O jogo grande da 24ª jornada da Liga NOS colocou em confronto Braga e Benfica, na Pedreira, e os “encarnados” saíram por cima, com um triunfo por 2-0.
Rafa Silva, ainda na primeira parte, e Haris Seferovic marcaram os golos visitantes, que jogaram mais de meia parte com mais um jogador, após expulsão de Fransérgio antes do intervalo.
Com este desfecho, as “águias” ultrapassaram os bracarenses, chegando ao terceiro lugar, naquela que foi a sexta vitória seguida dos lisboetas em visitas aos “guerreiros” na Liga, e somaram a quinta partida seguida sem sofrer golos.
O jogo explicado em números
- O Sporting de Braga apresentou precisamente o mesmo “onze” com que defrontou (e empatou) o Famalicão na 23ª jornada. Já Jorge Jesus apostou de início num esquema de três centrais, com Jan Vertonghen a regressar e Pedrinho a ficar no banco de suplentes, em comparação com o triunfo sobre o Boavista.
- O jogo prometia ser de estudo mútuo quando, aos dez minutos, Álex Grimaldo isolou-se e, perante Matheus, permitiu a defesa do guardião brasileiro. Uma grande oportunidade para os “encarnados” que foram, no primeiro quarto-de-hora, a equipa que mais se acercou da baliza contrária. Na posse de bola verificava-se um certo equilíbrio (minhotos com 52%), mas os lisboetas eram os únicos com remates (um, o tal de Grimaldo).
- À meia-hora era já claro um maior domínio benfiquista, expresso em 57% de posse, dois remates contra nenhum e mais algumas jogadas interessantes. Os minhotos tentavam explorar as costas da defesa benfiquista, mas até esta altura, os três centrais “encarnados” mostravam-se bem mecanizados e iam resolvendo as situações.
- O melhor nesta fase era, bem a propósito, Nicolás Otamendi, com um rating de 6.0, fruto de 92% de eficácia de passe, 30 acções com bola (máximo do jogo), oito recuperações de posse e relevantes cinco intercepções. Do lado bracarense, aquela defesa ao lance de Grimaldo dava a Matheus a melhor nota, com os mesmos 6.0, mas umas milésimas abaixo do argentino.
- Aos 38 minutos, Matheus voltou a brilhar, ao defender com reflexos apurados um cabeceamento de Haris Seferovic a curta distância. O Benfica voltava a ameaçar, o brasileiro voltava a brilhar. E aos 39 minutos uma grande contrariedade para o Braga. Fransérgio fez falta sobre Rafa Silva e o árbitro mostrou o segundo amarelo, e consequente vermelho, ao médio anfitrião.
- Já nos descontos do primeiro tempo, Otamendi, com um passe mal medido para Helton Leite, deixou a bola à mercê de Lucas Piazón, mas o guardião benfiquista foi rápido a reagir e negou o golo ao brasileiro. Logo a seguir, porém, houve mesmo golo, e para o Benfica. Passe longo, Seferovic protegeu a bola e esperou por Rafa, serviu o veloz extremo e este, perante Matheus, atirou a contar. Golo ao quarto remate das “águias”, terceiro enquadrado. E a seguir veio o intervalo.
- Vantagem benfiquista ao descanso, graças a um golo ao cair do pano da primeira metade, apontado por Rafa Silva, um resultado que acaba por se ajustar ao que se passou nos primeiros 45 minutos.
- Mesmo antes da expulsão de Fransérgio, o Benfica já dominava e acabou por cimentar essa superioridade, chegando ao intervalo com mais bola, mais remates e os melhores lances do encontro.
- Rafa Silva, autor do golo, era melhor em campo, com GoalPoint Rating de 6.5, ele que completou também duas das três tentativas de drible.
- O segundo tempo começou com um forte remate à barra por parte de João Novais, na conversão de um livre directo. Mas quem marcou foi o Benfica. Em cima dos 56 minutos, quando o Braga avançava no terreno e deixava espaços nas costas, desta vez foi Rafa a servir Seferovic e este, com calma, fez o 2-0. Dois remates no segundo tempo para as “águias” um golo.
- Os minhotos tentavam equilibrar o jogo e marcar golo e à hora de jogo tinham os mesmos remates que o Benfica desde o intervalo (três, um enquadrado), mas os “encarnados” continuavam a ter mais bola, algo facilitado pela superioridade numérica. Mas os lisboetas mostravam números interessantes em alguns momentos de desequilíbrio, nomeadamente nas tentativas de drible (15-3, 9-2 eficazes) e nos passes ofensivos valiosos (12-4).
- Aos 67 minutos, mais uma grande defesa de Matheus, desta vez a parar um remate de cabeça de Seferovic (com um “salto de peixe”), suíço que era cada vez mais uma das figuras da partida. E aos 70 o controlo das operações continuava a ser dos “encarnados”; na posse, nas melhores situações, na ocupação e domínio dos espaços.
- Nos derradeiros dez minutos, o Braga aproximou-se cada vez mais do golo e, aos 81, Andraz Sporar, solto na direita da área, rematou forte para grande defesa de Helton Leite, até então seguríssimo na baliza benfiquista. O jogo não estava, de forma alguma, decidido, e o Braga já tinha seis remates nesta fase, mais dois que o Benfica, embora só um enquadrado.
- Mas nos instantes finais, o Benfica passou a trocar mais a bola, sem precipitação, cortando o ritmo do jogo e escondendo o esférico dos homens da casa, e até foi a equipa visitante a estar perto do terceiro, numa excelente jogada de combinação entre Pizzi e Seferovic, com o primeiro a rematar, mas a bola a esbarrar na defesa bracarense, quando já se adivinhava o golo.
O melhor em campo GoalPoint
O extremo do Benfica, Rafa Silva, nem sempre decide bem, o que leva, certamente, ao desespero os adeptos do Benfica.
Mas a forma constante como se integra nos lances ofensivos e emprega intensidade ao seu jogo colocam-no sempre em situação de decidir jogos. E foi o que fez em Braga, formando uma dupla de respeito com Seferovic.
Rafa foi o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 7.5, fruto de um golo, uma assistência, quatro passes ofensivos valiosos, mas também cinco dribles eficazes em nove tentados.
Jogadores em foco
- Haris Seferovic 7.3 – O suíço está em grande forma e respira confiança. Nesta partida começou por assistir Rafa no 1-0 e fez ele próprio o 2-0, aumentando para 14 os seus golos na Liga – está a um de Pedro Gonçalves. Haris rematou três vezes, todas enquadradas com a baliza, criou duas ocasiões flagrantes em dois passes para finalização, fez um passe de ruptura e somou seis acções com bola na área contrária.
- Matheus Magalhães 7.2 – O guarda-redes foi o melhor elemento do Braga. Matheus começou por negar o golo a Grimaldo, isolado, e duas vezes a cabeceamentos de Seferovic. Ao todo somou quatro defesas, três a remates na sua grande área, três a disparos a menos de oito metros de distância.
- Helton Leite 7.0 – Do outro lado também esteve um guarda-redes seguro. O brasileiro do Benfica respondeu sempre com grande tranquilidade, entre os postes e a sair dos mesmos, e até em saídas pelo solo. Somou três defesas, todas a remates na sua grande área, duas a disparos a menos de oito metros.
- Al Musrati 6.5 – Mais um grande jogo do “trinco” líbio, que esteve em todo o lado – como é seu hábito. O médio somou nove recuperações de posse, quatro acções defensivas no meio-campo contrário e outros tantos desarmes (ambos máximos do jogo).
- Adel Taarabt 6.1 – Um dos pontos fortes do Benfica neste jogo foi o seu meio-campo, e a isso não é alheia a exibição do marroquino. Taarabt evitou aquelas entradas a destempo, que desequilibram muitas vezes a equipa benfiquista, e arriscou menos aqueles passes com poucas hipóteses de sucesso. Assim, terminou com 88% de eficácia de passe, nove de risco realizados e nenhum falhado, quatro passes para finalização e uma ocasião flagrante criada, e ainda somou três intercepções.
- Nicolás Otamendi 6.0 – O argentino fez um excelente jogo e a sua nota acaba afectada por aquele passe mal medido que colocou Piazón em situação de marcar. Tirando esse lance, foi um líder na defesa, terminando com o máximo de passes certos (77, correspondendo a 93% de eficácia), e também de passes progressivos completos (12), batendo todos no número de recuperações de posse (16) e intercepções (7).
Resumo
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