O SL Benfica assinou um contrato de direito de preferência ilegal aos olhos da FIFA. As ‘águias’ financiaram a transferência de Khalid Hachadi para o Vitória de Setúbal.
Em 2019, o Vitória de Setúbal contratou Khalid Hachadi, batendo inesperadamente a concorrência de Benfica e Sporting. Os sadinos pagaram 1,25 milhões de euros pelo avançado marroquino. Desse dinheiro, 800 mil euros foram para o Olympique Club Khourigba, 150 mil foram de prémio de assinatura para o jogador e 300 mil foram de comissão para um empresário.
A contratação surpreendeu pelos valores envolvidos, já que para um clube como o Vitória de Setúbal este é um investimento avultado. Agora, o jornal Público avança que foi o Benfica que financiou toda a operação após assinar um contrato de direito de preferência ilegal aos olhos da FIFA. Os ‘encarnados’ pagaram 900 mil euros.
Segundo documentos consultados pelo matutino, o dinheiro foi transferido para uma conta dos sadinos, de onde, no mesmo dia, saíram 800 mil euros para o clube marroquino. A transferência não consta nos relatórios e contas do emblema da Luz.
Os 100 mil euros que sobraram da transferência de Luís Filipe Vieira serviram para pagar salários a alguns jogadores do plantel. Hachadi chegou a Setúbal com um salário anual de 80 mil euros.
“A Benfica SAD tem vindo a acompanhar a carreira do jogador [Hachadi] e tem interesse em adquirir, em caso de futura transferência temporária ou definitiva, um Direito de Preferência na aquisição definitiva dos seus Direito Económicos e/ou Direitos Desportivos”, lê-se no documento rubricado por partes de ambos os clubes.
Se o jogador fosse transferido para um terceiro clube, rescindisse por mútuo acordo ou por justa causa, sem conceder ao Benfica o direito de preferência, o Benfica seria compensado com 1,5 milhões de euros. Caso o futebolista se transferisse para FC Porto, Sporting ou SC Braga, o Vitória FC teria de pagar 6,5 milhões de euros às ‘águias’.
O jornal Público escreve que este contrato viola claramente os regulamentos da FIFA e não foi registado na plataforma Transfer Matching System da FIFA, onde é obrigatório inserir os dados das transferências internacionais de jogadores.
“Nenhum clube poderá celebrar um contrato em que qualquer contraparte desse contrato, bem como terceiro, adquira a capacidade de influenciar, em temas laborais ou de transferência, a independência, as políticas ou o desempenho das equipas desse clube”, dita o regulamento da entidade que regula o futebol a nível mundial.
Outro aspeto que chamou a atenção foi a ‘choruda’ comissão de 300 mil euros, que corresponde a cerca de um terço do valor total da transferência. O agente em causa é Armindo Costa Aguiar, que também é empresário de Jorge Jesus.
Entretanto, desde a contratação do jogador, o Vitória de Setúbal foi despromovido ao Campeonato de Portugal e o marroquino aceitou revogar o contrato por mútuo acordo. Os sadinos incorreram numa violação do contrato que assinaram com o Benfica e que obrigava, assim, ao pagamento de 1,5 milhões de euros.
Até ao momento, nem Vitória nem o jogador terão recebido qualquer reivindicação por parte do Benfica, escreve o Público. Assim sendo, os 900 mil euros investidos pelos ‘encarnados’ acabaram por se perder sem que houvesse um real retorno.
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