Sporting 1-0 Vitória SC | Um só golo garante leão imparável

Mais três importantes pontos. O Sporting recebeu o Vitória de Guimarães e venceu por 1-0, num jogo em que, tirando os derradeiros minutos, dominou por completo, foi sempre mais perigoso e manteve quase sempre os vimaranenses longe da sua baliza.

Gonçalo Inácio, de cabeça, na primeira parte, fez o único golo da partida, que ficou marcada pela estreia de um menino de 16 aninhos acabados de fazer – e que terminou o jogo lágrimas de emoção.

 

O jogo explicado em números

  • Perante o castigo de Sebastián Coates e o teste positivo de Matheus Nunes ao Covid-19, Rúben Amorim apostou em Luís Neto de início, no eixo da defesa, sendo que na frente, Nuno Santos (lesionado) saiu para dar lugar ao jovem Daniel Bragança. Os minhotos apresentaram-se em Alvalade com um esquema de três centrais, com Mikel Agu a recuar no terreno e numa aposta clara na velocidade dos homens da frente, com Marcus Edwards, Rochinha e Óscar Estupiñán a formarem o tridente ofensivo.
  • Aos 15 minutos o primeiro grande lance do encontro. Canto da direita, a bola chegou a João Mário que rematou forte para grande defesa de Bruno Varela. E aos 18 minutos, Pedro Gonçalves voltou a colocar Varela à prova e, logo a seguir, acertou com estrondo à barra da baliza vimaranense.
  • Nos primeiros 20 minutos só deu Sporting. Os “leões” não só tiveram as únicas ocasiões do jogo, como nesta altura registavam 78% de posse de bola, três disparos, dois enquadrados, um na barra, cinco acções com bola na área contrária, cinco acções defensivas no meio-campo contrário e 88% de eficácia de passe. Do outro lado pouco ou nada a registar.
  • Até que aos 26 minutos, Tiago Tomás marcou, a concluir na grande área um magnífico passe de Pedro Gonçalves. Mas o golo foi anulado, após recurso ao VAR, uma vez que a bola havia saído pela linha lateral um pouco antes, quando Pedro Porro conduzia a bola pela direita. E aos 34, os vimaranenses quase marcaram… por duas vezes. Primeiro Marcus Edwards atirou, Antonio Adán defendeu, mas a bola foi à barra. Na sequência do canto, da esquerda, Óscar Estupiñán cabeceou também à barra.
  • Num ápice, o Vitória, perfeitamente inofensivo, esteve duas vezes perto do golo, completamente contra a corrente, uma vez que o Sporting era dono e senhor da partida – aos 35 minutos tinha 73% de posse -, e estava muito melhor no passe (87% de acerto contra pálidos 54% da formação contrária). Só nas acções ofensivas nas áreas o equilíbrio era a nota (6-4).
  • Aos 42 minutos mais um golo anulado ao Sporting, marcado por Gonçalo Inácio, mas desta feita, o VAR funcionou ao contrário e acabou por validar o tento, pois não existiu fora-de-jogo. Um golo ao quinto remate leonino, terceiro com boa direcção, com o jovem central de 19 anos a finalizar de cabeça.
  • Vantagem inteiramente justa da melhor equipa em campo na primeira parte, embora o Vitória pudesse ter feito o marcador funcionar, não tivesse acertado duas vezes na barra.
  • O Sporting dominou por completo, teve mais bola, qualidade na circulação, criou os principais lances do jogo, convertendo um, já perto do descanso.
  • O melhor em campo neste período foi o autor do golo. Gonçalo Inácio atingiu um GoalPoint Rating de 6.8, pelo golo, mas também porque fez dois passes para finalização, ganhou os dois únicos duelos aéreos defensivos em que participou e esteve imparável nas entregas, com 13 passes progressivos eficazes em apenas 45 minutos.
  • Novamente o Sporting a mandar na segunda metade, com 68% de posse nos primeiros 15 minutos, mas sem conseguir criar tanto perigo como na primeira metade. As duas equipas registavam, nesta fase, apenas um remate, sendo que a melhor situação até pertenceu a Estupiñán, que chegou um pouco atrasado para fazer o desvio adequado.
  • O jogo prosseguiu assim, longe das duas balizas, com o Vitória a conseguir o que não havia alcançado na primeira parte, ou seja, controlar melhor as movimentações leoninas e as trocas de bola, reduzindo a quantidade de ocasiões de golo dos homens da casa. Mikel Agu, um médio de origem, nesta partida a central, liderava aos 70 minutos os ratings, com 6.5, com destaque absoluto para quatro intercepções.
  • Destaque total, aos 84 minutos, para a entrada de Dário Essugo, um jovem “leão” de apenas 16 anos, em estreia absoluta na equipa principal do Sporting, substituindo João Mário. Dário celebrou o aniversário há cerca de uma semana e há três dias assinou o seu primeiro contrato profissional.
  • O Vitória terminou o jogo a tentar, a todo o custo, chegar ao empate, conseguindo, no processo, evitar que o Sporting criasse mais lances em transição. Mas no ataque, os minhotos nunca encontraram a forma de criar perigo e somar pelo menos um ponto, pelo que o Sporting somou mais três importantes pontos.

O melhor em campo GoalPoint

Mais um jogo “monstruoso” de João Palhinha, que mais parecia um “polvo”, estendendo a todas as zonas do terreno a sua influência, graças a uma capacidade invulgar para ler o jogo e antever eventuais problemas para resolver. Depois, a sua disponibilidade e capacidade física fazem o resto. O médio-defensivo do Sporting foi o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 6.9. Terceiro em acções com bola (106), Palhinha ganhou dois de três duelos aéreos defensivos e dois de três ofensivos, recuperou oito vezes a posse de bola e – note bem – assinou nove acções com bola no meio-campo contrário e oito desarmes, ambos máximos da partida.

 

Jogadores em foco

  • Mikel Agu 6.9 – O médio – desta vez central – do Vitória ficou a apenas uma centésima do jogador do Sporting. Agu foi uma espécie de “pronto-socorro” dos minhotos, a acudir a todas as vezes que o colectivo se mostrava permeável às investidas leoninas, e não foram poucas. O nigeriano somou quatro desarmes, cinco intercepções e seis alívios, e lá na frente ganhou os dois duelos aéreos ofensivos em que interveio.
  • Gonçalo Inácio 6.4 – Belíssimo jogo do jovem central leonino, e não apenas pelo golo que marcou e decidiu o jogo. Gonçalo completou 88% dos 81 passes que realizou, fez 14 passes progressivos eficazes, 13 dos quais no primeiro tempo, e ganhou os três duelos aéreos defensivos em que participou.
  • Bruno Varela 6.0 – O guardião vimaranense pouco podia fazer no golo sofrido, pois Gonçalo Inácio surgiu a curta distância a rematar com êxito. Ao longo da partida, Bruno Varela esteve seguro, realizando três defesas, e ainda assinou duas saídas pelo solo eficazes.
  • Luís Neto 5.9 – Na ausência de Coates, recaiu no experiente Neto a tarefa de liderar a defesa leonina, e o central cumpriu a preceito. Aos 91% de eficácia de passe juntou 108 acções com bola (segundo valor mais alto), quatro intercepções e superioridade nos quatro duelos aéreos defensivos em que participou.
  • Feddal 5.9 – Outro dos responsáveis pela baliza inviolada dos “leões”. O marroquino esteve em nove duelos aéreos defensivos e ganhou sete, e esteve bem no passe, com dez progressivos eficazes.
  • Dário Essugo 5.0 – Imagina-se com 16 velas acabadas de “soprar” e entrar na equipa principal de um dos “grandes” do futebol português, correndo sérios riscos de ser campeão nacional? Dário não precisou de imaginar, pois viveu essa emoção, ao ponto de acabar o jogo em lágrimas e felicitado por todos os seus colegas de equipa. Nos 11 minutos que esteve em campo registou cinco acções com bola, completou dois de três passes, realizou uma intercepção e ganhou o duelo aéreo defensivo em que participou.

 

Resumo

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