Benfica 2-1 Tondela | Águia destapa manta e voa na Luz

Na antevisão à partida deste domingo, o treinador do Tondela disse o seguinte: “Quando a manta é curta, às vezes tapas os pés e deixas a cabeça fora e o inverso, mas vamos tentar que a manta alargue o mais possível”, atirou Pako Ayestarán.

Até aos 71 minutos, a manta beirã foi mantendo o marcador a zeros, mas Rafa empatou o duelo e, a dois minutos dos 90, Gilberto deu a volta ao marcador, que tinha sido inaugurado por Salvador Agra na etapa inicial.

Eficácia máxima dos tondelenses, que abriram a contagem na primeira e única vez que visaram o alvo na etapa inicial.

Marcava o relógio o minuto 22 quando João Pedro abriu o caminho que Salvador Agra desbravou rumo ao golo, aproveitando o imenso espaço deixado por Grimaldo e Vertonghen no lado esquerdo da defensiva.

Com o bloco bem coordenado e deixando pouca margem de manobra aos “encarnados”, os forasteiros foram aguentando a vantagem e só tiveram de suar a dois minutos do intervalo, altura em que Niasse voou e deteve um “tiro” de João Mário.

As “águias” com sete novidades no “onze” relativamente ao duelo frente ao PSV – André Almeida, Vetonghen, Pizzi, Meitë, Everton, Darwin e Gonçalo Ramos ocuparam as vagas de Gilberto, Otamendi, Morato, Weigl, Taarabt, Rafa e Yaremchuk – regressaram ao 1x4x4x2, foram lentas, previsíveis, demonstraram imensas dificuldades em articular as investidas atacantes e foram esbarrando sucessivamente no “muro” amarelo.

João Mário 6.5 acabou a primeira metade com o já citado remate, quatro passes valiosos, apenas dois passes falhados em 39 feitos (95% de eficácia), duas acções com a bola na área adversária, acções defensivas no meio-campo adversário e três intercepções.

Com a equipa em desvantagem, Jorge Jesus foi ao banco descobrir a chave da fortuna “encarnada”.

O treinador teve de mexer e acertou nas escolhas de Gilberto, Weigl e Rafa, eleitos para substituir André Almeida, Meitë e Pizzi. A “águia” ganhou um novo fôlego, foi mais veloz, organizada, paciente e ao mesmo tempo imprevisível.

Após diversas tentativas conseguiu dar a volta ao contexto: Rafa empatou e Gilberto assinou o 2-1 final. Nestas quatro jornadas, os lisboetas marcaram sempre duas vezes.

Os “encarnados” assumiram a liderança isolada da prova e terminaram este mês de Agosto com seis triunfos e um empate que soube a ouro. O Tondela, após uma estreia auspiciosa, sofreu o terceiro desaire na competição.

Melhor em Campo

João Mário caiu que nem uma luva na Luz e já é uma peça-chave nas “águias”. Após uma primeira parte em que foi dos poucos a remar contra a maré de desacerto e desinspiração, surgiu na etapa final mais descaído sobre o corredor direito e foi aí que esteve umbilicalmente ligado aos dois tentos que mudaram a história da partida.

Primeiro, apontou o canto que redundou no empate e a fechar combinou com Gilberto para o 2-1. Em suma, o estratega foi autor de três remates (dois enquadrados), cinco passes para finalização (máximo no jogo), sete passes valiosos, acertou cinco passes longos, cinco aproximativos e teve 114 acções com o esférico, registo que mais ninguém obteve.

Ainda teve fôlego para realizar três acções defensivas no meio-campo adversário, três intercepções, foi travado em falta em outras tantas ocasiões e leva para casa um GoalPoint Rating de 8.4.

Destaques do Benfica

Gilberto 6.8 – Foi um trunfos de JJ, deu outra fluidez ao jogo da equipa, falhou um golo cantado (47′), mas vestiu a capa de herói com um tento salvador. Destaque, ainda, para os seis passes aproximativos, duas conduções aproximativas e três acções com bola na área contrária que fez.

Rafa 6.5 – Ligou o turbo e deixou a defensiva tondelense à nora com um golo, sete passes valiosos, sete passes aproximativos recebidos e cinco acções com o esférico na área adversária.

Weigl 6.4 – Por onde andam os “hatters” do alemão? Deu outra cadência e dinâmica a partir da zona central, assistiu Rafa para o empate, falhou apenas dois passes em 56 tentados (96% de eficácia), gizou seis passes aproximativos, variou o flanco com acerto quatro vezes e contabilizou quatro acções defensivas no meio-campo do Tondela.

Lucas Veríssimo 6.4 – Após a expulsão em Eindhoven, voltou a titular, destaque para as nove recuperações da posse, três intercepções e dois remates.

Grimaldo 6.1 – Reparte com Vertonghen culpas no golo sofrido, mas recuperou a bola 11 vezes e desperdiçou uma ocasião flagrante.

Vertonghen 5.9 – De volta ao “onze”, não se entendeu com Grimaldo aos 22 minutos, mas foi importante na reacção da equipa com dois remates, sete passes longos centos em 11 tentado e oito recuperações.

Gonçalo Ramos 5.7 – Mais participativo na segunda metade, esteve próximo de marcar aos 54 minutos – Niasse defendeu -, recebeu 12 passes aproximativos (máximo no jogo), ofereceu três passes para finalização e seis ofensivos valiosos.

Everton 5.5 – Uma sombra do craque que encantou no Grémio e na selecção brasileira. Lento, previsível nos movimentos e sem confiança para assumir um contra um – dois dribles com êxito em seis. Ainda assim, rematou quatro vezes, fez seis passes valiosos e seis aproximativos.

Meïté 5.4 – Saiu ao intervalo com a folha de serviços a registar duas faltas sofridas, quatro passes falhados em 36 (eficácia de 89%) e 45 acções com a bola. Foi mais vítima do que réu.

Darwin Núñez 5.3 – Ainda a ganhar forma, saiu do terreno aos 60 minutos, com quatro remates e sete acções com a bola na área tondelense, números que mais ninguém alcançou esta tarde.

Seferovic 5.2 – Vinte e cinco dias após a lesão em Moscovo, regressou e actuou cerca de 19 minutos. Realce para as oito acções com o esférico que protagonizou.

Rodrigo Pinho 5.1 – Estreia oficial de águia ao peito, nem sempre tomou as melhores decisões – quatro perdas em 13 posses. Rematou por uma vez e fez dois passes valiosos.

Vlachodimos 4.7 – Na primeira vez que o Tondela, rematou à baliza, marcou. Bem se esticou, mas não conseguiu deter o tiro de Agra. Na fase final, defendeu a tentativa de Rafael Barbosa na única intervenção que registou no encontro.

Destaques do Tondela

Niasse 6.9 – O gigante senegalês foi uma espécie de muro no relvado da Luz e tudo fez para que o resultado fosse outro. Das seis intervenções que protagonizou, quatro foram em remates que decorreram no interior da área dos visitantes.

Jota 6.4 – Foi um dos esteios da equipa e terminou o duelo com cinco passes longos, outros tantos aproximativos, quatro duelos aéreos defensivos ganhos em outras tantas tentativas e oito alívios (máximo na partida).

Eduardo Quaresma 6.2 – Não conseguiu travar Gilberto no lance do 2-1, mas rubricou uma exibição positiva na qual se destacam dois dribles eficazes em outros dois tentados, sete recuperações da posse, quatro intercepções e dois remates bloqueados.

Resumo

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