A seleção portuguesa de futebol qualificou-se hoje para os oitavos de final do Euro2020, ao empatar 2-2 com a campeã mundial França, em encontro da terceira jornada do Grupo F do Euro2020, na Puskás Arena, em Budapeste.
Cristiano Ronaldo marcou os dois golos lusos, aos 31 e 60 minutos, ambos de penálti, igualando os 109 do recordista mundial, o iraniano Ali Daei, enquanto Karim Benzema faturou duas vezes para os gauleses, aos 45+2, de penálti, e 47.
Com o 2-2 no Alemanha-Hungria, a seleção lusa terminou no terceiro lugar do agrupamento, marcando encontro com a Bélgica nos ‘oitavos’ (domingo, em Sevilha), com quatro pontos, os mesmos da Alemanha, segunda, e menos um do que a França, primeira, com a Hungria a ser eliminada, com dois.
Foi marcar, sofrer, marcar e respirar fundo…
Ufff! Num duelo de loucos, digno de um filme de Hollywood, Portugal empatou a duas bolas diante da França e carimbou presença nos oitavos-de-final deste EURO 2020, onde vai defrontar a Bélgica no próximo domingo em Sevilha.
Benzema e Cristiano Ronaldo, ambos com um bis, foram os autores dos golos. Os gauleses acabaram por assegurar a liderança do grupo, a Alemanha na vice-liderança e os campeões europeus foram um dos quatro melhores terceiros classificados.
A turma das “quinas” surgiu personalizada e não se amedrontou perante o poderio gaulês. Foi paciente quando teve a bola e defendeu como um bloco coeso – algo que não fez diante da Alemanha.
A pressão contrária não era intensa e permitia que os lusos circulassem o esférico e chegassem à baliza contrária várias vezes, e aos 33 minutos registavam cinco remates (quatro enquadrados) contra apenas um dos franceses.
Porém, e já com Portugal em vantagem, uma decisão controversa de Mateu Lahoz permitiu que Benzema respondesse ao golo de Cristiano Ronaldo, deixando tudo em aberto para a etapa complementar.
Um golo de Benzema logo a abrir a segunda metade baralhou as contas nacionais, foram 13 minutos de sofrimento, até ao golo de Cristiano Ronaldo que voltou a retirar Portugal nas “cinzas” onde estava.
O ascendente contrário ganhou expressão e aos 67 minutos, São Rui Patrício negou que o regresso à base ocorresse cedo. Depois, foi sofrer, gerir a posse e controlar o ímpeto gaulês até ao apito final. O mais importante estava alcançado, com muito sofrimento à mistura.
Melhor em Campo
Pogba ganha asas sempre que veste as cores dos campeões mundiais. Com as costas protegidas por Kanté tem liberdade para surgir em todo o lado, esta quarta-feira esteve apagado na primeira parte, mas ressurgiu nos últimos 50 minutos e brilhou com dois remates – um dos quais obrigou Patrício à intervenção da noite.
Além disso, mais uma assistência, que ofereceu a Benzema o 1-2, três passes para finalização, cinco valiosos, falhou apenas três dos 98 passes feitos (eficácia de 97%), completou oito passes aproximativos, somou nove passes longos certos e 104 acções com o esférico.
O MVP teve um GoalPoint Rating de… 7.5.
Destaques de Portugal
Cristiano Ronaldo 6.2 – CR7 nunca tinha marcado à França! Pois bem, na noite desta quarta-feira bisou – Expected Goals (xG) de 1,7 – e foi determinante no desenrolar no “score” final. Ao todo, o capitão, que esta noite igualou o recorde de Ali Daei com 109 tentos internacionais e tornou-se no primeiro jogador português a marcar nos três jogos de uma fase de grupos do EURO, gizou ao todo cinco remates, sete acções na área contrária (máximo na partida) e sofreu três faltas.
Renato Sanches 6.1 – Demonstrou que tem uma vaga no “onze” inicial, assumiu o jogo e a primeira parte roçou a perfeição. Nos 83 minutos que esteve em cena rematou numa ocasião, falhou apenas cinco dos 74 passes feitos (93% de eficácia), teve 95 acções com a bola, foi eficaz nos três dribles que arriscou, recuperou a posse em oito ocasiões (registo que mais ninguém alcançou), sofreu três faltas e realizou três desarmes.
Danilo 5.9 – Saiu lesionado após o choque violento com Lloris que esteve na génese do golo inaugural. Até sair, esteve activo no meio-campo com 30 acções com o esférico, três desarmes e apenas um passe falhado em 23 feitos (96% de eficácia).
Bernardo Silva 5.6 – Mais concentrado do que na partida ante a Alemanha, orquestrou três passes para finalização e quatro passes valiosos e tentou ajudar Nélson Semedo a travar Mbappé, recuperando a posse em sete ocasiões e cometido duas faltas.
Palhinha 5.5– Estreia em alto nível neste EURO. Não acusou a pressão e foi um importante tampão na zona central com três recuperações da posse, três desarmes, demonstrando ainda atrevimento com quatro dribles eficazes em outros tantos tentados e um remate.
Rúben Neves 5.4 – Ajudou a travar o “raide” final gaulês com três recuperações da posse em 21 minutos, um alívio e não falhou nenhum dos nove passes que fez.
Pepe 5.3 – Aos 38 anos continua a jogar em alto nível. Importante nas fases de maior pressão contrária, recuperou a posse cinco vezes, realizou dois desarmes e quatro variações de flanco.
Rúben Dias 5.3 – Reparte com Pepe culpas no segundo golo de Benzema, mas conseguiu aliviar a bola em três ocasiões e esteve bem na primeira fase de construção. Somou 103 acções com a bola, seis passes aproximativos e apenas cinco falhados em 97 tentados.
Diogo Dalot 5.2 – Entrou a frio face à lesão de Nélson Semedo, mas não comprometeu nos 20 minutos em que jogou.
Raphaël Guerreiro 5.1 – Mais preocupado com as missões defensivas, não arriscou no ataque. Realce para os quatro passes longos certos e para as três recuperações da posse que registou.
Rui Patrício 5.0 – Sem culpas nos dois golos sofridos, foi responsável por três intervenções, duas das quais aos 67 minutis, de elevado grau de dificuldade, que negaram a festa a Pogba e segundos depois a Griezmann.
Sérgio Oliveira 5.0 – Mais um estreante nesta fase final do EURO. Ajudou a controlar a posse.
João Moutinho 4.8 – Uma das surpresas no “onze”, ajudou a equipa a “respirar” melhor com a bola, principalmente na primeira parte. Até sair, esgotado, registou dois remates, ambos desenquadrados, 51 acções com a bola, criou uma ocasião flagrante e somou quatro recuperações.
Bruno Fernandes 4.8 – Entrou para actuar no lado direito do ataque. Registou cinco perdas da posse, uma acção defensiva no meio-campo adversário e dez acções com a bola.
Nélson Semedo 4.5 – Sai penalizado pelo lance duvidoso que protagonizou com Mbappé em cima do intervalo, em que o árbitro assinalou grande penalidade. Até sair lesionado, aos 75 minutos, registou dois cruzamentos, quatro desarmes e duas conduções aproximativas.
Diogo Jota 4.4 – Um importante auxílio para Guerreiro – três desarmes e um corte decisivo -, esteve apagado em termos ofensivos.
Destaques da França
Karim Benzema 6.5 – Desde de 2015 que não marcava com a camisola dos “les bleus”. Bisou e esteve em foco, com constantes movimentações, quatro remates, quatro acções com a bola na área portuguesa e três passes valiosos.
N’Golo Kanté 5.8 – O pequeno gigante, qual formiguinha, não deixou créditos por pés alheios e foi um pêndulo no meio-campo francês, acumulando cinco recuperações, levou a melhor nos dois duelos aéreos defensivos em que interveio, registou três desarmes e duas intercepções.
Resumo
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