Quem diria que após ter perdido os primeiros dois jogos neste Grupo C, o Sporting iria carimbar presença nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões?
Pois bem, os “leões” vestiram o traje de gala e, com uma exibição personalizada, polvilhada com organização, garra, velocidade e eficácia, derrotaram o Borussia Dortmund por 3-1 e asseguraram pela segunda vez uma vaga entre as 16 melhores equipas europeias. A uma jornada do final do agrupamento.
Mais um capítulo histórico com a chancela de Rúben Amorim e companhia. Pedro Gonçalves, o Pote de ouro do plantel, bisou, ainda falhou uma grande penalidade, mas Porro, na sequência do lance, acabou por acertar no alvo. Malen fez o “tento” de honra dos germânicos, que ficaram reduzidos a dez elementos após expulsão de Emre Can.
É caso para dizer, quem tem “Pote”, se não tem tudo, tem muita coisa. Dois momentos mágicos do goleador colocaram, ao cabo dos primeiros 46 minutos, o Sporting em posição privilegiada para carimbar presença nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Algo que os “leões” apenas alcançaram uma vez no seu longo historial, na época 2008/09.
Os alemães dominaram a posse, mas nunca lograram criar uma ocasião de verdadeiro perigo, perante a “fortaleza” leonina. À passagem do minuto 30, Schulz e Pongracic falharam a intercepção e estenderam uma passadeira amarela que “Pote” não desperdiçou para abrir a contagem.
Nove minutos volvidos, o suspeito do costume voltou a fazer das suas e dilatou a vantagem para gáudio do público que se deslocou a Alvalade.
Numa fase frenética, aos 40 minutos, em cima da linha, Inácio fez de Adán e impediu que Malen reduzisse a desvantagem alemã. “Pote” – autor de quatro golos em apenas três encontros -, com uma eficácia de ouro – dois remates, dois tentos – e 18 acções com a bola, era o MVP no período de descanso com um rating de 7.8.
Etapa final repleta de acontecimentos. O Sporting não baixou a guarda, ainda ameaçou o 3-0, mas Sarabia não encontrou o caminho certo, os germânicos carregaram, foram com tudo em busca do prejuízo, mas concederam metros que o voraz “leão” soube aproveitar.
Num lance com Porro, Emre Can foi expulso (75’) e seis minutos volvidos, Zagadou derrubou Paulinho. Da marca dos 11 metros, “Pote” permitiu a defesa do guardião, mas na recarga, Porro, de cabeça, acertou com a mira e carimbou o 3-0.
Malen ainda marcou, mas nada que estragasse uma noite de glória pintada em tons verdes e brancos e com o cofre repleto de milhões de euros…
Melhor em Campo
Pedro Gonçalves é uma espécie de “sniper”, um predador silencioso que aproveita qualquer desatenção do adversário para disparar de forma quase sempre certeira. Foi assim que apontou o primeiro golo da noite, depois voltou à carga e, com um disparo de longo alcance, carimbou o bis.
Não satisfeito, sempre que acelerava criava perigo. Ainda ofereceu um tento a Sarabia que este não soube concretizar.
E nem a grande penalidade desperdiçada, ou os três dribles consentidos, ou ainda três maus controlos efectuados, mancham uma noite inesquecível com quatro remates, dois golos, 27 acções com a bola, quatro acções com o esférico na área adversária e duas conduções aproximativas.
“Pote” de ouro foi o MVP do encontro com um excelente 7.7 nos GoalPoint Ratings.
Destaques do Sporting
Gonçalo Inácio 6.7 – Jogo com uma apreciável maturidade apesar dos tenros 20 anos. Rápido nas dobras, foi determinante quando substituiu Adán em cima da linha de baliza travando um remate de Malen. Falhou apenas cinco dos 32 passes tentados (eficácia de 84%), tendo ainda efectuado quatro intercepções, cinco alívios e bloqueado dois passes/cruzamentos contrários.
Pedro Porro 6.4 – Sempre em alta voltagem, não parou um segundo até abandonar as quatro linhas aos 81 minutos. Ajudou a expulsar Can e qual avançado voou de peixinho para o 3-0 que dissipou dúvidas relativamente à presença nos “oitavos”. O espanhol contabilizou ainda cinco acções com a bola na área adversária, três conduções aproximativas, cinco centros de bola corrida e três conduções aproximativas.
Matheus Nunes 6.3 – Incansável, voltou a ser um dos esteios dos “leões” com mais uma “performance” sóbria, na qual realçamos as dez recuperações da posse alcançadas, quatro dribles eficazes (em oito), três desarmes e quatro alívios.
Coates 6.3 – Foi gigante a defender – oito recuperações da posse, três desarmes e seis alívios – e decisivo no ataque – lançou “Pote” para este abrir a contagem.
Feddal 5.9 – Menos exuberante do que Inácio e Coates, não destoou e rubricou uma boa exibição com seis alívios e três desarmes.
Sarabia 5.9 – Teve nos pés aos 47 minutos a possibilidade marcar, mas não conseguiu num dos dois remates que fez. O espanhol foi ainda autor da assistência para o 2-0, conseguindo ao todo três passes para finalização e outras tantas acções com a bola na área do Borussia. Falhou uma flagrante.
Adán 5.7 – Talvez estivesse à espera de mais trabalho, mas nas poucas vezes – três para sermos exactos – em que foi chamado, respondeu com categoria que lhe é reconhecida.
Matheus Reis 5.5 – Nos 64 minutos em que esteve em cena não brilhou, mas também não comprometeu. De forma sóbria, acertou cinco passes aproximativos, recuperou a posse por três vezes, tendo ainda feito dois desarmes e protagonizado duas acções defensivas no meio-campo alemão.
Paulinho 5.2 – Os críticos vão dizer que voltou a não marcar, mas o avançado poderá dizer que a função que tem no esquema de Amorim ajuda a libertar “Pote”, por exemplo. Derrubado por Zagadou, esteve ligado ao lance que culminou no 3-0. O camisola 21 gizou um passe para finalização, três ofensivos valiosos e recebeu dez passes aproximativos.
João Palhinha 5.0 – Importante a manter os equilíbrios, fez o trabalho “sujo”, acabando por ser punido com sete faltas. Registou três maus controlos da posse e perdeu a bola por seis vezes.
Destaques do Dortmund
Akanji 6.8 – Foi o melhor elemento dos alemães, com sete passes aproximativos, nove recuperações da posse, dois desarmes, dois alívios e três intercepções.
Brandt 6.6 – Tentou ser o farol das investidas ofensivas da equipa e foi autor de três passes para finalização, nove valiosos (máximo no jogo), sete passes aproximativos, cinco acções defensivas no meio-campo contrário, três desarmes e esteve na génese do lance do único golo da equipa. Ponto negativo, as 25 vezes em que perdeu a posse.
Bellingham 6.3 – Na ausência de Haaland, o peso do jovem médio inglês ganha ainda mais importância e a forma como é procurado pelos colegas de equipa diz muito sobre isso. Foram 96 as acções com a bola protagonizadas, tendo ainda realizado três remates, falhado apenas um dos quatro dribles tentados e sofrido oito faltas.
Emre Can 4.3 – Entrou ao intervalo para fazer toda a ala, substituindo Schulz, titular de última hora na vaga de Raphaël Guerreiro, que estava no “onze”, mas que saiu antes do início do duelo. Não foi feliz a noite do polivalente alemão, que agrediu Porro e foi expulso apenas 24 minutos após ter sido lançado. Até sair, fez quatro passes valiosos e outros tantos aproximativos.
Resumo
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