O FC Porto iniciou a defesa do título nacional com uma vitória importante sobre o Sporting de Braga por 3-1.
Os minhotos marcaram primeiro no Dragão, por um ex-portista, mas os descontos do primeiro tempo foram fatais para a equipa de Carlos Carvalhal, que sofreu dois golos de rajada. No segundo tempo, os “arsenalistas” procuraram reagir mas uma grande penalidade (a segunda), apontada por Alex Telles, perto do fim, acabou com as dúvidas quanto ao vencedor.
O jogo explicado em números
- Sérgio Conceição apostou numa fórmula conhecida, ao avançar para este jogo com 11 jogadores que já se encontravam no plantel do FC Porto na época passada. Nenhum reforço de início, frente a um Braga que se apresentou solto, num 3-4-3 de “peito aberto”. Talvez por isso, o primeiro golo não tardou, e para os “dragões”, por Otávio, aos 13 minutos, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo.
- A atitude desabrida dos minhotos dava espaço aos ataques velozes do 4-3-3 dos portistas, que ao primeiro quarto-de-hora registavam mais bola (60% de posse ), eficácia elevada de passe (91%) e quatro remates contra um, embora apenas um enquadrado. Os “arsenalistas” sentiam algumas dificuldades nos duelos individuais, tendo ganho somente cinco dos 16 disputados até ao momento.
- Mas o golo acabaria por surgir do outro lado, aos 21 minutos, e por uma cara conhecida dos “dragões”. Cruzamento de Ricardo Esgaio da direita, Nuno Sequeira, ao segundo poste, deixou para o meio onde surgiu André Castro a rematar muito forte para o 1-0. Um tento ao segundo remate visitante, primeiro enquadrado. E logo a seguir, golo anulado a Abel Ruiz, por fora-de-jogo de somente oito centímetros.
- Excelente arranque de jogo, com dois tentos anulados, um convertido e futebol aberto, de ataque.
- À meia-hora o domínio anfitrião já não era tão evidente (55% de posse), mas continuava superior nos duelos (63% ganhos) e com bom aproveitamento nas entregas (85% de eficácia). Mas era bracarense o melhor rating nesta altura, precisamente o de André Castro, com 6.1, fruto, sobretudo, do golo marcado. O melhor portista era Manafá, com menos duas centésimas e já com uma ocasião flagrante criada e dois dribles completos.
- O Porto continuou mais acutilante no ataque e com alguma facilidade em entrar na área contrária, por isso, o golo portista acabou por surgir com naturalidade, já nos descontos. A assistência foi do homem do costume, Alex Telles, e o tento de Sérgio Oliveira (46′), de cabeça, bem colocado, ao sétimo remate do “dragão”, segundo enquadrado. E ainda antes do apito final, grande penalidade para os campeões nacionais.
- Raúl Silva fez falta sobre Moussa Marega e Alex Telles, da marca dos 11 metros, atirou a contar. Reviravolta ao cair do pano do primeiro tempo.
- Muito boa a primeira parte no Dragão, com duas equipas apostadas em jogar futebol ofensivo, à procura do golo. Houve sempre mais Porto, mas o Braga esteve, até aos descontos, muito bem defensivamente e a operar transições muito eficazes, marcando mesmo um golo e vendo outro anulado.
- Porém, os minhotos deitaram tudo a perder em cima do descanso, sofrendo dois golos para além do minuto 45. Alex Telles, com um GoalPoint Rating de 6.8, era o melhor em campo nesta fase, ele que fez a assistência para o 1-1 e fez ele próprio o 2-1 de grande penalidade. Destaque negativo para Tecatito Corona. O 4.1 revelava um mexicano desinspirado, com uma ocasião flagrante desperdiçada, seis passes falhados em 19 e nenhuma acção defensiva.
- O Porto continuou a mandar no jogo no arranque do segundo tempo, mas o Braga começou a mostrar-se mais vezes junto da baliza contrária, com cinco acções com bola na área dos “dragões” em apenas 15 minutos, mais duas do que em toda a primeira metade da partida. Porém, apenas um remate conseguido, pouco para quem corria atrás do prejuízo.
- Quando a partida atingiu os 70 minutos, o Porto contava apenas duas acções ofensivas na área contrária, com a posse de bola na etapa complementar a apresentar um equilíbrio quase total. Somente três remates desde o intervalo, dois para o Braga, sem que os guarda-redes tivessem enfrentado qualquer disparo enquadrado. Este adiantamento bracarense, contudo, dava espaços aos “dragões”, que iam começando a contra-atacar com perigo.
- E foi já perto do fim que o Porto usufruiu da sua segunda grande penalidade. Mehdi Taremi, entrado um minuto antes, entrou na grande área bracarense e foi travado em falta por Tormena. Alex Telles, mais uma vez, não desperdiçou e colocou o jogo “no bolso” do campeão nacional, ao terceiro remate portista na segunda metade, primeiro enquadrado.
O melhor em campo GoalPoint
Não há volta a dar. Passem as épocas que passem, Alex Telles continua a ser fulcral na manobra ofensiva do FC Porto. Ante o Braga foi, de longe, o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 8.3.
O brasileiro começou por assistir Sérgio Oliveira para o 1-1, e fez ele próprio o segundo e o terceiro tentos portistas, ambos de grande penalidade. Para o registo ficam dois remates, quatro passes para finalização, um deles para ocasião flagrante, dois cruzamentos, ambos eficazes, dois dribles completos (100%) e nove recuperações de posse.
Jogadores em foco
- Wilson Manafá 6.8 – O outro lateral do Porto foi o segundo melhor em campo. Manafá esteve em grande nível, em especial no drible, completando cinco de sete tentativas, máximos do jogo. Ainda foi o jogador mais interventivo, com 85 acções com bola, criou uma ocasião flagrante e somou três bloqueios de passe.
- Sérgio Oliveira 6.6 – Um pêndulo, pela regularidade do seu futebol. O médio fez um belo golo de cabeça, um passe para finalização e somou três desarmes.
- Otávio 6.3 – O brasileiro surgiu encostado à esquerda e mostrou grande dinamismo, marcando mesmo um golo na primeira parte, que viria a ser anulado. Otávio tentou quatro vezes o drible e teve êxito em todos os lances, três deles no último terço, e ainda contribuiu com sete recuperações de posse.
- André Castro 6.2 – No regresso ao “dragão”, agora como adversário, Castro foi o melhor dos minhotos. Fez um golo de belo efeito, registou 85% de eficácia de passe e recuperou cinco vezes a posse de bola, perdendo-a apenas em oito das 36 ocasiões em que a teve.
- Mateus Uribe 6.3 – Jogo muito eficaz do colombiano, em especial no capítulo do passe – falhou apenas um dos 31 que realizou. Para além de dois passes para finalização, Uribe somou oito recuperações de posse e dois desarmes.
- Tecatito Corona 4.0 – Nem parecia o mesmo jogador que encantou na época passada. Uma ocasião flagrante desperdiçada, 12 passes falhados em 32, três tentativas de drible sem sucesso, nenhuma acção defensiva. Melhores dias virão.
- Mehdi Taremi 5.6 – Apenas sete minutos em campo, mas tempo suficiente para deixar a sua marca. Mal entrou criou logo um lance que acabou travado em falta na grande área, do qual surgiu o 3-1.
Resumo
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