O Benfica não foi além de um empate na recepção ao Moreirense no arranque da segunda volta, arriscando novo distanciamento por parte de Porto e Sporting, no topo.
Numa exibição pálida, os comandados de Nélson Veríssimo voltaram a demonstrar muitas das razões que colocam a equipa alguns degraus abaixo dos rivais.
Do outro lado, Ricardo Sá Pinto levou os “cónegos” a somar mais um precioso ponto na fuga pelos lugares de despromoção. Gilberto (auto-golo) e Darwin foram os autores dos dois tentos do encontro.
O Benfica até arrancou bem o jogo, imprimindo um ritmo forte e encostando os cónegos nos últimos 30 metros, mas foi sol de (muito) pouca dura.
A partir do sexto minuto, os visitantes subiram um pouco e foram chegando com facilidade às imediações da área adversária e contabilizam mais remates.
As “águias” surgiam com as linhas muito afastadas, Weigl e João Mário não conseguiam “pegar” no jogo, Rafa e Paulo Bernardo eram pouco eficazes e a bola poucas vezes chegava “limpa” a Seferovic e Darwin.
Com uma sequência ilimitada de cruzamentos mal medidos e sem imaginação, somente à passagem do minuto 20, um lance que Rafa inventou foi “travado” pela barra da baliza de Kewin.
Aos 36’, um remate forte de João Mário saiu um pouco ao lado e aos 42 foi Morato a ficar a centímetros de abrir a contagem.
Muita parra e pouca uva para os comandados de Veríssimo, que voltavam a cair nas velhas maleitas já detectadas com Lage e Jesus.
O Benfica foi uma equipa previsível, lenta na recuperação da posse, sem soluções para desbloquear organizações rígidas como este 1x5x4x1 dos minhotos e pouco objetiva – não enquadrou nenhum dos quatro remates que fez.
Mérito também para a estratégia de Ricardo Sá Pinto – fechando o corredor central e dando pouco espaço para as acelerações de Rafa e Darwin -, que ia dando bons resultados ao cabo dos primeiros 46 minutos de acção.
Pablo ia emergindo na linha de três centrais e era o MVP ao intervalo. O brasileiro destacou-se com três recuperações da posse, oito alívios, três desarmes, duas intercepções e um GoalPoint Rating de 6.5.
Na etapa final, surgiram os golos. Após dois lances perigosos, concluídos por Paulo Bernardo e Grimaldo, o Benfica adormeceu, Vlachodimos, Otamendi e Gilberto não comunicaram e o Moreirense adiantou-se no marcador graças a um auto-golo do lateral-direito brasileiro.
No ataque seguinte, aos 64’, Darwin aproveitou uma série de ressaltos e restabeleceu o empate. Sem discernimento e com pouca imaginação – Grimaldo ainda levou a bola aos ferros -, os encarnados foram sempre sôfregos e nunca conseguiram descongelar a muralha defensiva dos cónegos.
No ataque seguinte, aos 64’, Darwin aproveitou uma série de ressaltos e restabeleceu o empate.
Sem discernimento e com pouca imaginação – Grimaldo ainda levou a bola aos ferros -, os encarnados foram sempre sôfregos e nunca conseguiram descongelar a muralha defensiva dos cónegos.
Melhor em Campo
Exibição quase irrepreensível de Pablo, que já tinha amealhado a melhor nota ao intervalo.
No geral, o central ajudou a “travar” o ataque encarnado com um total de 16 alívios (número incrível), quatro intercepções, outros tantos desarmes, quatro recuperações da posse e dois passes/cruzamentos bloqueados.
Exibição serena do defensor, que foi o esteio dos minhotos neste empate saboroso alcançado na Luz e que leva para casa o título de MVP do jogo com um GoalPoint Rating de 7.6.
Destaques do Benfica
Darwin Núñez 6.3 – De volta ao onze, foi o autor do único golo da equipa – Expected Goals (xG) de 1,2 -, levando agora 19 em todas as provas. Sempre voluntarioso, mas nem sempre esclarecido, o uruguaio ainda criou uma ocasião clara de golo, coleccionou nove acções com a bola na área e recebeu oito passes aproximativos.
Weigl 6.2 – Mais uma exibição positiva do alemão, que fez de tudo para empurrar a equipa para o ataque. Eficaz no passe (83% nos 72 passes feitos), gizou cinco passes valiosos, criou uma ocasião flagrante e recuperou a posse em 12 ocasiões (máximo no duelo). Não é o Arão, mas dá um “jeitaço” a este Benfica.
Grimaldo 6.2 – Mais afoito na etapa final, quando surgiu mais vezes nas zonas de decisão, o espanhol atirou uma bola aos ferros, coleccionou sete passes valiosos, seis cruzamentos e foi quem mais acções com a bola teve, ao todo 108.
Otamendi 5.6 – Teve participação directa no lance que abriu o marcador, esteve próximo de marcar aos 95′ e tentou sair a construir – 97 acções com a bola e três conduções aproximativas. “Assistiu” o auto-golo, num momento infeliz, ao tentar retirar o perigo da pequena área.
João Mário 5.6 – Tem sido esmiuçado fisicamente desde o início da época e começa a ressentir-se. Teve gás na etapa inicial, mas caiu de produção na parte final. Ficou próximo do golo (36′) no único remate que fez.
Diogo Gonçalves 5.5 – Entrou para dar outra acutilância e velocidade no flanco direito. Em 33′, destacou-se com dois passes para finalização, três cruzamentos e cinco acções com a bola na área adversária.
Morato 5.5 – Fortíssimo com a bola nos pés – acerto de 87% nos 79 passes tentados -, chegou às 15 conduções aproximativas, foram ainda oito passes aproximativos e concluiu com êxito sete dos nove passes longos feitos. Mais uma exibição segura do brasileiro, não obstante os cinco passes de risco feitos, que ainda alcançou nove alívios. Pecou na ocasião flagrante desperdiçada.
Paulo Bernardo 5.4 – Foi uma das surpresas no onze, tentou “pegar” no jogo, mas não foi benéfica o facto de ter sido posicionado no corredor direito. Ficou perto do golo a abrir a segunda parte. Perdeu muita bola, em especial na primeira parte (16 perdas de posse, 5 desarmes sofridos).
Rafa 4.6 – Das piores exibições do camisola 27 esta temporada. Quase sempre desconcentrado, viu-se um lampejo ao minuto 20, mas os ferros travaram aquilo que seria um golaço. Acabou por sair aos 76′ com três remates e 13 perdas de bola.
Gilberto 3.9 – O brasileiro não vira a cara à luta, mas peca quase sempre nas decisões que toma. A performance deste sábado é disso exemplo: quatro passes de risco falhados, dos sete cruzamentos, apenas um foi eficaz e desperdiçou 14 dos 35 passes gizados (eficácia de 71%). Num jogo para esquecer, ainda fez o auto-golo que custou dois pontos.
Destaques do Moreirense
Steven Vitória 6.4 – O internacional canadiano, que já foi campeão de águia ao peito, foi outros dos tampões dos cónegos, revelando-se atento e eficaz em quase tudo o que fez. Realce para os 13 alívios e dois desarmes feitos.
Pedro Amador 6.0 – Sem Abdu Conté, aproveitou a oportunidade e esteve sólido no flanco esquerdo, travando bons duelos com Gilberto. Dos seus dados, destaque para seis desarmes e cinco alívios que realizou.
Kewin 5.9 – Não tendo sido propriamente obrigado a travar uma chuva de disparos, mostrou-se seguro, em linha com o destaque que terá nos 33 melhores GoalPoint Ratings da primeira volta.
Resumo
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