O principal adversário de Luís Filipe Vieira nas últimas eleições do Benfica anunciou, esta quinta-feira, que não vai ser candidato no próximo ato eleitoral.
“Tomei a decisão de não me candidatar. Foi uma das decisões mais difíceis da minha vida. Esta decisão tem a ver com fortes razões familiares e profissionais. As circunstâncias atuais da minha vida não me permitem uma recandidatura”, disse João Noronha Lopes, em conferência de imprensa, citado pela rádio Renascença.
O empresário assumiu que ponderou voltar a candidatar-se, “face às circunstâncias graves que levaram à saída do anterior presidente”, mas que considerou que o clube merece agora “um presidente a tempo inteiro”.
“Candidatei-me às últimas eleições porque considerei que era necessário virar a página e lutar por um Benfica mais credível. Denunciei os vícios do Vieirismo e os riscos que o nosso clube corria. Na noite da votação, disse que não seria candidato. Falei o que pensava. Sabia e sei que o Benfica merece um presidente a tempo inteiro, e achava que essas circunstâncias na minha vida não se iam repetir”, explicou o gestor.
Tal como já tinha acontecido há uns dias, o benfiquista criticou as regras do próximo ato eleitoral, acusando de estar a ser tudo “feito à pressa”.
“As regras das eleições apenas vão ser conhecidas a três semanas do dia da votação. O problema não é das eleições serem cedo demais, é de serem feitas à pressa e sem que se conheçam as regras com as quais vão decorrer. Infelizmente, estes sinais não sugerem uma mudança face às práticas que condenámos no passado. O que reforça a minha convicção de que quem fez parte do passado recente do Benfica não tem condições para construir o seu futuro”, acusou.
Noronha Lopes anunciou ainda que o atual presidente, Rui Costa, não contará com o seu apoio. “Tenho admiração por Rui Costa enquanto jogador. Enquanto dirigente não o vou apoiar”, assumiu, citado pela mesma rádio.
Recorde-se que o gestor saiu derrotado do último ato eleitoral, em outubro do ano passado, no qual conseguiu 34% dos votos. Luís Filipe Vieira venceu com cerca de 62%.
No início deste mês, o presidente da Mesa da Assembleia-Geral do Benfica anunciou que decidiu as próximas eleições seriam realizadas no próximo dia 9 de outubro.
Luís Filipe Vieira foi um dos quatro detidos, no início de julho, numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado, a SAD do Benfica e o Novo Banco.
O ex-presidente, que acabou por apresentar a sua demissão, sendo substituído por Rui Costa, está indiciado por abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais, fraude fiscal e abuso de informação.
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