O estádio que acolheria a final em São Petersburgo é tem o nome do gigante da energia Gazprom.
A final da edição de 2021/22 da Liga dos Campeões de futebol vai ser disputada em Paris, em vez de São Petersburgo, anunciou hoje a UEFA, na sequência da ofensiva militar da Rússia na Ucrânia. O palco do encontro decisivo da principal competição europeia de clubes é alterado pelo terceiro ano consecutivo, depois de Lisboa e Porto terem acolhido as finais de 2019/20 e 2020/21, devido à pandemia de covid-19, em ambos os casos em detrimento de Istambul, na Turquia.
Um dia depois de ter condenado “veementemente a invasão militar”, a UEFA reuniu o comité executivo para avaliar a situação na Ucrânia, decidindo retirar à Rússia a organização da final da ‘Champions’, marcada para 28 de maio.
O estádio que acolheria a final em São Petersburgo é tem o nome do gigante da energia Gazprom, um dos principais patrocinadores da UEFA desde 2012, cujo diretor-executivo é um dos oligarcas mais próximo do Kremlin. Alexander Dyukov, curiosamente, também integra o comité executivo da UEFA, tendo uma presença forte no mundo do futebol com a Gazprom a patrocinar vários clubes europeus e a pagar à UEFA 40 milhões de euros anuais para também patrocinar as suas principais competições.
Também a Fórmula 1 anunciou esta manhã que, após uma reunião com os responsáveis das dez equipas, o Grande Prémio da Rússia, previsto para setembro foi cancelado. A decisão surge depois de Sebastian Vettel, quatro vezes campeão do mundo e piloto da Aston Martin, ter anunciado que, caso a prova se mantivesse, não iria participar. Max Verstappen, atual campeão do mundo a competir pela Red Bull, foi mais comedido, dizendo que “não é correto competir num país em guerra”.
Na categoria rainha do automobilismo, os olhos viram-se agora para a equipa Haas, sediada nos Estados Unidos, mas com patrocínio da empresa russa Uralkali, a qual pertence a Dmitry Mazepin, também ele oligarca próximo de Vladimir Putin e pai de Nikita Mazepin, um dos pilotos da equipa. No final do dia de quinta-feira, a Haas anunciou que iria retirar todas as referências ao seu patrocinador do monolugar que rodou hoje na pista do Circuito de Barcelona, no último dia dos testes de pré-temporada.
O diretor da equipa, que ontem optou por não estar presente na conferência de imprensa habitual à hora de almoço, fez saber esta manhã que caso a parceria caia o futuro da equipa no mundial de Fórmula 1 não está em jogo, já que existem outras hipóteses de patrocinadores. O mesmo não se pode dizer do futuro de Mazepin, que, dependendo das sanções aplicadas pelos diferentes países aos cidadãos russos — e familiares de oligarcas —, pode ficar impedido de entrar em alguns territórios por onde a competição vai passar.
Sobre esta questão, Guenther Steiner, diretor da equipa, deixou tudo em aberto, ao dizer que o futuro do russo “tem de ser resolvido”. De facto, existe uma possibilidade real de Mazepin não competir este ano pela Haas, já que o seu lugar na equipa está diretamente relacionado com o patrocínio oferecido pela Uralkali. A situação deverá ser resolvida na próxima semana.
A Rússia lançou na madrugada de quinta-feira uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocou pelo menos meia centena de mortos, 10 dos quais civis, em território ucraniano, segundo Kiev.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa “desmilitarizar e desnazificar” o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo dos seus “resultados” e “relevância”.
O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.
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