O recém-contratado treinador da equipa feminina do Rayo Vallecano está envolvido numa polémica, após ter sugerido uma violação em grupo, em 2018.
Carlos Santiso foi recentemente contratado para o cargo de treinador da equipa principal de futebol feminino do Rayo Vallecano, de Espanha. Até aqui tudo bem: o jovem de 31 anos já tinha experiência nas camadas jovens do clube e parece uma escolha acertada para o comando técnico da equipa feminina do Rayo.
O problema é que um áudio de 2018, ao qual o jornal El País teve acesso, mostra Santiso a sugerir uma violação em grupo.
Pouco tempo antes, em dezembro de 2017, três jogadores de uma equipa amadora espanhola, o Arandina, foram acusados de ter agredido sexualmente uma jovem de 15 anos.
“Então, equipa? Duas coisas: a primeira parte foi espetacular […] e depois a outra é que este staff, Álvaro, estou contigo nisso que é incrível mas faltam coisas”, ouve-se no áudio enviado num grupo de WhatsApp aos restantes membros da equipa técnica.
“Falta-nos fazer como os do Arandina, […] escolhermos uma, mas que seja maior de idade, e fazermo-lo ali, todos juntos”, disse Carlos Santiso, quando ainda era treinador dos juvenis do clube.
No passado sábado, adeptas e adeptos do clube juntaram-se à porta do centro de treinos com uma faixa em que se lia: “Por respeito à mulher, Santiso fora de VK [Vallecas]”.
Em declarações à Cadena SER, o presidente do Rayo Vallecano, Raúl Martín Presa, disse que contrata “profissionais e não pessoas”. Como tal, não vai “entrar em polémicas nem ceder a qualquer pressão mediática para despedir o treinador”.
Não só a contratação de Santiso, como também a reação do presidente do clube, geraram revolta entre o público espanhol.
“O Rayo Vallecano deve explicar aos seus adeptos e adeptas — e à sociedade — porque prossegue com uma contratação que repugna, que ninguém compreende e que, desde logo, é a última coisa que merecem as nossas futebolistas”, lamentou José Manuel Franco, presidente do Conselho Superior de Desportos, ao El País.
À porta do centro de treinos, uma mulher ouvida pelo jornal espanhol reflete a indignação da restante massa adepta: “Uma pessoa não pode incitar uma mulher ou qualquer outra pessoa a ser violada. Não conheço nenhuma das meninas do Rayo, mas identifico-me como mulher. Se não lutarmos por nós mesmas, ninguém o fará”.
Entretanto, Carlos Santiso divulgou um comunicado, através do site do clube, em que assume estar “profundamente arrependido e envergonhado” pela “brincadeira machista e imperdoável” que “nunca deveria ter feito”.
[sc name=”assina” by=”Daniel Costa, ZAP” ][/sc]
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