O Benfica arrecadou três pontos na visita a Arouca, ao vencer por 2-0. Um resultado que é bem melhor do que a exibição “encarnada”.
Os lisboetas dominaram toda a primeira parte, metade da segunda, mas presentearam os adeptos com um futebol desconexo, desgarrado, sem alma, anémico e só nos descontos confirmou uma vantagem que chegou a estar em perigo perante a reacção contrária. Darwin Núñez, de penálti, e Gonçalo Ramos fizeram os tentos do encontro.
Início algo confuso de jogo, sem organização ofensiva das duas equipas, futebol muitos aos repelões, mas aos nove minutos, Darwin Núñez teve tudo para fazer o primeiro, mas de baliza escancarada permitiu que Matheus Quaresma recuperasse e cortasse em cima da linha.
Os “encarnados” mandavam no jogo, mas a maior capacidade de domínio territorial nos últimos encontros era anulada pela perda de dinamismos ofensivos, pelo que as ocasiões escasseavam.
No entanto, em cima da meia-hora, o árbitro assinalou falta de João Basso na área sobre Darwin e este, de grande penalidade (32′), abriu o activo.
Aos 40 minutos, Arsénio ganhou facilmente as costas da defesa do Benfica e sofreu falta de Vlachodimos na área.
Penálti para os homens da casa, Basso chamado a converter, uma possibilidade para emendar o erro anterior… mas permitiu a defesa do guardião benfiquista.
Primeira parte acidentada, com destaque para a boa pontaria das “águias”, com quatro remates enquadrados em quatro tentativas.
Apesar de somar duas ocasiões flagrantes desperdiçadas, Darwin era o melhor na primeira parte, com um rating de 6.2, com um golo em quatro remates.
Os “encarnados” entraram na segunda parte com Everton de início, saindo Yaremchuk, na tentativa de aproveitar o mais que previsível adiantamento do Arouca em busca do empate, e os visitantes até criaram alguns lances, como aos 55 minutos, quando Rafa Silva rematou forte na área para enorme defesa de Victor Braga.
O domínio territorial do Benfica era amplo aos 65 minutos, com 71% de posse no segundo tempo, mas sem conseguir transmitir a ideia de controlo do encontro.
Tudo mudou rapidamente. A “águia” jogou os 20 derradeiros minutos recuada, a errar inúmeros passes, sem conseguir sair em transição, perante a pressão alta dos homens de Arouca, a tentarem a todo o custo o empate.
Aos 80 minutos Vlachodimos evitou mesmo o 1-1 perante Antony. Contudo, nos descontos, Grimaldo bateu um livre e antes que a bola chegasse ao guarda-redes da casa, Gonçalo Ramos desviou para o 2-0 final.
Melhor em Campo
Num encontro muito mal jogado, sem inspiração ofensiva e de luta, bem mais do que de criatividade, o melhor em campo acabou por ser um central.
Nicolás Otamendi foi um dos responsáveis por o Arouca não ter conseguido marcar, registando um GoalPoint Rating de 7.1, construído graças ao máximo de passes certos (90) e de acções com bola (123, mais 30 que o segundo valor mais alto, do colega Vertonghen), mas também fruto de quatro duelos aéreos defensivos ganhos (100%), cinco intercepções e seis alívios.
Destaques do Arouca
Abdoulaye 6.1 – O melhor elemento do Arouca. O central completou 90% dos passes que fez, entre eles seis de 11 longos, e contabilizou dez acções defensivas, com destaque para seis alívios.
Victor Braga 5.8 – Na primeira parte foi um dos responsáveis por o Arouca ter chegado ao intervalo a perder pela margem mínima. Terminou a partida com três defesas, duas a remates na sua grande área, e somou três lançamentos longos eficazes.
Pedro Moreira 5.8 – Entrado no inicio da segunda parte, conseguiu acumular quatro recuperações de posse, ajudando na pressão final dos arouquenses.
Destaques do Benfica
João Mário 6.5 – O único elemento do Benfica que mostrou cabeça fria e clarividência. O médio criou uma ocasião flagrante, recuperou oito vezes a posse de bola, assinou quatro acções defensivas no meio-campo contrário e cinco desarmes, ambos máximos do encontro.
Darwin 6.3 – Melhor elemento do primeiro tempo, o uruguaio desapareceu na segunda metade, acabando substituído. Darwin fez um golo, enquadrou todos os quatro remates realizados (a totalidade na etapa inicial), sofreu falta para a grande penalidade que converteu e ninguém somou mais acções com bola na área contrária. Porém, falhou duas ocasiões flagrantes.
Weigl 5.9 – O médio benfiquista acabou por ter mais trabalho do que provavelmente previra, em especial na segunda metade da etapa complementar. O alemão somou 89 acções com bola, nove recuperações de posse e três desarmes, mas não esteve tão bem no passe como costuma, com 81% de eficácia e o máximo de passes de risco falhados (6).
Vlachodimos 5.8 – A nota do grego é afectada pelo facto de lhe ter sido atribuída uma falta que deu origem a grande penalidade, juntando a isso ter realizado somente duas defesas. Mas a verdade é que uma delas foi para travar o castigo máximo.
Paulo Bernardo 5.7 – Jogo com altos e baixos do médio benfiquista, que mostrou, ainda assim, uma grande entrega defensiva e alguns rasgos atacantes. O jovem saiu lesionado por volta dos 70 minutos, mas até lá completou 37 dos 40 passes que realizou (93%), recuperou oito vezes a posse de bola e completou as duas tentativas de drible.
Taarabt 5.6 – Para o seu lugar entrou o marroquino. Taarabt jogou cerca de 20 minutos, fez um passe para finalização… e pouco mais.
Grimaldo 5.4 – O espanhol perdeu-se muitas vezes em incursões pelas zonas mais interiores, esvaziando assim o protagonismo que lhe é reconhecido. Ainda assim fez a assistência para o golo de Gonçalo Ramos.
Gonçalo Ramos 5.4 – O ponta-de-lança esteve 20 minutos em campo e ameaçou terminar mais um jogo em branco. Porém, nos instantes finais, confirmou a vitória benfiquista com um golo pleno de oportunidade.
Jan Vertonghen 5.3 – O belga voltou a sentir dificuldades para reagir a passes longos para as suas costas, onde surgiam jogadores do Arouca em velocidade. Porém, esteve bem no passe, com 74 certos em 84, o segundo valor mais alto de acções com bola (93) e três duelos aéreos ganhos (100%).
Lázaro 5.2 – Esperava-se que o austríaco desse dinamismo ofensivo pelo flanco direito, mas raramente se aventurou. Destacou-se nas acções defensivas no meio-campo contrário (4) e nos bloqueios de passe/cruzamento (4).
Rafa Silva 4.8 – A mudança de sistema – ou pelo menos as suas dinâmicas, uma vez que já o vimos jogar bem, noutras épocas, em 4-4-2 – não beneficiou o extremo, que parece cansado, sem explosão e ideias. Desperdiçou uma ocasião flagrante e pouco contribuiu.
Resumo
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