O Sporting foi o mais eficaz no primeiro grande jogo de 2021, na Liga NOS, frente ao Braga.
Os comandados de Rúben Amorim começaram melhor, mas quando perderam o controlo do jogo sofreram grande pressão dos “arsenalistas”, que criaram as principais ocasiões para marcar até ao 1-0, assinado por (um até então desaparecido) Pedro Gonçalves, aos 54 minutos.
Os forasteiros conseguiram ainda atacar e ser perigosos, mas o Sporting foi pragmático e não desperdiçou as suas oportunidades, fazendo o segundo aos 78 minutos. Um desfecho que separa as suas equipas na tabela em oito pontos de distância.
O jogo explicado em números
- O regresso de Feddal, para o lugar de Gonçalo Inácio, no eixo da defesa, e a aposta em Nuno Santos de início, substituindo Bruno Tabata, foram mexidas na equipa da casa. No Braga, a novidade em relação à goleada ao Boavista foi a saída de Iuri Medeiros e a entrada de Wenderson Galeno.
- Excelente Ricardo Esgaio, aos três minutos, com um corte espectacular a evitar que Nuno Santos se isolasse e se colocasse em situação privilegiada para marcar. Este lance marcou uma tendência clara no início da partida. O Braga surgiu em Alvalade a querer preencher mais o “miolo, com Al Musrati, Fransérgio e João Novais, mas o “leão” rapidamente colocava a bola nas faixas laterais ou em profundidade para a velocidade de Nuno Santos, esvaziando assim a estratégia de Carvalhal.
- Por esse motivo, o Sporting chegou com mais perigo junto à área bracarense no primeiro quarto-de-hora, registando nesta fase 59% de posse e o único remate do desafio, embora desenquadrado. Os minhotos sentiam muitas dificuldades para controlar as costas da sua defesa e, ao mesmo tempo, chegar com perigo ao último terço.
- O primeiro disparo visitante aconteceu aos 20 minutos, por Ricardo Horta, para defesa simples de Adán. E aos 32, a primeira grande “chance” para o Braga, com Ricardo Horta a isolar-se e a tentar o chapéu, mas Adán não foi na “cantiga” e evitou um golo certo. Aos poucos os forasteiros conseguiam assentar o seu jogo, mas alguns dos problemas anteriores mantinham-se, e isso reflectia-se em certas exibições individuais.
- Fransérgio e Paulinho, por exemplo, registavam 11 e 15 acções com bola cada um, mas o primeiro perdeu-a sete vezes e o atacante nove. O melhor nesta fase em termos de ratings era Raúl Silva, com 5.9, e colado surgia Pedro Porro, com 5.8. E aos 36 minutos, na sequência de um canto da esquerda, o Braga esteve novamente perto do golo, e outra vez por Ricardo Horta.
- Aos 40 minutos, mais uma recuperação bracarense e transição rápida, que acabou com um remate de Al Musrati em zona frontal, com a bola a embater com estrondo no poste esquerdo da baliza de Adán. O Sporting, que havia começado melhor, estava quase encostado às cordas nesta ponta final do primeiro tempo.
- Excelente primeira parte em Alvalade entre duas equipas muito bem montadas e organizadas e com estratégias bem definidas. Começou melhor o Sporting, a anular o Braga e a esvaziar o seu futebol ofensivo, ao mesmo tempo que colocava em cheque as costas da defensiva minhota, com passes longos. Aos poucos, porém, os “arsenalistas” começaram a ganhar mais duelos e segundas bolas e empurraram o “leão” para o seu meio-campo, terminando esta primeira parte com as melhores situações para marcar. O melhor em campo nesta fase foi Nuno Mendes, com um GoalPoint Rating de 5.9. Não tanto pelos momentos defensivos, pois raramente conseguiu travar as investidas contrárias pelo seu flanco, mas com bola, registando cinco tentativas de drible, todas com sucesso.
- A segunda parte começou com golo de Paulinho, de cabeça, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo. Mas do outro lado, aos 54 minutos, o golo contou mesmo. Pedro Gonçalves, que havia realizado uma primeira parte algo apagada, surgiu na área a aproveitar uma bola solta, de um duelo com Nuno Santos e Sequeira, e rematou a contar para o 1-0. Um disparo para “Pote”, um golo, ao quarto leonino, segundo com boa direcção.
- A hora de jogo chegou em plena reacção bracarense que, nesta fase registava já 62% de posse de bola. E aos 63 minutos, só não empatou porque Antonio Adán fez uma defesa monumental a remate de Ricardo Horta no coração da área leonina. A equipa de Carlos Carvalhal não se deixou afectar pelo golo e partia para o ataque.
- Contudo, e após várias substituições dos dois lados, o Sporting começou a controlar melhor o jogo, sem tantas perdas e a filtrar melhor o futebol no meio-campo. Aos 75 minutos, o Braga registava mais remates (9-4) e enquadrados (3-2), mas já não conseguia sair com tanto perigo em contragolpes rápidos.
- Assim, o segundo do Sporting não tardou. Sporar fugiu pela esquerda, passou vários adversários e tentou o remate na área. Matheus Magalhães não conseguiu a defesa e a bola sobrou para Matheus Nunes (78′), que aproveitou para marcar. Dois jogadores que entraram no segundo tempo a decidirem a jogada, com o brasileiro a estrear-se a marcar pelos “leões.
- Aos 86 minutos, Iuri Medeiros, solto na esquerda, quase marcou ao emblema onde se formou, mas Sebastián Coates realizou um corte providencial. E foi o “canto do cisne” do Braga, que não conseguiu ter a eficácia do Sporting. Os “leões” conquistaram três pontos importantes e mantêm-se firmes na liderança da Liga.
O melhor em campo GoalPoint
Não marcou ou assistiu, mas fez um “jogão”. Pedro Porro esteve muito interventivo, tendo somado o número máximo de acções com bola (83), e mostrou uma grande solidez defensiva, que lhe permitiu ser o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 6.6. O espanhol fez dez recuperações de posse, quatro acções defensivas no meio-campo contrário e terminou com nove acções defensivas, com destaque para três desarmes e outras tantas intercepções.
Jogadores em foco
- Matheus Nunes 6.6 – O brasileiro ficou atrás de Porro por uma milésima. A sua entrada serviu para refrescar a capacidade defensiva do Sporting no meio-campo, mas Matheus acabou por marcar ele próprio um golo. Além disso, completou as três tentativas de drible e ganhou os dois duelos aéreos ofensivos em que participou. Tudo em cerca de apenas 20 minutos.
- Neto 6.4 – A pressão ofensiva do Braga acabou por beneficiar os defesas leoninos em termos de rating. Neto esteve particularmente forte, com dois duelos aéreos defensivos ganhos em três e 11 acções defensivas, com destaque para seis intercepções.
- Nuno Mendes 6.3 – Mais um bom jogo do esquerdino do Sporting, que foi o melhor durante a primeira parte. Dele saiu o cruzamento que Nuno Santos acabou por não aproveitar, mas que sobrou para Pedro Gonçalves abrir o activo. Nuno Mendes tentou seis vezes o drible, tendo sucesso em cinco, e ainda somou oito recuperações de posse.
- João Mário 6.2 – Pode não estar com a velocidade de outros tempos, mas a sua inteligência e qualidade estão lá. O médio foi o “patrão” do Sporting, tendo terminado o jogo com três dribles completos (100% de eficácia), dois duelos aéreos ofensivos ganhos (100%) e nove recuperações de posse.
- Ricardo Horta 6.1 – O melhor elemento do Braga e o homem que teve as melhores ocasiões do jogo. O atacante enquadrou três de quatro remates, fez dois passes para finalização e três passes ofensivos valiosos, e registou quatro acções com bola na área contrária. Teve em Adán o seu Némesis, pois o guardião negou-lhe o golo duas vezes com defesas estrondosas.
- António Adán 6.1 – O espanhol esteve intransponível. Foi gigante a travar um “chapéu” de Horta na primeira parte e na segunda mostrou reflexos “impossíveis” para travar um disparo fortíssimo do bracarense na área. Terminou com três defesas, duas a remates na sua grande área, e sete passes longos certos em 13.
Resumo
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