Os documentos pirateados pelo hacker Rui Pinto no âmbito do chamado “Futebol Leaks” estão a ser utilizados pelas autoridades judiciais para investigar os negócios entre FC Porto e Portimonense, em torno de suspeitas de fraude fiscal e branqueamento de capitais.
Rui Pinto está a colaborar com a Polícia Judiciária (PJ) em diversos processos judiciais depois de ter sido detido no âmbito do “Football Leaks”, onde foi acusado de um total de 90 crimes, incluindo acesso indevido e violação de correspondência.
Mas o hacker tem estado a colaborar com a Justiça e pode, agora, ser decisivo nas investigações aos negócios entre o FC Porto e o Portimonense.
O Correio da Manhã (CM) aponta que a PJ apreendeu “vários documentos relevantes” na semana passada, em buscas efectuadas no clube algarvio. Essas buscas terão resultado de investigações que contaram com a colaboração de Rui Pinto que já assumiu ser portista.
O hacker “forneceu inúmera documentação que indicia que muitos negócios entre o Portimonense e o FC Porto mais não foram do que financiamentos encapotados de Theodoro Fonseca à SAD azul-e-branca”, aponta o CM.
Theodoro Fonseca é o actual accionista maioritário do Portimonense e é um dos alvos da justiça nas investigações que também envolvem a SAD portista.
Em causa estão negócios como a venda de Hulk ao Zenit, intermediada pela empresa For Gool através da qual Theodoro Fonseca controla a SAD do Portimonense. O negócio rendeu-lhe 13 milhões de euros e as verbas foram divididas por várias sociedades com sede em paraísos fiscais.
Comissões de Pedro Pinho sob suspeita
Há outros negócios feitos pelo FC Porto que estão também a ser investigados pelas autoridades, nomeadamente envolvendo o empresário Pedro Pinho. Em causa estão comissões que estão a ser vistas como possíveis “luvas”.
Pedro Pinho está a ser investigado no processo Cartão Vermelho, onde o suspeito principal é Luís Filipe Vieira.
Entre os negócios implicados, neste caso, está a venda de Zé Luís ao Spartak de Moscovo, em Junho de 2019, por cerca de 10,7 milhões de euros. Contudo, o FC Porto pagou mais 1,4 milhões de euros em comissões.
O negócio foi intermediado pelo empresário José Fouto, através da agência Socas Investiment, Lda., mas este terá pago uma comissão de 333 mil euros a Pedro Pinho, como refere o CM.
Também a venda de Fábio Silva ao Wolverhampton por 40 milhões de euros estará a ser investigada. O FC Porto só lucrou 25 milhões com o negócio numa transferência mediada por Jorge Mendes, mas onde, mais uma vez, terá sido paga uma comissão a Pedro Pinho.
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