Grande vitória do Sporting num jogo que tinha todos os ingredientes para se tornar complicado, devido à muita chuva ao longo de todo o encontro no reduto do Nacional e ao terreno muito pesado.
Uma autêntica “batalha” na lama que os “leões” ganharam de forma inteligente, pela forma como tentaram contornar as adversidades, e com garra, pois deixaram tudo em campo. Nuno Santos, na primeira parte, e Jovane Cabral ao cair do pano, fizeram os tentos leoninos.
O jogo explicado em números
- Nas duas equipas só uma alteração em relação às jornadas anteriores. No caso do Nacional a 11ª, o triunfo por 2-0 sobre o Tondela – já que a visita ao Vitória SC na 12ª ronda foi adiada -, com os insulares a apresentarem o mesmo “onze” que nessa partida. Já os “leões” mudaram apenas um elemento em relação à vitória dobre o Braga por 2-0, com Andraz Sporar a ser titular na vaga de Tiago Tomás.
- Bom arranque do Sporting, a pressionar, e aos oito minutos, Pedro Porro, à entrada da área, rematou forte, mas por cima, numa excelente ocasião para os lisboetas marcarem. Esse foi, aliás, o único remate do desafio no primeiro quarto-de-hora, período no qual a formação leonina teve mais bola (64%) e as duas equipas a registaram eficácias de passe anormalmente baixas: 27% para os madeirenses, 59% para os “verde-e-brancos”, explicáveis com o terreno muito pesado e a muita água no relvado.
- Ofensivamente o Nacional não conseguia construir lances de perigo pelo que, à meia-hora, somente o Sporting tinha remates, três, todos desenquadrados, e mantinha um domínio claro, com 63% de posse. Porém, as condições do relvado não permitiam lances de bom futebol, com as duas formações a apostarem muito em lances pelo ar.
- Contudo, aos 34 minutos, num lance confuso, Pedro Gonçalves recolheu na grande área e rematou sem oposição. Já se gritava golo no banco leonino, mas Daniel Gonçalves realizou uma estupenda defesa, negando o 12º tento a “Pote” na Liga. A seguir, na sequência de um canto, foi João Palhinha a cabecear ao lado.
- Adivinhava-se o golo do Sporting, que aconteceria aos 43 minutos. Cruzamento de Pedro Mendes da esquerda, Pedro Gonçalves, do lado direito, amorteceu de cabeça e Nuno Santos, na área, com grande sentido de oportunidade, surgiu a empurrar sem marcação, ao sétimo remate sportinguista, segundo enquadrado. A lógica imperava.
- Intervalo Só deu Sporting na primeira parte. O terreno pesado, a muita chuva e as más condições gerais poderiam apontar para uma “lotaria” e um maior equilíbrio, mas tal não se verificou. O Sporting foi pragmático, vinha preparado para a luta e anulou bem a estratégia do Nacional de futebol directo. Nas estatísticas finais do primeiro tempo apenas a qualidade do passe se ressentia tendo em conta o terreno de jogo, com ambas as equipas a registarem uma pobre eficácia. De resto, os da casa chegaram ao intervalo com apenas um remate, realizado ao cair do pano, enquanto o “leão” justificava a vantagem. O melhor nesta altura era João Palhinha, com um GoalPoint Rating de 6.8. Em 45 minutos fez oito desarmes e venceu 14 de 17 duelos. Impressionante.
- Luís Freire lançou Kenji Gorré e o internacional pelo Curaçau fez mais nos primeiros segundos do que todo o resto da equipa em 45 minutos, com um remate logo na sua primeira acção ofensiva. O Nacional entrou mais afoito, mas foi “sol de pouca dura”, pois chegada a hora de jogo já os “leões” haviam empurrado os homens da casa para a sua grande área e somavam cinco remates desde o intervalo, contudo nenhum enquadrado e três deles bloqueados pelo “mar” de pernas nacionalistas.
- Aos 65 minutos, grande trabalho de Pedro Gonçalves, a tirar dois adversários do caminho na meia-lua, mas o remate de pé esquerdo saiu por cima da barra, quando só tinha Daniel Guimarães pela frente. E esse lance era um sintoma do jogo. O Sporting mandava aos 70 minutos, com 55% de posse no segundo tempo, dez remates desde o descanso (!), mas só um com boa direcção, o que ia evitando males menores para o Nacional, não por seu mérito, mas demérito leonino.
- Daniel Guimarães ia resolvendo vários problemas do Nacional, mostrando concentração e reflexos, apesar de apresentar algumas queixas físicas que iam colocando em dúvida a sua continuidade em campo. Mas nada poderia ter feito aos 84 minutos num remate de Pedro Gonçalves que embateu no seu poste direito.
- O golo ameaçava e surgiu já nos descontos. Tiago Tomás ganhou uma bola no lado direito da área, cruzou atrasado e o recém-entrado Jovane Cabral surgiu em zona central a rematar de pronto para o 2-0. Estava decidido um jogo que, já antes, não dava mostra de ter outro desfecho.
O melhor em campo GoalPoint
Jogo “monstruoso” de João Palhinha. O médio-defensivo do Sporting foi quem melhor se adaptou às condições do jogo e realizou uma prestação superior, terminando com um GoalPoint Rating de 7.0. Imparável nos duelos individuais, ganhou três dos cinco aéreos ofensivos em que participou, registou nove recuperações de posse, seis acções defensivas no meio-campo contrário e incríveis nove desarmes – é já o jogador da Liga NOS com mais “tackles” esta temporada. Não satisfeito, foi o segundo jogador mais rematador, com cinco disparos, apenas atrás de Pedro Gonçalves.
Jogadores em foco
- Nuno Santos 6.8 – O único que, a espaços, foi ameaçando a liderança de Palhinha nos ratings. O extremo trabalhou muito, não se deixou abater pelo terreno pesado e marcou um golo pleno de oportunidade. Terminou o jogo com quatro remates, quatro passes para finalização e ainda três passes ofensivos valiosos.
- João Mário 6.7 – Não se dá por ele, mas a sua influência é enorme. O médio deu critério a todo o jogo do Sporting, apesar do terreno impraticável, terminando com três passes para finalização, três dribles completos em seis, sete recuperações de posse, três desarmes e cinco acções defensivas no meio-campo contrário.
- Daniel Guimarães 6.4 – O melhor dos madeirenses só podia ser o seu guarda-redes, uma vez que o Nacional foi alvo de um… dilúvio ofensivo do “leão”. O brasileiro fez três defesas, todas a remates na sua grande área, duas delas de grande nível de dificuldade.
- Sebastián Coates 6.2 – A quase inexistência nacionalista em termos ofensivos muito se deve à prestação do uruguaio. O central deu poucas veleidades, registando nove recuperações de posse e três intercepções. E ainda completou duas de três tentativas de drible.
- Pedro Gonçalves 6.1 – O goleador máximo da Liga esteve desta vez desinspirado na hora de finalizar, tendo somado duas ocasiões flagrantes falhadas, mas fez a assistência para o 1-0, foi o mais rematador (6), acertou uma vez no poste e somou nove acções com bola na área contrária. Tentou dez vezes o drible, mas só teve sucesso em duas ocasiões.
- Neto 6.1 – O central errou muitos passes (19), mas com aquele relvado seria difícil melhor. Defensivamente esteve sólido, com três duelos aéreos ganhos em cinco, dez recuperações de posse e nove acções defensivas.
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