Benfica 2-0 Famalicão | Entrada “a matar” antes de adormecer

O Benfica recebeu e venceu o Famalicão por 2-0, em jogo da 18ª jornada da Liga NOS. Um resultado conseguido ainda nos primeiros dez minutos, por Darwin Núñez e Otamendi, e que apesar de nunca ter estado verdadeiramente em causa, pelo pouco perigo criado pelos visitantes, não reflecte fielmente o que aconteceu na partida.

A meio do primeiro tempo as “águias” começaram a desligar e entraram em “piloto automático” no segundo tempo, quase que desaparecendo do jogo ofensivamente. Com este resultado, os “encarnados” recuperaram dois pontos em relação a FC Porto e Sporting de Braga, que empataram na Pedreira este domingo.

O jogo explicado em números

  • No regresso de Jorge Jesus ao banco, após recuperar do Covid-19, Darwin Núñez foi a novidade no “onze” titular, no lugar de Pizzi. De resto os mesmos jogadores do empate sem golos ante o Vitória de Guimarães. No Famalicão muitas mudanças em relação à derrota caseira com o Moreirense, com destaque para a entrada de Pêpê Rodrigues para o meio-campo, reforço de Inverno.
  • Excelente entrada do Benfica, a marcar logo aos três minutos, por Darwin Núñez, após uma excelente jogada individual de Everton “Cebolinha”, nesta partida a começar do lado direito. O brasileiro passou vários adversários e, na área, cruzou, com o uruguaio a emendar. Um remate, um golo. E ao segundo disparo, segundo tento. Aos sete minutos, livre da esquerda, Adel Taarabt obrigou Luiz Júnior a grande defesa, mas na recarga, Otamendi empurrou para o seu primeiro golo ao serviço da “águia”.
  • O domínio benfiquista foi total no primeiro quarto-de-hora, com 72% de posse de bola, três remates, todos enquadrados, dois golos, cinco acções com bola na área minhota. O Famalicão, por seu turno, ainda estava a zeros em termos ofensivos e continuava a deixar o Benfica atacar com qualidade. Aos 18 minutos foi Franco Cervi a cruzar da esquerda e Adel Taarabt a cabecear com muito perigo, por cima.
  • A resposta famalicense aconteceu apenas aos 27 minutos, com a bola a chegar a Gil Dias, do lado esquerdo, e este a rematar cruzado. A bola embateu com estrondo no poste esquerdo da baliza de Vlachodimos. Este foi o primeiro remate dos visitantes na partida e, apesar de se começarem a soltar um pouco mais, o encontro atingiu a meia-hora com mais Benfica, a registar 66% de posse, seis remates, quatro à baliza, oito acções com bola na área contrária, 86% de eficácia de passe.
  • Otamendi, em especial pelo golo que apontou, apresentava o melhor rating do jogo nesta fase, um relevante 6.3 que correspondia também a 94% de eficácia de passe (32 completos em 34), sete passes progressivos certos, cinco longos em seis que chegaram ao seu destino.
  • Intervalo Vantagem merecida da “águia” na primeira metade do encontro no Estádio da Luz, essencialmente pelo arranque fulgurante dos comandados de Jorge Jesus. Aos sete minutos já os anfitriões ganhavam por 2-0, golos de Darwin e Otamendi, e apresentavam um futebol fluído e dominador. Só a meio do primeiro tempo os famalicenses equilibraram e começaram a aproximar-se com perigo do último reduto “encarnado”, acertando ao poste, por Gil Dias. A espaços o Benfica voltou a mostrar algumas dificuldades para filtrar jogo adversário a meio-campo, mas ia dando para não se sentir ameaçado no marcador. O melhor aio intervalo era Otamendi, com um GoalPoint Rating de 6.8. O central argentino estreou-se a marcar, acertou 45 de 47 passes, fez oito entregas progressivas certas e completou cinco de seis longas.
  • Os primeiros 15 minutos do segundo tempo foram mornos, sem interesse, intensidade ou lances de verdadeiro perigo. O Benfica continuava a mandar no jogo, com 62% de posse desde o descanso, mas apenas um remate, desenquadrado, o mesmo que os famalicenses. Mas só os visitantes registavam acções com bola na área contrária (2).
  • O “Fama” começou a tomar conta do jogo e a aproveitar-se de uma certa apatia benfiquista, que deixou, aos poucos, de ter intensidade até na reacção à perda e na pressão sobre o adversário. Aos 70 minutos já a equipa forasteira tinha mais um remate (2-1) que os da casa e o único enquadrado, embora para defesa fácil de Vlachodimos.
  • Aos 82 minutos uma perdida incrível de Darwin. Seferovic fugiu pela esquerda, contemporizou e serviu o uruguaio na pequena área. Sem marcação, o jovem atirou por cima… Um lance de golo feito que Darwin ainda estará a pensar como falhou, pois representou expected goals (xG) de 0,71.
  • A segunda parte do Benfica foi fraca, a equipa mostrou-se fisicamente débil e com pouca qualidade nas decisões e até na conclusão de lances aparentemente fáceis. O Famalicão subiu, acreditou, mas não conseguiu materializar a superioridade ofensiva (nove remates a cinco e cinco enquadrados contra um), pelo que os “encarnados” acabaram por capitalizar o excelente início de partida.

O melhor em campo GoalPoint

Por vezes desaparece do jogo, mas quando aparece, a qualidade do brasileiro vem ao de cima. Encostado à direita no início do jogo, Everton arrancou uma jogada de grande nível, logo aos três minutos, passou vários jogadores e, na área, serviu Darwin para o 1-0. Este foi o ponto alto de uma exibição que lhe garantiu a distinção de MVP, com um GoalPoint Rating de 7.0. “Cebolinha” fez ainda um remate, enquadrado, terminou com dois passes para finalização, três passes ofensivos valiosos e completou quatro de seis tentativas de drible.

Jogadores em foco

  • Manuel Ugarte 6.8 – O médio uruguaio, reforço de Inverno do Famalicão, foi o melhor da sua equipa e o segundo melhor no relvado da Luz. Ofensivamente deu um ar da sua graça com dois passes para finalização e defensivamente contribuiu com quatro intercepções, quatro bloqueios de passe/cruzamento e outras tantas acções defensivas no meio-campo benfiquista.
  • Adel Taarabt 6.6 – Jogo esforçado e competente do marroquino, mais lesto na construção e menos precipitado nos momentos defensivos. Taarabt fez dois remates, um enquadrado, e esse disparo acabou por ser defendido por Luiz Júnior, antes de Otamendi emendar para golo. O médio completou ainda 89% dos 54 passes que fez, completou duas de cinco tentativas de drible e registou três desarmes.
  • Álex Grimaldo 6.6 – A boa forma do espanhol continua, mais uma vez demonstrando uma qualidade assinalável nos cruzamentos – teve sucesso em três de seis. Além disso contabilizou cinco passes para finalização, máximo do jogo, e teve êxito em duas de três tentativas de drible.
  • Odysseas Vlachodimos 6.6 – Pois é, o Famalicão acabou a atacar e a rematar na segunda parte, pelo que o grego da baliza do Benfica teve de se aplicar, terminando com cinco defesas, três a remates na sua grande área.
  • Julian Weigl 6.5 – Mais um óptimo jogo do alemão, cada vez mais identificado com os espaços que tem de ocupar e percorrer. Impressionante, como sempre, no passe, tendo completado 80 dos 88 passes que tentou (91%), registou 13 passes progressivos certos, oito longos eficazes em dez, foi o jogador mais interventivo, com o máximo de acções com bola (101), e ainda somou cinco acções defensivas no meio-campo contrário e três desarmes.
  • Nicolás Otamendi 6.3 – Aos poucos o argentino vai consolidando o seu jogo, mais seguro e sem os erros do início da época. Dos 67 passes feitos, teve eficácia em 62 (93%), realizou 12 passes progressivos certos e abrilhantou a prestação individual com o primeiro golo da sua carreira na Luz.

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