Benfica 2-0 Rio Ave | Águia volta a voar

O Benfica regressou às vitórias na Liga NOS, três jogos depois. A formação “encarnada” recebeu e venceu o Rio Ave por 2-0, com os dois golos apontados por Haris Seferovic e Pizzi numa segunda parte de boa qualidade, em contraste com a primeira, na qual os vila-condenses foram bem mais perigosos.

Helton Leite, o poste e alguma desinspiração ofensiva impediram os forasteiros de marcar, e no segundo tempo, as “águias” trocaram a bola com mais velocidade, pressionaram mais à frente e anularam completamente o seu adversário.

 

O jogo explicado em números

  • Jorge Jesus procedeu a três alterações em relação ao “onze” que perdeu 3-2 com o Arsenal. Jan Vertoghen, lesionado, Otamendi, suspenso, e Pizzi, por opção, deram lugar a Jardel (que formou dupla de centrais com Lucas Veríssimo), Luca Waldschmidt e Everton “Cebolinha”.
  • Destaque também para a ausência de Darwin Núñez dos convocados, por lesão. No Rio Ave, a única alteração foi a saída do castigado Nélson Monte e a entrada de Costinha, na lateral-direita.
  • O primeiro lance de grande perigo aconteceu aos nove minutos, quando Everton recolheu na esquerda, flectiu para o meio e, à entrada da área, rematou em jeito e muito colocado, tão colocado que a bola encontrou na barra da baliza de Pawel Kieszek, quase na junção com o poste.
  • O Benfica dominou os primeiros 15 minutos da partida, com mais bola (56%), boa eficácia de passe (88%), em especial o vertical (75%), dois remates, um enquadrado, e já oito acções com bola na área do Rio Ave. Os vila-condenses, por seu turno, tinham uma ideia clara: recuperar a bola e colocá-la rapidamente na frente, para a velocidade de Rafael Camacho e Gelson Dala. E com isto somavam um remate, enquadrado. E aos 21 minutos, grande ocasião para o Rio Ave, com Dala a trabalhar bem na esquerda da grande área e a rematar ao ferro.
  • À meia-hora já os visitantes haviam estancado os problemas defensivos e mantinham o Benfica longe da sua baliza, com os mesmos dois disparos. O Rio Ave não tinha mais do que 40% de posse, mas registava quatro remates, três enquadrados e ameaçavam o golo, mais do que as próprias “águias”.
  • Por esse motivo, Helton Leite, guarda-redes benfiquista, liderava os ratings, com 6.0, fruto de três defesas, uma a menos de oito metros de distância. Ainda assim, aos 32 minutos foi o Benfica a estar perto do golo, com Haris Seferovic a chegar atrasado a um belo cruzamento tenso de Diogo Gonçalves da direita.
  • E aos 40 minutos um grande trabalho “made in Alcochete”. Camacho fugiu pela esquerda, cruzou atrasado e, na grande área, Francisco Geraldes rematou de primeira para grande defesa de Helton Leite, cada vez mais uma das figuras da partida. O empate começava a ser lisonjeiro para os “encarnados” e a desvantagem quase aconteceu pouco depois, quando Lucas Veríssimo e Helton não se entenderam, a bola sobrou para Camacho, que rematou às malhas laterais.
  • Nulo na Luz ao intervalo, mas com hipóteses mais do que suficientes para o marcador já ter funcionado. E a equipa mais perigosa foi mesmo a visitante.
  • O Rio Ave teve menos bola, atacou menos, mas quando o fez, esteve muito perto de marcar em mais do que uma situação, cum uma bola ao ferro e várias defesas de vulto de Helton Leite.
  • Só um erro que deu oportunidade a Camacho para marcar tirou o guardião brasileiro do topo dos GoalPoint Ratings, que chegaram ao intervalo com Adel Taarabt no comando.
  • O marroquino registava um 6.4, fruto 50 acções com bola (máximo do jogo), três passes ofensivos valiosos, dois desarmes e 100% de sucesso nas cinco tentativas de drible.
  • Reentrada forte do Benfica, a pressionar em zonas mais adiantadas, a trocar a bola de forma mais rápida e a criar diversos lances de perigo. O mais claro aos 55 minutos, quando Seferovic aproveitou uma bola perdida na área para rematar. Mas com tudo para facturar, deixou que Kieszek defendesse. O suíço, com quatro remates e duas ocasiões flagrantes, aumentava para 0,9 os seus expected goals (xG), sem conseguir marcar.
  • A aos 58 minutos foi Waldschmidt a surgir frente ao polaco, que mais uma vez negou um golo quase feito aos “encarnados”. Adivinhava-se o golo benfiquista, que acabaria por surgir aos 59 minutos. Mais um bom lance de ataque, Everton, com um toque ligeiro, serviu Seferovic que, desta vez, não falhou. Um golo ao 12º remate dos homens da casa no jogo, quarto enquadrado.
  • À hora de jogo, ou seja, no primeiro quarto-de-hora do segundo tempo, o Benfica já tinha o dobro dos remates (8) que havia registado na primeira parte (4) e o triplo dos enquadrados (3-1), atém de 70% de posse de bola e a esmagadora maioria dos lances de ataque. E aos 71 minutos o golo não apareceu porque, em recarga a um primeiro remate de Seferovic, defendido por Kieszek, Pizzi atirou “para as nuvens”.
  • O relógio batia 75 minutos e o Benfica registava 60% de posse de bola, 14 remates, cinco enquadrados, o Rio Ave 11 disparos, cinco com boa direcção e começava a pressionar mais à frente e a dificultar as saídas dos “encarnados” do seu terço defensivo. Mas aos 78 minutos, os anfitriões ampliaram. Excelente lance de trocas de bola ao primeiro toque, Everton deixou para Pizzi que “fuzilou” a baliza vila-condense. Foi a segunda assistência do brasileiro na partida.
  • Até ao fim o Benfica teve mais alguns bons lances de ataque, com Pizzi perto de bisar, mas o seu remate saiu ligeiramente por cima. O Benfica conseguia, assim, regressar às vitórias, graças à óptima segunda parte realizada, pois na primeira bem pode agradecer a Helton Leite e a alguma fortuna não ter sofrido golos.

 

O melhor em campo GoalPoint

Jogo competente de Adel Taarabt ante o Rio Ave, em especial nos movimentos de desequilíbrio e no um-para-um.

O marroquino foi o melhor em campo esta segunda-feira no Estádio da Luz, com um GoalPoint Rating de 6.9, estando em alguns dos melhores lances ofensivos.

Jogou certa de uma hora, mas o suficiente para somar seis passes ofensivos valiosos e fazer “a cabeça em água” aos adversários no drible, tento completado seis, ou seja, 100%, quatro deles no último terço.

Jogadores em foco

  • Pizzi 6.6 – O internacional luso jogou a última meia-hora, mas o seu impacto no jogo foi imenso. Além do golo que marcou, fez três remates, seis passes ofensivos valiosos, falhou apenas uma de 32 entregas (97% de eficácia), recuperou a bola quatro vezes e somou três acções com bola na área contrária. Teria, certamente, sido o MVP, não tivesse falhado uma ocasião flagrante.
  • Everton “Cebolinha” 6.4 – O internacional brasileiro vai mostrando lampejos da sua qualidade e, nesta partida, esteve uns furos acima dos últimos encontros. Everton fez as duas assistências, registou três passes para finalização, sete passes ofensivos valiosos, teve sucesso em dois de quatro cruzamentos e acumulou seis acções com bola na área. Faltou-lhe um golo, pois a barra negou-lhe esse intento.
  • Diogo Gonçalves 6.4 – O jovem lateral-direito foi um dos mais consistentes do Benfica ao longo da partida, em especial a atacar. Além de uma ocasião flagrante criada em dois passes para finalização – expected assists (xA) de 0,7 -, fez quatro passes ofensivos valiosos, teve sucesso em três de sete cruzamentos e concluiu 45 dos 48 passes (94%).
  • Pawel Kieszek 6.2 – O melhor elemento do Rio Ave, em especial pelo que fez na segunda parte, a evitar golos do Benfica no melhor período dos “encarnados”. Ao todos foram quatro defesas, todas a remates na sua grande área, uma a disparo a menos de oito metros.
  • Julian Weigl 6.2 – Muito bem o alemão nesta partida, a revelar um cada vez melhor posicionamento, que lhe permite a intercepção muitos lances. Ao todo foram quatro intercepções, quatro acções defensivas no meio-campo contrário (máximo do jogo), seis recuperações de posse, nove passes progressivos certos, quatro variações de flanco e 61 passes concluídos, também máximo do encontro.
  • Haris Seferovic 5.0 – O suíço deve, certamente, ser responsável por diversos ataque de nervos dos adeptos benfiquistas. Muito voluntarioso e empenhado, foi o mais rematador da partida, com sete disparos, quatro deles enquadrados, marcou um golo e somou 11 acções com bola na área contrária. Mas conseguiu falhar três ocasiões flagrantes.

 

Resumo

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