Porto 2-1 Paços | “Dragão” reage a susto e sara feridas

Após o desaire na Liga dos Campeões, nada melhor que uma vitória, e foi isso que o Porto fez na recepção ao Paços de Ferreira.

Contudo, a tarefa não foi fácil, notando-se alguma ansiedade na formação comandada por Sérgio Conceição, aliviada já na segunda parte com a confirmação da reviravolta.

Os “castores” até marcaram primeiro, por Nuno Santos, mas os portistas conseguiram dar a volta, por Luis Díaz e Wendell, e tomar uma “injecção” de confiança, antes da paragem da Liga para compromissos das selecções.

Dúvidas não houve quanto à melhor equipa ao longo dos primeiros 45 minutos, como se constata pela posse de bola, os remates e as acções na área dos “castores”, mas a vida não foi fácil para a formação portista, pior ainda com o fantasma da goleada sofrida a meio da semana com o Liverpool.

É que o Paços de Ferreira, nas poucas vezes que atacou com critério, criou perigo e marcou num belo golo de Nuno Santos aos 19 minutos. Ainda assim, os “dragões” não acusaram o toque e partiram para o ataque, e num lance rápido de contra-ataque empataram, aproveitando o adiantamento da defesa pacense – algo inesperado perante a vantagem visitante – para facturar por Luis Díaz a concluir uma jogada por si iniciada. O colombiano, que fez o sexto golo na Liga, era o MVP ao intervalo, com 6.6.

O Porto reentrou forte e, aos 52 minutos, na sequência de um canto, deu a volta ao marcador num forte remate de Wendell, que se estreou a marcar pelos “dragões”. Respondeu o Paços aos 56, com um remate de Nuno Santos ao ferro da baliza de Diogo Costa. Contudo, o tento portista teve o condão de acalmar o jogo.

Os homens da casa perderam um pouco da vertigem da primeira parte e início da segunda, ao mesmo tempo que taparam os caminhos para a sua baliza, inviabilizando a reacção pacense, pelo que o triunfo nunca pareceu verdadeiramente em causa, apesar da vantagem mínima até final. Realce, nos descontos, para o segundo amarelo e consequente vermelho a Mehdi Taremi, por simular uma grande penalidade.

Melhor em Campo

O MVP da partida saiu na recta final da partida com uma lesão muscular, mas já tinha feito o suficiente para levar para casa a distinção. O brasileiro Wendell registou um extraordinário GoalPoint Rating de 8.0.

O lateral-esquerdo destacou-se sobretudo pela contribuição ofensiva. Não só fez o 2-1 que garantiu o triunfo portista, num forte remate, como enquadrou os seus dois disparos, fez quatro passes ofensivos valiosos e somou incríveis oito condições aproximativas. Está a crescer o reforço “azul-e-branco”.

Destaques do Porto

Vitinha 7.7 – Que jogo de Vitinha! O médio esteve em todo o lado, a atacar, a defender, a construir. As suas 125 acções com bola são novo recorde nesta Liga Bwin, mas há mais, muito mais. Foi um dos mais rematadores, com quatro disparos, todos de fora da área, criou uma ocasião flagrante em quatro passes para finalização, somou seis passes ofensivos valiosos, terminou com 94% de entregas eficazes, completou cinco de sete tentativas de drible, fez dez recuperações de posse, incríveis oito acções defensivas no meio-campo contrário e assinou quatro intercepções e quatro bloqueios de passe, ambos máximos. Assombroso.

Luis Díaz 7.1 – O colombiano prossegue o arranque de sonho na Liga. A sua velocidade e mobilidade foram um problema constante para a defesa pacense, e o extremo aproveitou para marcar um golo, o seu sexto no campeonato (melhor marcador). Além disso registou o máximo de passes ofensivos valiosos (7). Foi penalizado por uma flagrante perdida e cinco maus controlos de bola.

João Mário 6.3 – De regresso à lateral-direita, o jovem esteve em bom plano a defender e a atacar. Aos seis passes ofensivos valiosos somou três acções defensivas no meio-campo contrário, três intercepções e outros tantos bloqueios de passe/cruzamento.

Pepe 6.2 – O internacional português regressou após lesão e deu tranquilidade ao sector recuado dos “dragões”, integrando-se sempre que pôde no ataque – dois passes para finalização e cinco ofensivos valiosos. Destaque para o passe, com 90% de eficácia global e 11 passes aproximativos realizados (máximo).

Francisco Conceição 6.2 – Uma das surpresas para a equipa inicial. O jovem extremo esteve sempre muito activo, registando três remates, dois enquadrados, quatro passes ofensivos valiosos e o máximo de acções com bola na área pacense (8). Tentou sete vezes o drible, com sucesso em cinco.

Sérgio Oliveira 6.1 – O médio entrou para os 18 minutos finais e deixou a sua marca no passe, com uma ocasião flagrante criada e apenas uma entrega falhada em 12.

Iván Marcano 6.0 – Das poucas vezes em que foi chamado a intervir esteve consistente, terminando com quatro alívios e um bloqueio de remate. No passe completou 50 de 55 (90%).

Matheus Uribe 6.0 – O colombiano não mostra a frescura física de outros tempos, mas mantém uma competência assinalável. Além de uma ocasião flagrante criada (e uma perdida), o médio somou 90 acções com bola, completou as duas tentativas de drible, ganhou dois de três duelos aéreos ofensivos e registou 12 recuperações de posse, o máximo do encontro.

Wilson Manafá 5.4 – O lateral entrou para o lugar do lesionado Wendell e, nos cerca de 12 minutos em campo, completou os cinco passes que fez e os três dribles que tentou.

Evanilson 5.0 – Sérgio Conceição deu oportunidade ao jovem brasileiro de início e o atacante esforçou-se. Mas não passou disso. Em quatro remates não enquadrou nenhum, acertou uma vez no poste e desperdiçou uma ocasião flagrante. Na área somou seis acções com bola e pelo ar ganhou dois de quatro duelos aéreos ofensivos.

Mehdi Taremi 4.6 – Jogo menos conseguido do iraniano, que acabou expulso nos descontos, por duplo amarelo, após ter tentado cavar uma grande penalidade. Na ficha pessoal destaque para um só remate, uma ocasião flagrante criada em quatro passes para finalização, sete passes ofensivos valiosos e outras tantas acções com bola na área contrária.

Destaques do Paços

Maracás 6.6 – Belo jogo do central brasileiro, que ganhou três de quatro duelos aéreos defensivos e somou incríveis 18 acções defensivas, com destaque para quatro desarmes, três intercepções e outros tantos bloqueios de remate.

André Ferreira 6.1 – Um erro do guardião resultante em golo acaba por não penalizar grandemente uma exibição que estava a ser muito boa, com seis defesas, três a remates na sua grande área.

Stephen Eustáquio 5.8 – O médio bem tentou remar contra a maré portista no “miolo”. Destaque para um passe de ruptura, oito recuperações de posse e quatro desarmes.

Resumo

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