Em semana de regresso dos jogos entre selecções nacionais, médico da federação fala sobre base jurídica.
Entrar nos recintos desportivos em período de pandemia: as regras não são iguais em todo o lado e cada governo nacional vai determinando o protocolo. Em Portugal, por exemplo, se forem eventos com pouca gente, apenas a máscara é obrigatória; se o evento em causa for de maior escala, à máscara junta-se a apresentação obrigatória de um teste negativo ou do seu certificado digital.
A selecção de futebol vai jogar nesta quinta-feira em Dublin, na República da Irlanda. Aí, e apesar de estarem milhares de pessoas nas bancadas, para entrar no Aviva Stadium “só” é obrigatória a utilização de máscara durante os 90 minutos, avisou a Federação Portuguesa de Futebol.
Mas há algo que tem escapado às conversas sobre este assunto: a diferença no tratamento entre os adeptos e…os futebolistas.
O jornal Bild centrou-se nessa diferença. Os alemães começam logo o artigo a lembrar que há regras diferentes para os adeptos da selecção nacional alemã e para as “estrelas” da selecção.
À mesma hora (19h45) do República da Irlanda-Portugal vai começar o Alemanha-Liechtenstein, em Wolfsburgo. Qualquer pessoa que queira assistir ao jogo ao vivo tem de provar que está vacinada ou que recuperou da COVID-19. Mas os jogadores não têm que estar vacinados para poderem jogar.
E isto acontece no país da Europa ocidental que apresenta números mais preocupantes, há algumas semanas. Ainda nesta quinta-feira foi anunciado que, em 24 horas, foram registados 50.196 casos positivos de coronavírus. Nunca tinha havido mais de 50 mil casos positivos num dia, na Alemanha.
Em conferência de imprensa, o médico da selecção alemã, Tim Meyer, foi questionado sobre o assunto e explicou que a federação não pode contrariar as leis ditadas pelo governo alemão e sublinhou que em causa está a base jurídica dos dois cenários.
“A política fornece a estrutura e a federação não pode dizer: «Faremos diferente». Em relação aos adeptos, o contexto é outro, as responsabilidades são completamente diferentes, estamos a falar de actividades relacionadas com momentos de lazer. Percebo que esta discrepância possa não fazer sentido, à primeira vista. Mas a base jurídica é diferente”, justificou Meyer.
Cerca de um terço da população local não se vacinou. Tim Meyer reforçou a ideia de que apoia a vacinação e acha que as autoridades na Alemanha deveriam procurar reforçar o sistema nacional de vacinação: “E isso também traria consequências para o futebol“.
[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira, ZAP” ]
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