Sorteio ditou finalista: “Uma das coisas mais feias de sempre no atletismo”

Decisão raramente vista, ou mesmo inédita, em Mundiais de atletismo em pista coberta. Comentador não gostou: “Muito, muito mau”.

Mundiais de atletismo em pista coberta, Belgrado 2022: as meias-finais dos 60 metros barreiras, vertente masculina, tiveram muito para contar, em poucos minutos.

Na altura não se sabia, mas a “novela” começou logo na primeira meia-final, ganha por Jarret Eaton, que se apurou para a final, tal como o segundo classificado Milan Trajkovic.

O terceiro lugar foi obtido por Shusei Nomoto, que estabeleceu o seu melhor tempo de sempre (7.57 segundos) e ficou à espera das outras duas eliminatórias para saber se estava apurado – para a final qualificavam-se os dois primeiros de cada série e os dois melhores tempos após esses seis primeiros.

Na terceira e última série, que contou com o português Abdel Larrinaga (último classificado), Wilhem Belocian ganhou. Chris Douglas, também apurado, ficou no segundo lugar e o terceiro foi David King, que conseguiu também o seu melhor registo de sempre e estabeleceu um registo igual ao de Nomoto: 7.57 segundos.

A questão do apuramento não ficou fechada: entre os que não ficaram nos dois primeiros lugares de cada série, o melhor tempo foi o do espanhol Asier Martínez (7.55 segundos), que se apurou; o último qualificado seria, ou Nomoto, ou King. Ambos ficaram no oitavo lugar e só se apuram oito atletas para a final.

Aparentemente nem os milésimos ditaram o melhor entre os dois – ou o cronómetro oficial não vai tão longe – e, por isso, foi um sorteio a definir o último finalista.

“Isto é muito, muito mau”, começou por dizer Luís Lopes na RTP, em directo, ao aperceber-se de que seria um saco com dois papéis a decidir quem iria à final.

David King foi o felizardo. Celebrou, perante um Shusei Nomoto claramente desiludido, frustrado.

“É uma das coisas mais feias que já vi, ao longo de dezenas de anos no atletismo. Mais feias, mais horríveis e mais grotescamente celebradas”, continuou Luís Lopes.

Pelo meio, na segunda eliminatória, recorde mundial: Grant Holloway, o favorito à medalha de ouro, estabeleceu o novo recorde do mundo em pista coberta. Correu a distância em 7.29 segundos.

[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira da Silva, ZAP” ]


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