Protecção dos atletas não estará garantida durante Pequim 2022, avisa o Observatório dos Direitos Humanos.
A próxima edição dos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim, está próxima e um dos assuntos mais comentados é a liberdade de expressão (ou falta dela) na capital chinesa.
O Comité Olímpico Internacional já assegurou que qualquer atleta poderá falar sobre o que quiser durante o evento, nas conferências de imprensa e nas redes sociais. Mas há receios de sequelas.
“As leis chinesas são muito vagas sobre os crimes que podem alegar para processar a liberdade de expressão das pessoas”, alertou Yaqiu Wang, do Observatório dos Direitos Humanos, citado pela agência Associated Press.
Rob Koehler, director-geral do grupo Global Athlete, também não acredita que os atletas estejam protegidos: “Silêncio é cumplicidade, e é por isso que temos preocupações. Conhecemos o histórico de direitos humanos e da permissão de liberdade de expressão na China. Não há muita protecção.”
A Carta Olímpica prevê que, em cada edição dos Jogos Olímpicos, seja aplicada a lei do país que recebe o maior evento desportivo do mundo – o que não faz diminuir estes receios. O Comité Olímpico Internacional não esclareceu como essa lei pode ser aplicada em Pequim.
E o mesmo comité ainda não explicou como vai, em concreto, proteger os atletas que falarem publicamente sobre algum assunto delicado na China, como os direitos humanos.
Têm sido organizados protestos à volta do “genocídio” contra grupos muçulmanos na região de Xinjiang, onde muçulmanos estarão a ser presos, torturados e perseguidos. As políticas em relação a Hong Kong, Tibete e Taiwan também têm estado na lista de críticas. E o caso de Peng Shuai não foi esquecido.
[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira da Silva, ZAP” ]
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