A FPF abriu um processo disciplinar a Teodoro Fonseca, dono da SAD do Portimonense, por intermediação ilegal de jogadores em transferências para o FC Porto.
Teodoro Panagopoulos, mais conhecido no mundo do futebol como Teo Fonseca, é o antigo agente de Hulk, ex-futebolista do FC Porto, e atual dono da SAD do Portimonense. Recentemente chegou à atenção da imprensa após documentos do acervo Football Leaks terem mostrado acordos de financiamento ao FC Porto e intermediação ilegal em transferências.
É com base nisto que a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) a instaurou um processo disciplinar ao empresário, a 11 de dezembro do ano passado, escreve o Público. Ao abrigo do Artigo 127.º-B do Regulamento Disciplinar da FPF, qualquer dirigente de clube que “exerça atividade de representação ou intermediação, ocasional ou permanente, é sancionado com a suspensão entre seis meses a dois anos”.
A Autoridade Tributária e o Ministério Público estão a investigar a transferência de Danilo Pereira para o FC Porto. Em 2015, os portistas adquiriram 80% dos direitos económicos do futebolista ao Portimonense, por 2,8 milhões de euros, mais 697 mil euros de “encargos adicionais”, num investimento aproximado de 3,5 milhões de euros.
Dados diferentes foram posteriormente revelados pela Football Leaks, que denuncia um suposto contrato tripartido, estabelecido entre as SAD do Marítimo, Portimonense e FC Porto.
O FC Porto comprometia-se a pagar 3 milhões de euros pelos direitos económicos de Danilo Pereira e a dívida do Marítimo ao Atlético Mineiro, no valor de 1,53 milhões de euros, referente a Kléber, jogador que representou insulares e portistas.
O contrato determinava que a Portimonense SAD “ou alternativamente a FC Porto SAD” terá de pagar 900 mil euros à sociedade Onkant, com quem o Marítimo acordara a cedência de 30% do valor de uma futura transferência de Danilo, escreve o Público.
Embora o agente de Danilo Pereira seja Oliver Cabrera, na lista de intermediários pagos pela SAD portista surge a For Gool, empresa através da qual Teo controla a SAD do Portimonense.
O negócio de Rafa Soares também suscita dúvidas. O FC Porto adquiriu 50% dos direitos económicos do jogador à SAD algarvia por 1,5 milhões de euros. Isto aconteceu apenas seis meses depois de os ‘dragões’ terem alienado a mesma parcela do passe, numa operação que não surge nas contas portistas, mas que não terá tido custos para o Portimonense.
O FC Porto passava a deter 100% do passe do futebolista, mas cinco dias depois, vendeu-o ao Vitória SC por 1,5 milhões de euros – o mesmo valor que pagou ao Portimonense.
Na época seguinte chegaram três jogadores vindos de Portimão: Paulinho, Ewerton e Wilson Manafá.
Os ‘azuis e brancos’ pagaram 3 milhões por 80% do passe de Paulinho. Um mês depois, o médio rescindiu, regressando aos algarvios, mas com o FC Porto a manter 70% dos direitos económicos e o Portimonense a ficar com 10%.
Por Ewerton, o FC Porto pagou 2 milhões de euros por metade do passe do futebolista. Três semanas após assinar, o médio regressou a Portimão por empréstimo.
“Nas contas da SAD do FC Porto relativas ao 1.º semestre de 2019-20, o jogador surge como um ativo na lista dos direitos económicos, mas no relatório anual desse mesmo exercício já não existe nenhuma referência a Ewerton, não se sabendo se ainda pertence aos quadros”, detalha o jornal Público.
A transferência de Shoya Nakajima para o FC Porto também contou com a intermediação de Teodoro Fonseca, que era seu agente.
[sc name=”assina” by=”Daniel Costa, ZAP” ]
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