Braga 2-2 Porto | Sprint “guerreiro” garante empate

Jogo louco na Pedreira. No jogo de maior cartaz da 18ª jornada, que abriu a ronda, Braga e Porto defrontaram-se e empataram 2-2, numa partida que parecia inclinar-se claramente para um lado, mas que terminou de forma emocionante e com um ponto para cada interveniente

Os “dragões” entraram melhor, foram superiores durante a primeira hora, chegaram a uma vantagem confortável de 2-0, mas a expulsão de Jesús Corona e as mexidas acertadas de Carlos Carvalhal, com as entradas de Lucas Piazón e Nico Gaitán, viraram por completo os acontecimentos. Nos últimos minutos, os “guerreiros” marcaram dois golos evitaram a derrota. Este foi o segundo empate consecutivo dos campeões nacionais que, em caso de vitória do Sporting – terça-feira com o Gil Vicente -, poderão ficar a oito pontos da liderança.

O jogo explicado em números

  • Nos homens da casa, Carlos Carvalhal regressou ao esquema de três centrais, com Tormena a entrar e a sair Borja, e Raúl Silva a render Rolando, em relação ao triunfo sobre o Portimonense. João Morais e Fransérgio foram também apostas, bem como Abel Ruiz, com Castro, Piazón e Sporar a ficarem no banco, enquanto do lado portista, Manafá ocupou o lado direito da defesa, Malang Sarr o esquerdo, com Fábio Vieira, Filipe Anderson e Evanilson preteridos por Jesús Corona, Luis Díaz e Moussa Marega.
  • O primeiro lance de perigo pertenceu ao Porto, aos sete minutos, por Mehdi Taremi, que recolheu a bola na área e rematou, com a bola a desviar em Raúl Silva e a sair para canto. Respondeu o Braga aos dez, com Ricardo Esgaio a cruzar e Abel Ruiz a rematar de cabeça, ao lado. A seguir foi Luis Díaz a rematar, mais uma vez com a bola a desviar num defesa e a sair para canto, com muito perigo.
  • Ao primeiro quarto-de-hora, o Porto era a equipa com mais bola (58%), mas as duas formações registavam dois disparos cada uma, nenhum deles enquadrados, e equiparavam-se nas acções com bola na área contrária (duas para cada lado). A muita luta e pressa em fazer as coisas não eram amigas da perfeição no passe, com ambos os conjuntos a apresentarem eficácias abaixo dos 80%.
  • Curiosamente, até à meia-hora o Braga foi a única equipa a acrescentar remates (2) ao seu pecúlio estatístico, e o Porto a única a juntar acções na área contrária (também duas). O Porto mantinha uma certa superioridade na posse (54%) e também nos duelos aéreos na área bracarense, ganhando 75% dos oito lances ofensivos pelo ar.
  • Até que aos 33 minutos, o árbitro assinalou falta de Tormena sobre Marega na grande área e grande penalidade, após consulta do VAR. Sérgio Oliveira (35′), na conversão do lance, não desperdiçou a oportunidade e fez o 1-0, ao quarto remate portista no jogo, primeiro com a direcção da baliza. O seu oitavo golo na Liga.
  • Intervalo Jogo equilibrado na Pedreira, mas com o Porto a mostrar mais ideias para entrar na área bracarense e criar perigo. Olhando para as estatísticas do primeiro tempo, os “dragões” somaram só mais um remate, mas registaram 14 acções com bola na área contrária, contra apenas duas do outro lado. Um dado importante no desequilíbrio do marcador, com o golo a ser apontado por Sérgio Conceição, de penálti. O melhor em campo nesta fase era Mehdi Taremi, com um GoalPoint Rating de 6.4, com dois remates, um passe para finalização, seis acções com bola na área minhota e quatro duelos aéreos ofensivos ganhos… em quatro.
  • O Braga precisava de reagir e assumir o jogo, e conseguiu ter mais bola no arranque do segundo tempo. Mas o Porto estava a conseguir explorar como queria os espaços nas alas do Braga, com Esgaio e Galeno a subirem e os colegas a não conseguirem compensar nas suas costas. Assim, os “azuis-e-brancos” criavam muitos lances de desequilíbrio e ampliaram aos 54 minutos.
  • Excelente trabalho de Corona na esquerda, a fugir a Tormena e, em cima da linha final, a cruzar em jeito para Taremi, no coração da área. Este, sem marcação, “fuzilou” Matheus e apanhou Sérgio Oliveira na liderança dos melhores marcadores do Porto, com oito tentos – isto ao oitavo remate da equipa, segundo enquadrado.
  • Em cima do minuto 60, os “arsenalistas” tinham 71% de posse de bola no segundo tempo, mas só um remate, contra três do anfitrião, que voltava a demonstrar uma eficácia ofensiva assinalável. Contudo, nesta altura, Corona viu o segundo amarelo e foi expulso, deixando os “dragões” reduzidos a dez elementos para a derradeira meia-hora.
  • Carlos Carvalhal procedeu a várias alterações, para atacar os derradeiros minutos, com Nico Gaitán e Lucas Piazón a entrarem para as alas. Ainda assim, os “dragões” continuavam a ter muito mais facilidade em entrar na área contrária (24 acções) e a evitar que os minhotos o fizessem (só seis por volta dos 70 minutos).
  • O Braga conseguiu mesmo aumentar a pressão sobre o Porto, mas a defesa “azul-e-branca” foi mostrando a competência habitual, com Pepe, aos 84 minutos, a evitar um golo certo de Piazón, a cortar de cabeça um remate quase em cima da linha. Mas aos 87 minutos, o tento minhoto aconteceu mesmo.
  • Com o Porto todo na sua área, a bola chegou a Piazón na direita, este cruzou para o coração da área e Fransérgio, com um remate forte, fez o 2-1 – Marchesín quase conseguiu evitar o golo, mas o remate foi potente. Ao 12º disparo, quarto enquadrado, os “guerreiros” reentravam na discussão da partida e aumentavam a pressão sufocante.
  • Assim, já em cima do minuto 95, a um do apito final, mais um lance pela direita, Piazón cruzou de primeira, rasteiro, e Gaitán, ao segundo poste, só teve de encostar para o 2-2. Um tento fabricado pelos dois criativos lançados por Carvalhal no segundo tempo.

O melhor em campo GoalPoint

O “balde de água fria” final para o Porto não tirou a Mehdi Taremi a distinção de MVP da partida. O ponta-de-lança iraniano terminou com um excelente GoalPoint Rating de 8.1, graças não só ao golo que marcou, o seu oitavo na Liga 20/21, mas a tudo o que deu à equipa. Com três remates foi, a par de Fransérgio, o mais rematador, fez dois passes para finalização, três passes ofensivos valiosos, ganhou seis de quatro duelos aéreos ofensivos e somou nove acções com bola na área contrária, mais cinco que o segundo, Marega.

Jogadores em foco

  • Nico Gaitán 6.9 – Apenas 25 minutos em campo, mas um contributo decisivo para o desfecho do encontro. O argentino entrou, mexeu com o jogo, deu um toque de qualidade e marcou o golo do empate, mesmo ao cair do pano. Neste curto período fez três passes para finalização, dois passes ofensivos valiosos, teve sucesso em um de dois cruzamentos e foi a tempo de somar três acções com bola na área portista.
  • Lucas Piazón 6.7 – Tal como Gaitán também jogou os derradeiros 25 minutos, com impacto semelhante. Encostado à direita, fez as duas assistências para os tentos bracarenses, três passes para finalização e quatro passes ofensivos valiosos.
  • Fransérgio 6.4 – Pareceu algo perdido na estratégia inicial do Braga, mas com a transformação da equipa a partir da hora de jogo, também o brasileiro mudou. Marcou um golo, fez três remates e dois desarmes. No passe esteve desinspirado, com apenas 64% de eficácia nos 25 que realizou.
  • Sérgio Oliveira 6.4 – O médio voltou a marcar de grande penalidade e, num jogo em que, além disso, contribuiu menos para momentos ofensivos, destacou-se com impressionantes 11 recuperações de posse, dado o seu posicionamento irrepreensível. E ainda registou três acções defensivas no meio-campo contrário.
  • Matheus Uribe 6.4 – Exibição semelhante à de Sérgio Oliveira, um pouco mais virada para os momentos defensivos, pelo que o colombiano terminou com seis recuperações, quatro desarmes e outras tantas intercepções.
  • Jesús Corona 5.5– Até estava a ser um dos melhores do Porto, mas a expulsão deu uma “talhada” grande no rating. Ainda assim pode gabar-se de ter feito uma assistência, dois passes para finalização, quatro passes ofensivos valiosos e completado quatro de oito tentativas de drible.

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