O circuito de Portimão teve de fechar algumas bancadas para garantir o distanciamento dos 27.500 espetadores autorizados pela Direção-Geral de Saúde (DGS). Pelo menos em duas foi necessária a intervenção da GNR.
Em comunicado, a GNR afirmou que a operação decorreu “com normalidade, apenas se registando alguns constrangimentos no acesso ao autódromo no domingo, constrangimentos esses ultrapassados em coordenação com as autoridades locais presentes no evento”.
Por outro lado, há a registar “a detenção de um homem, de 47 anos, pelo crime de injúrias e captação ilícita de imagens, tendo o mesmo sido constituído arguido e os factos comunicados ao Tribunal Judicial de Portimão, não tendo, durante a realização do evento, sido aplicada nenhuma medida de expulsão, por desrespeito às orientações da autoridade de saúde”.
A GNR revela ainda que, durante o evento, houve uma recolocação de pessoas, para assegurar o cumprimento das normas da Direção-Geral da Saúde, tendo sido necessário “um redirecionamento das mesmas, para algumas bancadas menos preenchidas”, tendo esta alteração sido tomada em conjunto com a organização da prova, para garantir o necessário distanciamento social.
As fotografias partilhadas durante o fim-de-semana nas redes sociais, que mostram a proximidade dos adeptos nas bancadas, geraram várias críticas.
Entretanto, no local, as pessoas que esperavam no exterior para entrar, quando o evento já tinha começado, não conseguiram controlaram a revolta com a situação, como se pode ver nas imagens partilhadas pela SIC Notícias.
“Temos bilhetes pagos para a bancada onde queremos entrar, a Lagos, bilhetes que custaram perto de 300 euros, e ninguém consegue entrar. A organização fechou a entrada. E não há aqui ninguém para dar uma resposta às pessoas”, conta uma adepta.
Bastonário fala em “insulto” aos profissionais de saúde
Foram várias as personalidades que criticaram a presença de 27.500 pessoas no evento como, por exemplo, o líder do PSD, Rui Rio, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, o presidente da Liga de Clubes, Pedro Proença, e o comentador da SIC, Marques Mendes.
A estas críticas junta-se a posição do Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, que considerou que a realização da Fórmula 1 com mais de 27 mil pessoas nas bancadas é um insulto aos profissionais de saúde.
“Não podemos ter dois pesos e duas medidas. Numa altura em que temos muitos casos de infeção, numa altura crítica para o nosso país e para os outros países também, temos de ser mais cautelosos na forma como estes eventos são autorizados”, começou por dizer o bastonário, em declarações à SIC Notícias.
“Isto é um insulto aos profissionais de saúde”, afirmou ainda Miguel Guimarães, que aproveitou a ocasião para ler a mensagem de um amigo médico que esteve no evento e que decidiu não ficar até ao fim.
O profissional em causa afirmou que não houve “nenhum respeito pelas regras de confinamento” e que observou “muitas falhas na organização”, qualificando o evento como “uma vergonha”.
Entretanto, a vitória na prova coube ao britânico Lewis Hamilton (Mercedes), o que deixou o Grande Prémio de Portugal na história da Fórmula 1, pois foi o 92.º triunfo do britânico, novo recorde da modalidade.
Hamilton, que partiu da pole position, concluiu as 66 voltas ao traçado algarvio, onde se disputou a 12.ª prova da temporada, em 1:29.56,828 horas, deixando em segundo o finlandês Valtteri Bottas (Mercedes) a 25,592 segundos e, em terceiro, o holandês Max Verstappen (Red Bull), a 34,508 segundos.
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