Goleada do Sporting na sempre difícil deslocação a Guimarães. Com um futebol pragmático, extremamente eficaz e estrategicamente inatacável, o “leão” bateu o Vitória SC por 4-0, numa lição de futebol de contra-ataque.
Os lisboetas deram parte da iniciativa de jogo aos homens da casa – que tiveram mais bola – e souberam atacar nos momentos certos e da forma correcta, com transições rápidas e passes nas costas de uma defesa caseira completamente à nora e demasiado subida no terreno. Resultado, quatro golos e inúmeras ocasiões de golo, com Pedro Gonçalves a bisar e mais golos de Nuno Santos e Jovane Cabral. O Sporting segura assim o primeiro posto isolado.
O jogo explicado em números
- A única alteração operada pelo treinador leonino, Rúben Amorim, em relação à goleada por 4-0 sobre o Tondela, na 6ª jornada, foi a entrada de Nuno Santos, na vez do jovem Tiago Tomás. De resto o mesmo figurino dos “leões”, que encetaram um excelente arranque de partida, com duas ocasiões.
- Primeiro foi Andraz Sporar, lançado em profundidade, a chegar um pouco atrasado e a não conseguir desviar a bola de Bruno Varela, que impediu o atacante de fazer golo. A bola sobrou para João Mário que, após tirar um adversário do caminho, atirou à barra. Isto tudo nos primeiros 45 segundos de jogo.
- O Vitória estava a dar muito espaço nas suas costas e nas laterais, pelo que, aos 11 minutos, surgiu com naturalidade o 1-0. Pedro Gonçalves fugiu pela direita e cruzou rasteiro para Nuno Santos ao segundo poste. O extremo dominou mal, mas rodou a tempo para rematar cruzado para o fundo das redes. Ao sexto disparo (em 11 minutos, é obra), primeiro enquadrado, e estava inaugurado o marcador.
- Os vimaranenses conseguiam, ainda assim, ter um pouco mais de bola (53% de posse), mas nenhum remate no primeiro quarto-de-hora, contra os seis dos lisboetas, um enquadrado. Mas aos 22 minutos quase aconteceu o empate, com Antonio Adán a realizar defesa difícil a cabeceamento de Easah Suliman à entrada da pequena área, após livre de Quaresma. Os minhotos tentavam reagir, mas perderam Mikel Agu por lesão, aos 24 minutos.
- O pragmatismo da abordagem do Sporting dava frutos em termos de eficácia. O Vitória continuava a ter mais bola à passagem da meia-hora, mas o “leão” continuava a dominar nos remates (7-3) e, acima de tudo, na facilidade com que entravam na área contrária. Os forasteiros registavam já dez acções com bola na área minhota nesta fase, contra apenas duas do lado contrário. Ainda assim, a única ocasião flagrante pertencia aos homens de Guimarães.
- Mas nos dez últimos minutos do primeiro tempo, a reacção dos da casa começava a criar problemas ao “leão”, ao ponto de, em pouco tempo, essas acções ofensivas com bola passarem a 12 na área sportinguista, contra as 11 na vimaranense, e também nos remates houve uma inversão (8-7 para os anfitriões). Mas o golo surgiu do outro lado.
- Contra-ataque conduzido por João Mário, bola para Sporar, que lançou Pedro Porro na direita. Este foi à linha e cruzou atrasado, para remate de primeira de Pedro Gonçalves para o 2-0. Mais um tento do reforço leonino, que chegou ao sexto golo nesta Liga.
- Intervalo Excelente jogo em Guimarães, com dez minutos de bom nível para cada lado, o Sporting a começar o jogo e o Vitória na recta final do primeiro tempo. Ainda assim foi o Sporting o único a marcar, no início e no cair do pano desta primeira fase. Um pouco mais de bola para os anfitriões, empate nos remates e superioridade absoluta dos homens de Alvalade na eficácia. O melhor em campo ao intervalo era Pedro Gonçalves, com um GoalPoint Rating de 6.8. Dois remates, um golo, um passe para finalização, uma assistência e uma grande mobilidade permitiram a “Pote” ser um perigo à solta.
- Aos 50 o Vitória marcou, por André André, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo. Mas mais uma vez a eficácia era “verde-e-branca”. Aos 55 minutos, novamente Pedro Gonçalves a surgir facilmente nas costas da defesa contrária – que viu apática a bola sobrevoar a sua zona de acção -, após passe longo de… Adán, e a atirar para o 3-0. Bis de “Pote”, com o “leão” a chegar a novo golo ao nono remate, terceiro com boa direcção. Jogo praticamente decidido.
- Aos 60 minutos a ideia que o jogo transmitia era a de que restava saber quantos mais golos o Sporting iria marcar, tal a facilidade com que aproveitava os espaços defensivos dos homens da casa. E aos 62 minutos, Pedro Gonçalves deu a Nuno Santos a possibilidade de marcar, mas o extremo leonino falhou por pouco. Mesmo com menos bola, os “leões” apresentavam números ofensivos de equipa em ataque continuado, com 11 remates contra nove e 22 acções com bola na área contrária (contra 17).
- Pressão intensa do Vitória à procura do golo, como as 16 acções defensivas no meio-campo contrário demonstravam aos 70 minutos (contra as nove do “leão”). Mas o jogo estava completamente sob controlo dos comandados de Rúben Amorim, que se sentiam confortáveis em todas as zonas do terreno.
- Aos 74 minutos, grande perdida de Tiago Tomás e golo de Jovane Cabral. O primeiro isolou-se – novamente a defesa vimaranenses a deixar muitos espaços nas costas -, mas a permitir a defesa de Varela. Na insistência, Cabral trabalhou bem na esquerda da área e rematou cruzado de pé direito para o 4-0.
- Resultado gordo e reflexo do que se passou em campo em termos de ocasiões de golo. O Sporting esteve sólido a defender, inteligente nas transições e letal na finalização.
O melhor em campo GoalPoint
Mais uma exibição extraordinária de Pedro Gonçalves. Começam a faltar adjectivos para definir este arranque de época do jogador leonino, que voltou a bisar e é, neste momento, o melhor marcador do campeonato, com sete golos. O MVP da partida, com um GoalPoint Rating de 8.1, fez ainda uma assistência em dois passes para finalização, somou quatro acções com bola na área contrária e foi o jogador mais rematador da partida, com quatro disparos, três deles enquadrados com a baliza. Este foi o terceiro jogo consecutivo em que “Pote” foi o melhor em campo.
Jogadores em foco
- Jovane Cabral 7.5 – O extremo jogou os últimos 25 minutos e aproveitou as debilidades defensivas contrárias para brilhar. Um golo, uma ocasião flagrante criada em dois passes para finalização e uma grande mobilidade, que deu muito trabalho aos seus adversários.
- Neto 7.2 – Nos momentos em que o Sporting não estava a desfazer a defesa contrária, Luís Neto deu consistência aos momentos defensivos do “leão”. Foram oito recuperações de posse e 11 acções defensivas, com destaque para três desarmes e outras tantas intercepções.
- João Mário 6.3 – Assumiu a batuta e apresta-se a ser o “maestro” de todo o futebol leonino. Começou por acertar na barra no primeiro minuto e terminou com 90% de eficácia de passe, três dribles completos em cinco tentativas, oito recuperações de posse e uma inteligência acima da média nos vários momentos de jogo.
- Nuno Santos 6.1 – O extremo não esteve tão assertivo como em outros jogos, mas deu o seu contributo. Começou por abrir o activo logo aos 11 minutos e ajudou colectivamente com cinco recuperações de posse.
- Pepelu 6.0 – O melhor elemento dos vimaranenses. O espanhol começou no banco e entrou aos 24 minutos para substituir o lesionado Agu. Fez dois passes para finalização, acertou 33 de 37 passes e somou dois desarmes e três intercepções.
- Antonio Adán 5.7 – O destaque que damos a Adán acontece por dois momentos apenas – pois não teve grande trabalho pela frente. Na primeira parte fez a sua única defesa, de grande qualidade, a negar golo a Suliman. Na segunda metade fez a assistência para o segundo golo de Pedro Gonçalves.
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