Adam Gemili protagonizou o momento mais dramático da manhã em Tóquio, mas o destaque vai para o incrível recorde mundial nos 400 metros barreiras.
“Bem, não acredito neste tempo! Não é possível! 45.94! Não pode ser! Não pode ser! Não pode ser! Mas foi” – a reação de Luís Lopes, durante a transmissão em direto na RTP1, diz tudo. A marca de Karsten Warholm na final olímpica dos 400 metros barreiras entra para as melhores de sempre no atletismo.
O norueguês bateu o recorde do mundo (que já era seu), com a marca de 45.94 segundos, a primeira vez que alguém cumpriu os 400 metros com barreiras em menos de 46 segundos – um registo que, há poucos anos, dizia-se que era impossível.
O brasileiro Alison dos Santos, que conseguiu a medalha de bronze, ficou com as mãos na cabeça, incrédulo, depois de passar a linha de meta. E não foi por causa do seu terceiro lugar; foi quando olhou para o ecrã gigante e viu o tempo do vencedor. “Pensei que estava na prova errada”, disse Alison.
Há pouco mais de um mês, Warholm bateu o recorde do mundo que persistia há quase 30 anos, com a marca de 46.70 segundos. Nesta final, o próprio norueguês e o segundo classificado, Rai Benjamin (46.17 segundos), quebraram esse recorde mundial. E o terceiro, Alison dos Santos, ficou muito perto: 46.72 segundos.
Aliás, esta final de “pura ficção”, repetindo palavras de Luís Lopes, teve registos incríveis no seu global: recorde do mundo, segunda melhor marca de sempre, recorde da América do Norte, recorde da América do Sul, seis recordes nacionais e um melhor registo pessoal do ano. Entre os oito participantes, apenas o último classificado não quebrou um recorde.
A comparação é complexa mas esta pode ter sido a melhor final de sempre, com lugar para o recorde mundial mais inesperado de sempre. Não pelo atleta, mas sim pelo tempo.
Britânico infeliz
Foi uma manhã com muito para contar, no Estádio Olímpico de Tóquio. As provas de atletismo, como habitualmente, multiplicaram-se e Nélson Évora, que se lesionou logo no seu primeiro salto, não foi o único infeliz.
O conceituado Adam Gemili, antigo campeão europeu, tentava a presença nas meias-finais dos 200 metros nestes Jogos Olímpicos. Mas teve a infelicidade de, na quarta eliminatória, se lesionar logo no arranque.
Chorou, ficou desolado, mas chegou ao fim da prova, na sua linha número sete. Fez todo o percurso a pé, a coxear, mas terminou, com o registo insólito de 1:58.58 minutos, quase dois minutos.
O vencedor da sua eliminatória, Erriyon Knighton, conseguiu a marca de 20.55 segundos.
[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira, ZAP” ]
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