Rio Ave 0-3 Benfica | Águia mete a quarta e foge no topo

O Benfica aproveitou o empate no “clássico” entre “leões” e “dragões” para ganhar pontos aos velhos rivais. Na noite deste domingo no Estádio dos Arcos, as “águias” derrotaram o Rio Ave por 3-0, num duelo a contar para a 4ª jornada da Liga NOS, e somam por triunfos os quatro jogos que já disputaram.

Desta forma, prosseguem na liderança da prova com 12 pontos, mais cinco que FC Porto e Sporting, que tem um encontro em atraso.

Por seu turno, os vila-condenses sofreram a primeira derrota da temporada ao cabo de sete jogos oficiais – recordando que perderam com o AC Milan na lotaria das grandes penalidades. Luca Waldschmidt, com um bis, e Gabriel foram os artífices da vitória.

André Almeida, que abandonou as quatro linhas com inúmeras queixas, poderá ser baixa de vulto. “Penso que será uma lesão grave”, disse Jorge Jesus durante a conferência de “flash interview”.

O jogo explicado em números

  • Da equipa que empatou no reduto do Famalicão a um golo, Mário Silva procedeu a quatro alterações no “onze” dos vila-condenses: Filipe Augusto, Lucas Piazón, Carlos Mané e Bruno Moreira entraram para as vagas de Jambor, Gelson Dala, Gabrielzinho e André Pereira, respectivamente.
  • Do lado das “águias”, Jorge Jesus apenas fez uma mudança em relação à equipa que derrotou o Farense, Jardel ficou no banco e foi trocado por Vertonghen.
  • Minuto seis. Foi o tempo que demorou até que o marcador funcionasse no Estádio dos Arcos. Num lance bem construído sobre o lado direito, Rafa fez a abertura, Darwin de cabeça endossou a bola para Everton que, com um toque magistral de calcanhar, estendeu uma passadeira para Luca Waldschmidt “fuzilar” e inaugurar o marcador ao segundo remate enquadrado da equipa na partida. Foi, ainda, o terceiro tiro certeiro do alemão em quatro jornadas.
  • Numa fase em que os anfitriões tentavam ripostar, assumindo mais as despesas do encontro – 55% da posse de bola e um remate enquadrado -, os forasteiros ainda chegaram a ampliar a contagem através de Darwin aos 19 minutos, após erro crasso de Aderllan, mas após consultar o VAR, a equipa de arbitragem liderada por João Pinheiro acabou por anular o lance devido a fora-de-jogo do uruguaio. Antes, na sequência de um lance dividido com Carlos Mané aos 11, André Almeida lesionou-se foi substituído por Gilberto, que assim estreou-se no campeonato.
  • Três minutos após Rafa ter visto Pawel Kieszek negar-lhe o 2-0 com uma excelente intervenção, o Benfica voltou a marcar, mas depois de consultar o VAR, o golo de Luca Waldschmidt foi anulado devido a posição irregular por dez centímetros. Mais um sério aviso para a equipa da casa, que não conseguia contornar a forte pressão imposta pelos contrários.
  • Cerca de 43% dos lances ocorriam no meio-campo e 36% nas imediações da área do Rio Ave, dados que ajudam a explicar o forte predomínio “encarnado”, que inclinava 56% das suas acções pelo flanco direito – onde Rafa, Waldschmidt e André Almeida, até ter saído, coordenavam as investidas. Ao passo que o Rio optava por accionar os seus ataques pelo lado esquerdo, onde se encontrava um irrequieto Carlos Mané.
  • É caso para dizer que à terceira – após dois golos anulados –, e já em período de descontos, o Benfica chegou mesmo ao tento que tanto procurou. Darwin Núñez, sobre o lado esquerdo, arrancou, fugiu à marcação de Ivo Pinto, entrou na área e, com um passe açucarado, fez a assistência que culminou no bis de Waldschmidt. Dos sete remates do Benfica, quatro foram enquadrados e dois terminaram no fundo das redes rioavistas. Foi a quarta assistência do ponta-de-lança em outras tantas jornadas, o dianteiro fez passes “mortais” em todas as quatro partidas em que actuou.
  • Ao descanso, o Benfica vencia e convencia numa primeira metade repleta de emoção. A “águia” tinha dois golos de vantagem, viu dois outros tentos serem anulados pela equipa de arbitragem, após auxílio do VAR, e voltava a demonstrar um futebol acutilante e sempre de olhos postos na baliza adversária. Defensivamente, das poucas vezes que foi testada, conseguiu responder e resolveu os problemas sem grandes esforços. Preciso nas suas investidas, Luca Waldschmidt foi o senhor que mais se destacou neste período com um GoalPoint Rating de 7.7. Foi letal na “hora H” do remate – duas tentativas e dois golos -, falhou apenas dois passes em 11 feitos, contabilizou quatro acções no interior da área do Rio Ave, entre as quais as dos golos, sendo, ainda, um importante factor no processo defensivo, com dois desarmes, uma falta cometida e uma intercepção. Borevkovic, com 6.2, e Darwin Núñez, com 6.1, preencheram o top-3 de jogadores em destaque.
  • O Rio Ave voltou a cair na “armadilha” os 52 minutos, não conseguiu ultrapassar a teia que se montou na primeira fase de pressão do Benfica, Filipe Augusto deixou a bola à mercê de Darwin, que rematou e por escassos centímetros não deixou o “placard” em 0-3. No lance mais perigoso dos comandados de Mário Silva, segundos depois, Tarantini lançou e Piazón viu o tiro que desferiu ser defendido por Vlachodimos, naquele que foi o primeiro remate enquadrado da equipa.
  • Com o Rio Ave a tentar encurtar distâncias, houve tempo para uma tripla alteração dos da casa: saíram Tarantini, Francisco Geraldes e Bruno Moreira e entraram Pelé, Gelson Dala e Ronan. Jorge Jesus não perdeu tempo e, aos 65, retirou Everton “Cebolinha”, apostou em Weigl, alteração que fez com que Pizzi fosse actuar no corredor direito e Gabriel vestisse a pele de segundo médio.
  • A 22 minutos dos 90 foi assinalada grande penalidade a punir falta de Aderllan sobre Darwin, porém, após auxílio do VAR, o juiz João Pinheiro assinalou fora-de-jogo do camisola “9” – por 42 cm –, na génese do lance, e voltou atrás com a decisão.
  • No 12ª remate na partida – quinto na etapa complementar -, houve mais um golo e para o lado dos visitantes, aos 84 minutos. Pizzi cruzou, o cabeceamento de Seferovic, que entretanto tinha entrado para o lugar de Darwin, não saiu da melhor forma, mas na recarga, Gabriel encheu o pé e dissipou as dúvidas relativamente ao nome do vencedor deste encontro.
  • Os “encarnados”, que desde o início foram pressionantes, actuando com um bloco subido e bem articulado, amealharam o oitavo triunfo consecutivo diante do Rio Ave, se contabilizarmos todas as provas. Nos últimos 14 duelos, os vila-condenses apenas saíram com um triunfo na época 2017/18, por 3-2 após prolongamento, num embate a contar para a Taça de Portugal.

O melhor em campo GoalPoint

Se na primeira etapa, quem ditou as leis foi Luca Waldschmidt, somada todas as acções e números, Gabriel acabou por vencer de forma renhida a corrida e levou para casa o prémio de MVP com um GoalPoint Rating de 8.4.

Novamente chamado para ocupar a vaga de médio mais defensivo, tendo subido no terreno com a entrada de Weigl, esteve em foco, apesar de ter levado alguns “puxões de orelha” por parte de Jorge Jesus, e foi crucial na pressão – é de um corte seu que nasce o lance do primeiro golo e não abusou dos passes longos.

Dos quatro que fez, acertou 50%. Defensivamente, acumulou cinco acções defensivas, três desarmes, quatro intercepções e dois alívios. No ataque fez três remates, marcou um golo, teve uma eficácia de 79% no capítulo do passe – 38 certos em 48 tentados -, sofreu cinco faltas – máximo do jogo -, gizou sete passes progressivos certos e ainda foi quem mais teve acções com a bola: 80.

Jogadores em foco

  • Luca Waldschmidt  8.0 – Sempre que entra em acção, o alemão toma boas decisões e ajuda a equipa a fugir à marcação adversária. Com movimentos verticais e incisivos, preenche com muita classe a vaga atrás do avançado deixada órfã desde que João Félix foi recrutado pelos €126M do Atlético de Madrid. Dos dois remates feitos e validados pelo árbitro, bisou, gizou dois passes para finalização, foram quatro passes valiosos – entregas certas da bola a menos de 25 metros da baliza – e cinco acções com a bola no interior da área do Rio Ave.
  • Vlachodimos 6.6 – Apenas foi chamado a intervir na segunda parte, mas disse logo presente defendendo um remate de Lucas Piazón, que manteve o resultado em 0-2, e esteve sempre seguro nas saídas da baliza e nos cruzamentos. A rever, o jogo de pés: cinco passes de risco – entregas a menos de 50 metros da sua baliza – falhados.
  • Darwin Núñez 6.3 – Realizou 78 minutos de excelente nível. Voltou a não marcar, é verdade, mas foi determinante, demonstrando um excelente entendimento com Waldschmidt e “dinamitou” a defensiva adversária com os constantes movimentos de ruptura que fez. Acumulou a assistência da praxe, dois passes para finalização, três remates e seis acções com a bola na área adversária.
  • Pizzi 6.1 – Subiu de produção na fase final e foi ainda a tempo de entrar na lista de jogadores em foco, com um passe para finalização, três passes valiosos, quatro cruzamentos, duas variações de flanco realizadas com êxito e seis acções com a bola na área contrária.
  • Aderllan Santos 6.1 – Precipitado, acabou por ser salvo graças aos dois golos que foram anulados e ao fora-de-jogo assinalado a Darwin, que reverteu uma grande penalidade então assinalada. Mesmo assim, venceu os quatro duelos aéreos defensivos em que interveio, teve dois desarmes e dois alívios.
  • Gilberto 5.8 – Lançado às feras após a lesão de André Almeida, ainda acusou a pressão na fase inicial, mas foi serenando os ânimos e rubricou uma exibição positiva. Conseguiu conter Carlos Mané e ainda acumulou boas acções, mormente em termos defensivos, entre as quais um corte aos 78 minutos que negou o golo a Gabrielzinho.

Resumo

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