Benfica 2-0 Tondela | “Águia” voa baixo mas vence

Num duelo a contar para a 13ª jornada da Liga NOS, o Benfica recebeu e venceu nesta sexta-feira o Tondela por 2-0, com golos de Haris Seferovic e Luca Waldschmidt.

As “águias” não foram brilhantes, longe disso, mas conseguiram amealhar três pontos importantes, uma semana antes do “clássico” no Dragão diante do FC Porto. Já os tondelenses pouco fizeram para alcançar outro resultado e apenas conseguiram ameaçar num raide de Murilo a três minutos dos 90.

O jogo explicado em números

  • Algumas novidades nas escolhas iniciais de Jorge Jesus, que abdicou de Ferro, Taarabt e Luca Waldschmidt e apostou em Otamendi, Pizzi e Seferovic. Do lado dos visitantes, as notas de destaque foram regressos de Ricardo Alves, Khacef e Jaquité, ocupando as vagas de Filipe Ferreira, Enzo Martínez e Jhon Murilo, trio que tinha sido titular no triunfo ante o Famalicão na jornada anterior.
  • Os benfiquistas tinham mais bola (77% versus 23%), mas nem por isso conseguiam asfixiar e ultrapassar o esquema bem compacto do Tondela, que defendia com duas linhas de quatro elementos. Aos 20 minutos, as três finalizações “encarnadas”, por intermédio de Darwin Núñez, Weigl e Everton, foram desenquadradas. Até pertenceu à equipa forasteira o primeiro remate do jogo, mas Vlachodimos defendeu com facilidade um cabeceamento de Ricardo Alves.
  • Num raide de Otamendi, que galgou vários metros e nas imediações da área cruzou, Gilberto (21’) rematou e por muito pouco não festejou. Um minuto volvido, Niasse agigantou-se e travou um “tiro” de Darwin, depois Seferovic cabeceou à figura do guardião contrário e Pizzi rematou com força, mas por cima do alvo. Neste período, o Benfica já acumulava oito remates (três enquadrados), seis cantos e 235 passes feitos (219 foram eficazes, ou seja 93%). O Tondela tinha um “tiro”, 20% da posse de bola e 62 passes realizados (43 foram na direcção certa, isto 69%). O guardião Niasse, com três intervenções, era o jogador com melhor nota: 6.5.
  • Com o intervalo à porta, Gilberto assistiu, Pizzi rematou e valeu aos tondelenses o corte precioso de Ricardo Alves, que evitou males maiores. Foi uma espécie de pedrada no charco, no deserto de ideias que assolou os dois conjuntos, as “águias” mostravam-se muito sôfregas na tomada de decisões nos últimos 30 metros e os forasteiros limitavam-se a defender o nulo com “unhas e dentes”.
  • Intervalo O empate a zero era o resultado que melhor espelhava o que ocorreu nos primeiros 45 minutos do encontro. Após uma fase de estudo que durou cerca de 15 minutos, a equipa de Jorge Jesus começou a rondar o último reduto adversário, gizou algumas ocasiões, mas não conseguiu concretizá-las. Nos últimos cinco jogos entre as duas equipas para o campeonato, esta foi a quinta vez que chegaram empatadas a zero ao intervalo. Já o Tondela defendia com dez elementos e apenas ao minuto oito conseguiu fazer o único remate na primeira parte. Niasse, com um GoalPoint Rating de 6.7, era o MVP graças às três defesas que contabilizou e às duas saídas pelo ar eficazes que realizou.
  • Ao minuto 54, os vice-campeões nacionais conseguiram, finalmente, derrubar a muralha beirã ao cabo de 11 remates. Darwin cruzou e Seferovic atirou a contar, num lance que foi validado pela equipa de arbitragem após consulta do VAR. Foi o sétimo golo do suíço nesta edição da Liga NOS.
  • Mais agressiva na recuperação pós-perda, a equipa da casa ia controlando as incidências e gizando diversas ocasiões para dilatar a vantagem. Além do golo, já tinha feito mais seis remates, acumulava 74% da posse e três cantos. Já o Tondela prosseguia com a particular desinspiração em termos ofensivos e apenas aos 73 minutos voltou a dizer presente na sequência de um remate desenquadrado de Salvador Agra.
  • A quatro minutos dos 90, o Tondela ficou muito perto de empatar. Vlachodimos esteve em foco e, com uma enorme defesa, negou o golo a Murilo. Foi a oportunidade mais flagrante dos visitantes em toda a partida. No ataque seguinte, Darwin ainda festejou o 2-0, mas o lance acabou por ser anulado depois da intervenção do VAR, que assinalou fora-de-jogo do internacional uruguaio.
  • Após a ameaça anterior, as “águias” conseguiram mesmo ampliar a vantagem já no período de descontos. Numa jogada bem construída, Pizzi desenhou, Darwin assistiu e Luca Waldschmidt atirou a contar aos 94 minutos. Foi a sexta assistência do número “9” na prova e o sexto tento do internacional germânico no campeonato.
  • Depois do empate em São Miguel, o Benfica regressou aos triunfos. Na Liga NOS, a equipa lisboeta não perde há seis jogos e voltou a ficar a quatro pontos do Sporting. Por sua vez, os comandados de Pako Ayestarán voltaram a perder, após terem vencido o Famalicão, e são a pior defesa da prova com 22 consentidos – há dez encontros seguidos que sofrem golos.

O melhor em campo GoalPoint

No dia em que encontrar o “timing” certo para definir os remates ou os passes, será certamente um jogador ainda mais importante para o Benfica e perigoso para os adversários. Esta sexta-feira, Darwin Núñez foi o MVP do duelo com um GoalPoint Rating de 7.4. O internacional uruguaio, que tinha marcado nas duas jornadas anteriores, carimbou três remates, duas assistências – Expected Assists (xA) de 1,6 -, quatro passes para finalização, sete passes valiosos, 16 acções com a bola dentro da área contrária (máximo no jogo) e apenas não foi feliz em um dos quatro dribles tentados.

Jogadores em foco

  • Grimaldo 7.4 – Boa exibição do lateral-esquerdo espanhol. Sempre ligado à “corrente”, carrilou muito jogo pelo corredor – foi quem mais cruzou (seis) – e nas poucas vezes em que teve de defender esteve imaculado, com oito recuperações da posse e quatro intercepções.
  • Otamendi 7.3 – Regresso feliz do internacional argentino ao “onze”. Irrepreensível em quase todas as acções, Otamendi fez esquecer algumas das exibições desinspiradas que fez desde que ingressou no Benfica e foi crucial neste triunfo da equipa. Rápido, incisivo e concentrado, o camisola “30” fez dois remates, dois passes valiosos, uma eficácia de 92% no capítulo do passe (82 certos e sete falhados), sete passes progressivos correctos, 102 acções com a bola, e foi imperial nas alturas – quatro duelos aéreos defensivos ganhos em outros tantos em que interveio. Realizou ainda cinco intercepções e 11 recuperações da posse, número que mais ninguém atingiu no jogo.
  • Pizzi 7.3 – Bom jogo do médio, que desta feita fez grande parte do encontro ao lado de Weigl na dupla do eixo. Esteve envolvido na maior parte dos lances perigosos da equipa, preponderância que se mede nos seis remates que assinou, quatro passes para finalização, seis acções com a bola na área do Tondela e o máximo de oito passes valiosos (decisões certos feitas a menos de 25 metros da baliza).
  • Weigl 6.9 – Sem Gabriel, o alemão parece estar a ganhar a confiança de Jorge Jesus e uma vaga na zona mais recuada do meio-campo. Mais afoito, fez dois remates, falhou apenas sete dos 104 passes (93% de eficácia), atingiu o máximo da partida de 14 passes progressivos e liderou outro valor mais alto no que concerne às acções com a bola (126).
  • Niasse 6.1 – Não foi por ele que o Tondela saiu de Lisboa sem pontos. Sempre que foi chamado, respondeu afirmativamente. A realçar, as três defesas e os três lançamentos longos que coleccionou.
  • Seferovic 5.5 – Pode não ser brilhante em tudo o que faz, mas vai ajudando a equipa com golos. Desta feita, apontou mais um e deixou a certeza de que é uma opção válida para o treinador, mesmo que não seja um titular indiscutível.

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