Novas cenas de violência, antes do dérbi entre Atlético Mineiro e Cruzeiro. Treinador português vai pensar no seu futuro.
O futebol no Brasil volta a ser notícia por cenas de violência, desta vez verificadas antes do dérbi mineiro entre Atlético-MG e Cruzeiro. O jogo, que o Atlético venceu por 2-1 (Hulk marcou), ficou para segundo plano devido aos confrontos entre adeptos dos dois rivais, que causaram um morto.
A confusão ocorreu no bairro Boa Vista, Região Leste de Belo Horizonte, no fim da manhã deste domingo. A Polícia Militar de Minas Gerais informou que cerca de 50 adeptos se envolveram em confrontos. Um homem de 25 anos foi baleado e morreu, já no hospital.
No final de Fevereiro um autocarro do Bahia foi atingido por uma bomba, causando ferimentos em dois jogadores. Dois dias depois, outro «clássico», entre Internacional e Grêmio, foi adiado devido a um ataque com pedras ao autocarro do Grêmio.
Abel Ferreira não foi questionado sobre a violência, mas falou. Um adepto do Palmeiras também morreu, baleado à porta do estádio Allianz Parque, após a final do Mundial de clubes contra o Chelsea.
O treinador do Palmeiras falou poucos dias antes de uma sequência de três clássicos paulistas, com São Paulo, Santos e Corinthians – jogos que costumam registar mais cenas de violência do que outros duelos.
“Antes de entrar aqui nesta conferência de imprensa e disseram-me que tinha havido uma rixa num jogo, inclusive acho que morreu uma pessoa. É preciso morrer quantas mais?“, começou por perguntar o técnico português, que deixou um pedido – em jeito de alerta – às autoridades.
“Os organismos, quer sejam os do futebol, quer sejam extra-futebol, têm que assumir, dar a cara, exercer os cargos que têm. Têm que justificar o cargo que têm. Quando eu não ganho, pedem responsabilidades. Isso é o que espero que cada pessoa faça no seu cargo, assuma responsabilidades. Pelo bem do futebol brasileiro. De todos nós. Que se junte a federação, quem organiza estaduais, o Ministério Público, mas que se tomem medidas“, apelou.
Abel está “muito preocupado” com esta sucessão de cenas de violência e está a pensar se vai continuar no Brasil: “Vou ter que pensar muito bem no que quero para a minha família, para mim e meus jogadores”.
“Jogadores de outros clubes e jogadores meus já falaram. Posso ser grande rival, mas tem que haver respeito pela vida humana. No futebol não vale tudo. A vida tem valor. Se vemos isso e não fazemos nada, alguma coisa vai mal. Temos que passar à acção. Estamos à espera de quê?”, insistiu.
Esta conferência de imprensa surgiu depois da vitória caseira do Palmeiras frente ao Guarani, por 2-0.
[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira da Silva, ZAP” ]
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