Jesus regressou ao Benfica para ser a “solução”, mas acabou por se revelar o “problema”

Jorge Jesus rescindiu com o Benfica esta terça-feira e será Nélson Veríssimo, treinador do Benfica B, a assumir o leme dos encarnados até ao final da época.

“Vim para o Benfica sempre a pensar que sou uma solução e não um problema.” Foi esta uma das frases proferidas por Jorge Jesus na conferência de imprensa desta terça-feira, no Seixal, que oficializou a sua saída do clube da Luz.

Tal como o presidente encarnado, Rui Costa, o treinador também considerou que esta foi a “melhor decisão para todos” e destacou que teve “muita honra” em voltar à casa benfiquista.

A saída de Jesus começou a ser avançada pelos media durante a manhã, depois de se saber que o técnico já não tinha orientado o treino que estava marcado para essa altura.

A verdade é que os jogos pouco convincentes dos encarnados, a recente derrota no Estádio do Dragão e a possibilidade de regressar ao Flamengo já eram fatores suficientes para o ambiente não ser o melhor, mas, ao que parece, foi um episódio com um dos capitães, Pizzi, que terá antecipado a sua saída.

O treinador pediu ao presidente para vender o passe do jogador já em janeiro, pois considerou que o médio apresentou um mau comportamento depois da derrota por 3-0 com o FC Porto. Pizzi criticou a atitude da equipa no clássico, ainda durante uma conversa no balneário do estádio dos azuis e brancos, sem Jesus estar presente.

Segundo avança o jornal Record, na segunda-feira o técnico pediu ao transmontano para lhe dizer, frente a frente, o que havia dito no balneário do Dragão, pois ter-lhe-ia sido comunicado que, além de ter questionado as suas decisões táticas, também teria sido ofensivo para com a sua pessoa, algo que Pizzi negou.

A consequência imediata foi afastar o capitão dos treinos, mas os outros jogadores do plantel bateram-se pelo colega. Seferovic e Rafa foram dos atletas que mais se revoltaram contra esta decisão, de acordo com o desportivo.

Ainda segundo o Record, João de Deus, treinador adjunto de Jesus, também teve um papel preponderante na má relação que começou a surgir entre o plantel e a equipa técnica. O desportivo escreve que o técnico era mesmo considerado há muito tempo persona non grata junto do plantel.

Ao que foi possível apurar pelo jornal, o braço-direito de Jesus era visto pelos futebolistas como uma espécie de “espião” que ouvia o que diziam para depois contar ao treinador principal. E, pelos vistos, terão sido vários os momentos em que a informação veiculada terá sido adulterada.

E agora, qual será o futuro de Jesus? Na mesma conferência de imprensa, o treinador disse que pretende continuar a “trabalhar, como sempre, com amor e paixão”. Falta saber onde e, ao que tudo indica, a porta do Flamengo já está fechada.

Marcos Braz, dirigente do clube carioca, admitiu que o português sempre foi a primeira opção para orientar a equipa, mas que agora não há possibilidade de voltar atrás. Ou seja, se tudo correr como previsto, Paulo Sousa será mesmo o novo treinador do ‘Fla’.

Não dava mais para esperar por Jorge Jesus. Não nos deu nenhuma sinalização clara de que queria voltar. Estava a jogar connosco e com o Benfica. Se o mister me tivesse dito ‘Espera até ao dia 30’, eu teria esperado. Mas não disse nada… Ficava na dele e, quando questionado, repetia que dependia sempre do Benfica”, chegou a dizer.

De acordo com a imprensa desportiva, há no entanto a possibilidade de Jesus voltar a terras brasileiras, uma vez que o Atlético Mineiro estará de olho nele, depois da saída inesperada do treinador Cuca.

Do lado do Benfica, será outra vez Nélson Veríssimo a “socorrer” os encarnados. O treinador da equipa B vai ficar ao leme da equipa principal até ao final da época.

O técnico já orientou o treino da equipa durante a tarde desta terça-feira, mesmo depois de saber que a sua mãe tinha falecido.

Nas redes sociais, o clube da Luz partilhou várias fotografias do treino, no qual Pizzi marcou presença, em que é possível ver que Veríssimo teve uma primeira conversa com o plantel.

De acordo com o jornal A Bola, antes do treino, Rui Costa falou com os jogadores para lhes pedir união neste momento difícil e para que estejam todos exclusivamente concentrados no novo clássico com o FC Porto, marcado para esta quinta-feira, novamente no Dragão, mas a contar para o campeonato.

O FC Porto partilha o comando da prova com o Sporting, ambos com 41 pontos, enquanto o Benfica segue no 3.º lugar, com 37.

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