O Porto somou a segunda vitória na Liga 21/22 em Famalicão, num jogo que parecia inicialmente encaminhado para a vitória tranquila mas que terminou com os “azuis-e-brancos” suspensos nas linhas do VAR, após forte reacção do FAMA na segunda parte.
Pelo caminho, Toni Martínez aproveitou para, mais uma vez, mostrar que é possível decidir jogos e “cansar os defesas” com golos.
Os “dragões” entraram forte, a querer resolver rápido. Otávio forneceu os primeiros passes para remate de Martínez e Taremi mas seriam precisamente os dois avançados a combinar para o inaugurar do marcador, com o iraniano a servir o espanhol para o primeiro da tarde.
Com 20 minutos de jogo o FCP somava quatro remates, 0.7 de Expected Goals e 70% de posse, sem que o Fama tivesse sequer somado uma acção na área portista.
Os últimos 15 minutos trariam um Famalicão mais afoito e perigoso, após uma “pausa Manafá” que pareceu refrescar apenas os da casa até que… Otávio, mais uma vez ele, lançar Martínez para o bis, aos 42.
Nova pausa para descanso (intervalo), nova quebra “azu-e-branca” mas agora com consequências no martador: 10 minutos após o reatamento Ricielli cabeceava para o golo minhoto, com assistência de Diogo Figueiras.
O FAMA continuaria a apertar os “dragões” até que Conceição reagiu e usou as opções do banco para tentar equilibrar a equipa (Martínez saiu aos 71′), acabando por segurar a vitória, embora terminando com o “credo na boca”, suspensso na decisão do VAR que anulou o golo minhoto que teria dado o empate, já nos descontos.
Melhor em Campo
Resolveu o jogo tão cedo como o abandonou (67 minutos). Toni Martínez foi o mais rematador (5) e o jogador com mais acções com bola na área (7), quase sempre solicitado em passe vertical e, na maioria das vezes, pelo seu fornecedor preferido, Otávio Monteiro.
Pelo caminho concluiu com sucesso os dois dribles que tentou. Provavelmente já poucos choram Marega mas não faltarão portistas que choram o facto de Toni Martínez ter andado quase toda uma época tapado pelo maliano.
Destaques do FC Porto
Otávio Monteiro 7.2 – A formiga do costume. O seu rendimento médio é um bom exemplo de como boa parte do mercado ainda dorme, perante as evidências estatísticas. Foi protagonista da melhor fase do Porto, com passes açucarados, até que acabou mesmo por assistir Martínez, repetindo o que já tinha feito na primeira jornada. Saiu aos 81′ liderando em passes para finalização (3), passes aproximativos (5), dois desarmes em três tentados e quatro acções defensivas no meio-campo adversário (três delas desarmes).
Mehdi Taremi 7.2 – Não tendo o protagonismo de Toni a verdade é que o iraniano raramente joga mal. Assistiu o espanhol para o primeiro, marcando uma tendência de jogo que consolidaria, ao somar tantos passes para finalização (3) quantos os remates que ensaiou.
Chancel Mbemba 6.1 – Não se fala muito dele e isso muitas vezes é bom. Voltou a fazer boa dupla com Pepe, tanto no acerto do passe como na hora de defender, com cinco acções defensivas.
Bruno Costa 5.8 – Novo jogo positivo do médio, sobretudo na primeira parte. Igualou Otávio no top de passes aproximativos (5), ele que distribuiu 54 bolas com 93% de eficácia acertando todos os sete passes longos que tentou. Só lhe falta um pouco mais de “baliza”, como no Paços, para se dar ainda mais por ele, resta saber se Conceição lhe pede tal coisa.
Luis Díaz 5.7 – Ainda devia estar cansado da boa exibição no Dragão pois mal se viu: nenhum remate, apenas um passe para finalização, um drible em três tentativas, ensaiou duas conduções com bola. Mesmo assim jogou os 90 minutos.
João Mário 5.3 – Também ele mais apagado do que na estreia da Liga, sem números vistosos seja ofensivos ou defensivos, destacou-se sobretudo ao ser o jogador que mais vezes (3) ensaiou conduções aproximativas.
Mateus Uribe 5.0 – Continua a ser o mesmo trabalhador (quatro desarmes) mas ainda não está ao nível que nos habituou: foi o jogador mais vezes ultrapassado em drible (3), duas delas em “zona proibida” (1º terço defensivo).
Wilson Manafá 4.7 – Começou bem a partida, nem parecia estar muito calor, mas se o objectivo era contrariar a piada do mister a verdade é que não conseguiu. Saiu aos 71 minutos, com o rating mais baixo entre os portistas nesse momento, quando Conceição quis estancar a maior iniciativa minhota. Pela positiva destacou-se no bloqueio de passes e remates (3) mas falhou seis passes em zona de risco, o registo mais alto quando recolheu ao banco.
Destaques do Famalicão
Riccieli 6.8 – Fez muito mais do que apenas relançar o jogo, de cabeça. O central esteve forte na fase mais frágil dos minhotos, acumulando acções defensivas, em especial alívios (8) e vencendo os cinco duelos aéreos defensivos que travou. E ainda desarmou três “dragões”:
D. Figueiras 5.7 – O lateral assistiu Riccieli num dos seus dois cruzamentos, ambos certeiros. Na defesa somou dois desarmes e duas intercepções, com alerta pela negativa apenas para as perdas de posse excessivas, ainda no seu terço defensivo.
Resumo
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