Encontro relativo à vigésima terceira jornada da primeira divisão nacional do futebol masculino em Portugal. FC Porto recebe FC Paços de Ferreira. Duas equipas do top-5. Deverá ser um jogo agradável. Pois. Mas ali para os lados do Dragão, e nas suas redondezas, ainda estão todos a pensar em Turim e naquela grande noite europeia.
Por falar em grande noite, já começou em Montpellier? Já. Ei! Já começou e já estamos a perder por tantos golos. Vai ser lindo…
Aqui mais perto, no Porto, a equipa da casa entrou em campo tal como tinha entrado contra a Juventus. Sinal de confiança por parte de Sérgio Conceição. E, provavelmente, sinal de gratidão pelo que aconteceu em Itália.
Previa-se um FC Porto superior ao Paços de Ferreira. Mas também se previa um cansaço mais visível do que o habitual nos campeões nacionais. Foi um duelo cansativo na Liga dos Campeões, foi um prolongamento e foi uma sequência longa de dois jogos por semana, ao longo deste ano. E, também durante 2021, só nestes dois meses e meio, os portistas já jogaram mais sete vezes do que os pacenses. O Paços tem menos sete jogos nas pernas do que o adversário.
E curiosamente, na classificação, o Paços estava a sete pontos de distância do adversário, antes desta partida.
Assim, não foi surpreendente a falta de velocidade do FC Porto. Numa primeira parte fraca, os visitantes estiveram muito bem a defender mas também não foi difícil travar um conjunto portista lento e previsível. Pepe ainda esteve perto do golo quase no final do primeiro tempo mas basta referir que, ao longo dos primeiros 45 minutos, o número de remates à baliza do Paços foi…zero.
Música para esta primeira parte? Talvez:
Intervalo no Porto e intervalo em Montpellier. Estamos a perder, mas é por pouco.
Se queria vencer, o campeão tinha que mudar depois do intervalo. E mudou. Mais garra, mais agressividade, e Mbemba acertou no ferro. Marega obrigou o guarda-redes Jordi a mexer-se a sério, pela primeira vez. O Paços nem sabia o que era atacar até então, mas depois Marchesín protagonizou uma grande defesa, perante a tentativa de Marcelo.
Último quarto de hora: caminhamos para o 0-0?
Não. Dois golos em pouco mais de um minuto, de dois capitães e de dois internacionais portugueses, resolveram a questão.
Um senhor jogador assistiu no primeiro e marcou no segundo. Sim, marcou outra vez. Três golos em meia semana. Um senhor jogador que, há uma década, chegou à final de um Mundial de juniores na Colômbia. Mas há muito tempo que Sérgio Oliveira deixou de ser júnior. E há muito que não deve ir à Colômbia.
Pronto, resultado fechado.
E em Montpellier…ganhámos? Ganhámos! Seguem duas vitórias, à mesma hora, para alguém que brilhou na arena ali ao lado durante uma década. Olhemos para cima.
[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira, ZAP” ]
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