A dívida do FC Porto ao Novo Banco está na lista de créditos de risco abrangidos pelo Acordo de Capitalização Contingente com que Fundo de Resolução compensa os bancos por perdas em empréstimos. Por outro lado, resultados financeiros positivos tiraram o clube da jurisdição do Fair-Play Financeiro da UEFA.
A dívida de cerca de 20 milhões de euros do Grupo FC Porto ao Novo Banco (NB) está na lista de créditos de risco abrangidos pelo Acordo de Capitalização Contingente (ACC) com o qual o Fundo de Resolução (FdR) compensa os bancos por perdas geradas por empréstimos e créditos mal parados, revela este sábado o Correio da Manhã.
Segundo apurou o jornal, a dívida terá sido incluída na lista de créditos de risco do ACC por imposição do fundo norte-americano Lone Star, que comprou o Novo Banco em 2017, porque no âmbito da negociação da venda, as duas partes não chegaram a acordo sobre o valor do crédito do Grupo FC Porto.
O fundo norte-americano sustentou na altura que o Novo Banco estava proibido de conceder créditos ao futebol, pelo que a dívida do FC Porto deveria ser colocada na lista de créditos do ACC e compensada pelo Fundo de Resolução, entidade pública com 25% do capital social do banco.
A dívida do Grupo FC Porto ao Novo Banco é relativa a créditos concedidos à Porto SAD e à Porto Comercial, e tem sido paga — pelo que o seu valor atual será bastante inferior e não deu perdas ao Novo Banco nem ao ACC.
Ouvida pelo jornal, fonte oficial do clube azul e branco garantiu que “o FC Porto está a cumprir todos os créditos com o Novo Banco e com todos os bancos”.
Os 19 maiores devedores causaram ao Novo Banco, entre julho de 2016 e até ao fim de 2018, perdas de quase 1,26 mil milhões de euros. Através Acordo de Capitalização Contingente (ACC), o Fundo de Resolução compensou o Novo Banco por estes prejuízos.
Livre do Fair-Play financeiro
Os resultados positivos de cerca de 30 milhões de euros que o FC Porto vai no apresentar no próximo relatório e contas permitem ao clube azul e branco deixar de estar sob a jurisdição do Fair-Play Financeiro da UEFA, revela este sábado o jornal O Jogo.
Apesar de a apresentação dos resultados financeiros, que deverá ocorrer apenas dentro de algumas semanas, ainda não ter sido feita, o clube está já oficialmente livre da jurisdição da UEFA, diz o jornal. O FC Porto deixa assim de ter de prestar contas regulares e desaparecem os limites à inscrição de jogadores na Liga dos Campeões.
Introduzido em 2010 pela UEFA, o sistema de Fair-Play Financeiro foi implementado pelo organismo máximo que regula o futebol europeu com a intenção de obrigar os clubes a gastar dentro de suas possibilidades económicas e impedir que contraiam dúvidas que poderiam colocar a sua existência em risco.
O sistema obriga os clubes a fazer prova de que são sustentáveis, sendo impedidos de investir em contratações por valores desproporcionados face às receitas próprias geradas pela sua atividade.
Ao abrigo deste sistema, vários clubes europeus (entre os quais Manchester City, Barcelona e FC Porto) foram nos últimos anos obrigados a conter despesas ou impedidos de contratar novos jogadores. Alguns clubes foram mesmo impedidos de participar nas competições europeias por não pagarem o salário aos jogadores ou verbas a outros clubes.
Apesar de se ter libertado do jugo do Fair-Play Financeiro da UEFA, o FC Porto não está no entanto livre da necessidade de vender, diz O Jogo.
Ao contrário do que tem sido habitual nos últimos anos, e do que aconteceu com Benfica e Sporting, o FC Porto não realizou neste defeso nenhuma venda significativa.
Apesar de algumas sondagens e até contactos oficiais com clubes italianos, as expectativas iniciais de vender Sérgio Oliveira acabaram por não se concretizar, e o capitão portista vai manter-se no clube — pelo menos até janeiro.
O internacional colombiano Luis Díaz brilhou na Copa América e viu o seu valor de mercado aumentar significativamente, mas a SAD portista rejeitou ofertas na ordem dos 30 milhões de euros pelo extremo, apostando na sua continuidade na equipa por pelo menos mais uma época.
Finalmente, Jesus “Tecatito” Corona. O extremo internacional mexicano encontra-se em fim de contrato, e o FC Porto detém apenas 66% do seu passe, pelo que as propostas entre 10 e 12 milhões de euros que foram chegando de Espanha, muito abaixo do valor de mercado do jogador, foram consideradas pela SAD insuficientes para o libertar.
Sem a liquidez financeira que uma grande venda poderia proporcionar, o FC Porto foi obrigado a maior contenção nos investimentos na equipa — compensada na vertente desportiva com três titulares indiscutíveis que permanecem no plantel, que poderão ajudar a trazer as receitas extra de uma boa Champions.
Mas, considera o Jogo, deverá ser fundamental para a SAD portista negociar pelo menos um destes jogadores durante a próxima janela de transferências, em janeiro. Na altura, Corona terá provavelmente contrato assinado com outro clube — e as alternativas estarão reduzidas a Sérgio Oliveira ou Luis Díaz.
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