Além de haver muita discussão à volta da falta que originou o golo da vitória inglesa contra a Dinamarca, segundos antes, Sterling passou por outra bola que estava no relvado do Wembley. Árbitro não interrompeu o jogo.
A Inglaterra conseguiu o apuramento inédito para a final de um Europeu de futebol, mas essa qualificação vai estar sempre associada à grande penalidade que definiu o resultado final (2-1) contra a Dinamarca, na segunda meia-final do Euro 2020.
Na primeira parte do prolongamento, Harry Kane marcou o golo decisivo, no ressalto da grande penalidade, depois de Raheem Sterling ter caído na área, numa arrancada pela direita. O avançado inglês estava junto a Joakim Mæhle e a Mathias Jensen, e a equipa de arbitragem entendeu que Mæhle travou o inglês com uma falta dentro da grande área.
Os protestos dinamarqueses, sobretudo do seu selecionador, aumentaram depois do jogo porque, nessa jogada, havia duas bolas em campo. Quando Sterling estava quase a entrar na área contrária, passou a um ou dois metros da segunda bola, que estava no lado direito do ataque inglês. Um dos suplentes da Dinamarca já tinha avisado o árbitro assistente, mais do que uma vez, mas a jogada prosseguiu. Os suplentes dinamarqueses que aqueciam estavam perto da segunda bola.
“Estamos muito, muito desiludidos porque o jogo decidiu-se daquela forma… Foi uma grande penalidade que não deveria ter sido grande penalidade, isso irrita-me. Eu tinha avisado o quarto árbitro que estavam duas bolas no campo”, contou o selecionador Kasper Hjulmand.
Há a possibilidade de a equipa de arbitragem não ter reparado que estavam duas bolas em campo, mas essa hipótese é pouco provável: Sterling passou muito perto dessa segunda bola e dois dos outros árbitros foram avisados que estava ali a segunda bola.
Assim, resta a segunda possibilidade: o árbitro Danny Makkelie sabia que estava ali uma segunda bola mas não quis parar o jogo.
As regras indicam que, caso haja duas bolas em campo (ou outro objeto estranho no relvado), o árbitro deve interromper imediatamente o jogo se essa segunda bola interferir com a jogada – excetuando o caso em que um golo está iminente. Se o árbitro entender que a segunda bola não faz diferença na jogada em causa, deverá deixar a partida prosseguir e a bola extra será retirada posteriormente, quando for possível.
Ou seja, nestes casos a prioridade é deixar rolar a bola (a que conta).
Ficará sempre a pergunta: Sterling e os perseguidores dinamarqueses passaram junto ao segundo esférico. O jogo deveria ter sido interrompido nesse momento?
Mas também fica outra pergunta, que a transmissão televisiva não esclarece: como é que a segunda bola foi para ali?
[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira, ZAP” ]
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