“Se conseguimos controlar o vírus, os outros também conseguem” – o forte comunicado do Wimbledon

AFC Wimbledon lembra que, desde que a variante Ómicron apareceu no Reino Unido, registou apenas 11 casos positivos de COVID-19. “Isto não é sorte”, escreveu o director.

Ao segundo adiamento, o Wimbledon ficou farto. Na League One, a terceira divisão nacional em Inglaterra, dois jogos foram adiados em poucos dias. Primeiro, a recepção ao Portsmouth; uma semana depois, o dérbi de Londres com o Charlton.

Os dois compromissos foram adiados porque Portsmouth e Charlton foram afectados por surtos de COVID-19. E nenhum dos dois clubes tinha futebolistas suficientes para entrar em campo, no dia da partida.

A pandemia tem afectado muito o Reino Unido e, por isso, não é surpreendente o facto de, até esta segunda-feira, terem sido adiados 12 jogos da League One.

No escalão acima (não no IRS, mas na hierarquia do futebol inglês), destacou-se o adiamento do Hull City-Blackburn Rovers, no famoso Boxing Day. Os adeptos das duas equipas, sobretudo do Blackburn, não terão gostado de receber a notícia da alteração – surgiu apenas duas horas antes do apito inicial.

A direcção do Wimbledon, que tem concretizado “medidas exaustivas” para evitar que os seus jogadores sejam infectados pelo coronavírus, escreveu uma carta à direcção da English Football League, a pedir uma nova postura por parte da entidade que regula os principais campeonatos ingleses de futebol (excluindo a Premier League).

O clube de Londres está desiludido pela quantidade de clubes que não têm conseguido controlar o vírus nas suas “casas”. Enquanto pede medidas para que os surtos não se multipliquem, o Wimbledon acrescenta: “Sempre que um clube não consiga aparecer num jogo, esse clube deve ser responsabilizado por todas as decisões que conduziram até essa situação”.

O Wimbledon, que até é um dos emblemas com orçamento e plantel menores no campeonato, registou até agora “só” 11 casos positivos de coronavírus, desde que a variante Ómicron apareceu no Reino Unido. “E isto não é sorte. Isto é o resultado de trabalho árduo e de gastar recursos que o nosso clube não tem à disposição“, acrescenta.

O texto conta que os jogadores têm sido afastados das suas famílias, que os convívios de Natal foram cancelados e que isso demonstra que os jogadores estão realmente comprometidos.

Estas são algumas das decisões “muito difíceis” que têm sido tomadas em Wimbledon e que originaram uma quebra da qualidade da equipa em campo.

Mas fica o aviso: “Se nós conseguimos que isto resulte assim – e com recursos tão limitados – os outros devem fazer o mesmo”.

“Porque não é justo: fomos para além dos nossos meios para estarmos presentes em todos os jogos mas, agora, vamos ficar em desvantagem porque vamos ter uma segunda volta muito preenchida e com um plantel pequeno”, explica o emblema inglês, que pede directamente “castigos” para os clubes cujos jogadores quebrem protocolos.

Última curiosidade: este comunicado foi publicado antes de o jogo com o Plymouth ser…adiado. Terceiro compromisso que (ainda) não se realizou, sempre por problemas no adversário.

[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira da Silva, ZAP” ]


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