Contas da associação de tenistas foram alteradas por causa do coronavírus. Roger Federer está no quinto lugar mas só disputou um torneio ao longo de 2020.
Em ano anormal, contas anormais: a tabela oficial da Associação de Tenistas Profissionais (ATP), que define os melhores tenistas atuais, não está a levar em conta os resultados dos últimos 12 meses, como acontecia, mas contabiliza as prestações desde março de 2019.
Como não houve qualquer torneio entre o início de março e o final de agosto de 2020, a direção da ATP – tal como a WTA, no sector feminino – decidiu alargar as contas. E houve “toque” de Roger Federer nesta alteração, de acordo com o vice-presidente da federação alemã de ténis.
“O Roger Federer simplesmente mudou o sistema do ranking ATP em benefício próprio. Foi uma decisão dele. E isso é extremamente irresponsável e não é correto. Na minha opinião, ele aproveita a sua influência no Conselho de Jogadores para tirar vantagens pessoais e tem de ser dito que, se não fossem as novas regras do ranking, ele nem sequer seria top 50″, avisou Dirk Hordorff, num programa do portal tennisnet.
Federer, 39 anos, pertence ao Conselho de Jogadores da ATP mas, mesmo que a contabilização da tabela ATP não tivesse sido alterada, o antigo líder do ténis mundial ainda estaria no top-30, ocupando o 29.º lugar. Com as mudanças, ficou no quinto posto no final do ano, apesar de só ter jogado num torneio ao longo de 2020: o Open da Austrália (chegou às meias-finais). Novak Djokovic é o líder, à frente de Rafael Nadal, Dominic Thiem e Daniil Medvedev. Depois aparece o suíço.
Estas declarações surgem pouco depois de Gilles Simon, tenista francês, ter dito publicamente lhe “faz confusão” haver tantos elogios sobre Federer.
E acrescentou: “Para as pessoas, Federer tem de ser perfeito. Quando Rafael Nadal apareceu e começou a ganhar-lhe, diziam que Nadal tinha de estar dopado. Ninguém aceitava que alguém pudesse derrotar o Roger. Não desejo nada de mal ao Federer, mas se ele perder os recordes que tem, talvez comecemos a valorizar também os outros jogadores. Quando ele deixar de ser o melhor de todos os tempos, as pessoas em França vão finalmente deixar de dizer que todos temos de ser como ele. É claro que ele tem muita classe, mas a imagem que se tem do Roger não corresponde a 100 por cento”.
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