevista à Antena 1, de acordo com o Observador, Telmo Correia, deputado e líder parlamentar do CDS, a polémica em torno da comissão de honra da candidatura de Vieira às eleições do Benfica é exagerada.
“Muitas das críticas são hipócritas, algumas são populistas e algumas são pouco sustentáveis“, afirmou Telmo Correia que, tal como o primeiro-ministro, também integra a comissão de honra de Luís Filipe Vieira. “Não podem vir críticas de quem no passado fez exatamente o mesmo”.
O centrista disse “ter dúvidas” sobre se o primeiro-ministro deve estar na comissão de honra, mas considerou que “é uma questão à consciência dele, não há nenhum impedimento legal ou outros. Ele é que deve saber se pode ou se não pode”.
“Se nessa comissão de honra estou eu e o António Costa, só demonstra que o António Costa tem razão: isto não tem nada a ver com política, porque se tivesse a ver com política era impensável eu e o António Costa, que nos conhecemos desde a faculdade e até antes disso, estarmos juntos”, disse.
“Politicamente nunca estivemos juntos em coisa nenhuma nem concordamos em nada. Portanto isto não tem a ver com política, tem a ver com o Benfica. Se tivesse a ver com política não estaríamos lá os dois”, defendeu Telmo Correia.
António Costa, juntamente com Fernando Medina e Cristina Ferreira, faz parte da Comissão de Honra de apoio à recandidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do SL Benfica. Este poio levou a críticas de várias frentes, entre as quais os políticos Rui Rio, Catarina Martins, André Silva, Ana Gomes, o jornalista José Gomes Ferreira, o presidente da Associação Cívica Integridade e Transparência João Paulo Batalha, e os candidatos à presidência do Benfica João Noronha Lopes, Rui Gomes da Silva e Bruno Costa Carvalho.
No domingo, Costa recusou fazer comentários sobre aquilo que diz ser “um assunto que não tem nada a ver com a vida política”.
Embora não condene publicamente o facto de Costa integrar a comissão de honra de Luís Filipe Vieira, Marcelo deverá abordar o assunto na reunião com o primeiro-ministro.
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