Era o “Messi israelita” mas agora nem tem clube. Foi entrevistado na semana em que Messi defronta o Manchester City, um dos 11 clubes pelos quais passou.
Gai Assulin não deve ser um nome que esteja nas conversas diárias sobre futebol. Muitos adeptos nem se devem lembrar deste futebolista. Mas muitos adeptos de Israel, ou do Barcelona, ainda se devem lembrar desse jogador, que hoje tem 30 anos.
Gai Yigaal Assulin nasceu em Nahariya, Israel. Começou por jogar no Hapoel Haifa e, ainda criança, começou a representar o Beitar Nes Tubruk. Homem de ataque, destacou-se muito cedo e o treinador do Beitar disse aos seus pais que deveriam levar o filho até Barcelona, para treinar à experiência. Tinha 12 anos e ficou na Catalunha.
Foi crescendo na famosa La Masia e, aos 16 anos, começou a jogar na equipa B do Barcelona. “É o jogador mais talentoso que já vi em La Masia”, disse Thiago Alcântara, numa fase em que começaram a dizer que Assulin era o “Messi israelita”.
Também aos 16 anos estreou-se na selecção principal de Israel – o mais jovem de sempre a chegar a tal feito.
Em 2009 estreou-se na equipa principal do Barcelona, que na altura era comandada por Pep Guardiola. Mas saiu no final dessa época; a direcção apresentou-lhe um novo contrato mas, por saber que não iria ser presença assídua na equipa principal, preferiu sair.
E foi aí, em 2010, que começou a “dança” entre clubes. Assinou pelo Manchester City, onde nunca jogou. Foi cedido ao Brighton & Hove Albion e depois voltou a Espanha: Racing Santander, Granada, Hércules e Maiorca.
Regressou ao seu país natal, para representar o Hapoel Tel Aviv, antes de voltar para um clube espanhol, o Sabadell. O Cazaquistão foi o destino seguinte, para vestir a camisola do Kairat Almaty. Mais recentemente foi para a Roménia, para o Politehnica Iași, e já em 2021 assinou contrato com o Crema.
11 clubes em 11 anos. Assim foi a carreira do futebolista, desde 2010.
Essa última passagem por Itália só durou quatro meses. Gai Assulin, outrora a maior promessa do futebol de Israel e uma das maiores “jóias” em Barcelona, está sem clube desde Junho.
O Manchester City-PSG desta quarta-feira, na Liga dos Campeões, juntou o primeiro clube pelo qual assinou quando deixou Barcelona e o seu “mentor”, Lionel Messi.
Foi o pretexto para o jornal The Guardian procurar Gai Assulin, que vive precisamente em Manchester e, à hora do jogo, estaria a jogar futsal com amigos.
O israelita, aos 30 anos, dedica-se a levar a filha à escola, a treinar, a jogar futsal e a ajudar a sua esposa, que é proprietária de uma loja que vende roupa para crianças.
“Ter estado em tantos clubes, para mim, é algo positivo. É algo que poucos jogadores têm no currículo”, afirmou o jogador, que acha que o futebol é algo “insubstituível” e que, apesar de estar sem contrato assinado, quer continuar a treinar e jogar.
Em relação à tal comparação com Messi, Assulin lembra que no futebol “estão sempre a fazer comparações”. Aceitou esta como um elogio mas avisa: “Messi é o melhor futebolista de sempre. Aquelas comparações não foram positivas para mim porque, sempre que eu ia para um clube, estavam à espera de que eu fosse como ele e que marcasse 50 golos por época“.
Mais de uma década depois de ter sido orientado por Guardiola, o israelita ainda joga como aprendeu em Barcelona: “Aprendi com o melhor treinador”.
E o futuro? Gai Assulin espera assinar contrato com um clube inglês, para ficar mais próximo da sua filha: “Parar não é opção. O futebol é tudo para mim”, assegura.
[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira, ZAP” ]
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