O Liverpool é uma espécie de “besta” em tons de “red” para o FC Porto. Em nove jogos oficiais, os “azuis-e-brancos” nunca venceram, somando 3 empates e 6 derrotas, a mais recente foi pesadíssima e ocorreu na noite desta terça-feira no Estádio do Dragão, em partida relativa à 2.ª jornada do Grupo B da Liga dos Campeões.
O pesadelo portista começou ainda durante o aquecimento, altura em que Pepe se ressentiu da lesão que o tem afastado dos relvados nas últimas semanas, prosseguiu no início do encontro, quando o influente Otávio teve de abandonar o terreno de jogo lesionado, e continuou a partir dos 18 minutos, altura em os ingleses começaram a construir a goleada no 200º encontro portista na prova.
Com um ponto em dois jogos, os vice-campeões nacionais terão duas finais antecipadas nos próximos confrontos com o AC Milan.
Minuto 18. Na primeira vez que os “reds” fizeram uma incursão perigosa na área portista, marcaram. Curtis Jones rematou, Diogo Costa defendeu de forma incompleta, Zaidu, infeliz, não conseguiu afastar a bola, que sobrou para Salah, e este só teve o trabalho de encostar para o fundo das redes.
A partir deste momento, os “reds” assumiram o comando do jogo e, com um futebol veloz e incisivo, os homens de Klopp colocavam em poucos segundos vários elementos em zonas de finalização.
As oportunidades forasteiras foram-se sucedendo até que, em cima do intervalo, em mais uma má leitura da defensiva “azul-e-branca”, Mané dilatou a vantagem.
Com dificuldades em superar a pressão alta inglesa, os vice-campeões nacionais apenas por duas vezes ameaçaram o reduto adversário, ambas protagonizadas por Luis Díaz. A somar a tudo isto, que já não era pouco, as lesões de Pepe (que ressentiu-se no aquecimento) e de Otávio (saiu aos 13’).
Mané era o melhor ao intervalo 6.5. O primeiro elemento do FC Porto a surgir nesta lista, após todos os 11 jogadores do Liverpool, era Otávio 5.3, que pouco jogou.
Ao intervalo, Toni Martínez ficou nas cabines e entrou Grujic, numa tentativa de reforçar o “miolo”, mas nem assim o FC Porto conseguiu encontrar o antídoto para a voracidade dos contrários que, insaciáveis, foram atrás de mais golos.
Chegaram ao terceiro, através de Salah, Taremi ainda reduziu, mas o “suplente” Firmino bisou e carimbou o 1-5 final, num recital da equipa visitante, que atropelou o “dragão” em casa, numa superioridade que não deixou margem para quaisquer dúvidas.
O Liverpool, recorde-se, tinha vencido de forma categórica nas duas últimas visitas à Cidade Invicta: 0-5 na época 2017/18 e 1-4 em 2018/19.
Melhor em Campo
Uma locomotiva pelo flanco canhoto. Robertson – afinal é lateral, extremo ou um misto dos dois? – parece estar a recuperar a forma que o consagrou e esteve em grande. Sempre em alta rotação, subiu e desceu diversas vezes.
Ao todo, contabilizou os seguintes números: um remate, uma ocasião flagrante falhada, duas ocasiões flagrantes criadas, três passes para finalização, sete passes valiosos, cinco cruzamentos, nove passes aproximativos, 100% de eficácia nos quatro dribles feitos, sete conduções aproximativas e seis posses de bola recuperadas.
O título de MVP, com um GoalPoint Rating de 8.1, assenta-lhe na perfeição.
Destaques do Porto
Marcano 5.8 – Apesar dos cinco golos consentidos, o espanhol foi o melhor dos “dragões em cena”. Levou a melhor nos cinco duelos aéreos defensivos em que interveio, averbando ainda nove alívios (máximo no jogo) e bloqueou dois remates.
Otávio 5.3 – Poderá parecer estranho, mas em apenas 13 minutos teve o segundo melhor rating entre todos os jogadores utilizados por Conceição. Teve oito acções com o esférico, duas recuperações da posse e dois desarmes.
Diogo Costa 5.2 – Tem culpas no lance que resultou no 1-4 e não comunicou com Fábio Cardoso na jogada do 0-2. Das oito defesas que protagonizou, três foram já no interior da área,
Luis Díaz 5.0 – Foram dele os primeiros dois remates da equipa. Sem bola não conseguiu acelerar e desequilibrar. Dos oito dribles tentados, apenas acertou dois, registou quatro maus controlos de bola e consentiu dois desarmes.
Wendell 5.0 – Lançado nos últimos 35 minutos, teve três desarmes e bloqueou dois passes/cruzamentos.
Fábio Cardoso 4.9 – Estreia de fogo do central de dragão ao peito, ele que foi chamado à última hora para fazer de Pepe. Não conseguiu a travar o vendaval dos “reds”, fica mal na fotografia no lance do 0-2. O melhor foram os sete alívios contabilizados, tendo perdido cinco passes de risco.
Taremi 4.8 – Ainda deu algumas esperanças à equipa, que rapidamente se desvaneceram. Vai ter pesadelos com Matip, registando 11 perdas de bola, dois maus controlos e quatro dribles consentidos.
Vitinha 4.8 – Antes do golo de Taremi, foi dele o remate mais perigoso da equipa até então. Tentou dar algum critério à equipa (17 passes certos em 19 tentados e 22 acções com a bola).
Zaidu 4.7 – Fica ligado ao tento inaugural com um corte insuficiente que Salah aproveitou.
Corona 4.6 – Sentiu imensas dificuldades em conter o ímpeto de Robertson. Quatro passes de risco falhados e 15 perdas de bola registadas.
Sérgio Oliveira 4.6 – Fica umbilicalmente ligado ao lance do 0-3, quando perdeu a bola em zona proibitiva.
Fábio Vieira 4.5 – O melhor, a assistência para Taremi. Entrou a frio, tendo acumulado 16 perdas da posse, três desarmes sofridos e outros tantos maus controlos de bola.
Uribe 4.3 – Foi o elemento com o pior registo da noite, com quatro perdas da posse no primeiro terço do terreno, dois desarmes sofridos e outros tantos maus controlos de posse.
Destaques do Liverpool
Curtis Jones 8.0 – O médio parece apostado em ficar com a vaga que era de Georginio Wijnaldum (agora no PSG). Com um trabalho silencioso, foi fundamental para desmontar a defensiva do FC Porto. Realce para as duas assistências que desenhou, os quatro remates que fez, cinco passes valiosos, outros tantos aproximativos e foi 100% eficaz nos quatro dribles realizados.
Roberto Firmino 7.7 – O que se pode fazer em 25 minutos? No caso do brasileiro é o tempo suficiente para bisar (em dois remates), ter 20 acções com a bola, duas na área contrária.
Salah 7.5 – Dois remates, dois golos – Expected Goals (xG) de 1,2 -, cinco passes valiosos e 11 passes aproximativos recebidos. E para tudo isto, apenas precisou de estar em campo 65 minutos.
Diogo Jota 5.8 – Não fosse ter pecado na finalização, poderia ter ajudado a que os números finais fossem ainda mais expressivos. Autor de quatro remates – Expected Goals (xG) de 1,0 – três passes valiosos, 11 passes aproximativos recuperados, nove acções na área do FC Porto e três acções defensivas no meio-campo “azul-e-branco”.
Resumo
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