Erik ten Hag será o novo treinador do Manchester United. Sem provas dadas numa grande liga europeia, o que pode trazer o neerlandês aos red devils?
O Manchester United chegou a um acordo de princípio com Erik ten Hag para se tornar o seu próximo treinador, avança o The Athletic. O técnico neerlandês já andava a ser sondado pelos red devils, faltando apenas completar as negociações contratuais.
O cargo até então tem sido ocupado interinamente por Ralf Rangnick, que não tem agradado aos adeptos e à direção do emblema de Manchester. A equipa ocupa o sétimo lugar da Premier League com 51 pontos. A 23 pontos do líder, Manchester City, pode-se dizer que as aspirações ao título são matematicamente irrealistas.
Erik ten Hag só deverá chegar na próxima temporada, pelo que já não conseguirá remediar a situação atual. Apesar de já haver acordo, o The Athletic garante que tudo será confirmado apenas depois da final da Taça, marcada para o próximo domingo.
O técnico de 52 anos, que já chegou a passar pelo Bayern Munique II, começou por se destacar no FC Utrecht. A equipa neerlandesa terminou a temporada 2016/17 no quarto lugar do campeonato.
O Utrecht conseguiu ainda derrotar o Heerenveen e o AZ Alkmaar nos playoffs, garantindo um lugar nas pré-eliminatórias de acesso à Liga Europa. No entanto, a equipa então treinada por Erik ten Hag não passou do playoff frente ao Zenit, após ter superado Valletta FC e Lech Poznan.
No final de dezembro de 2017, o treinador foi contratado para assumir o comando técnico do Ajax, onde demonstrou ao mundo do futebol aquilo que vale. O destaque, acima de tudo, vai para a prestação na Liga dos Campeões, em 2017/18 — em que chegou às meias-finais.
Inspirado nas ideologias de Pep Guardiola após ter trabalhado perto do espanhol no Bayern, Erik ten Hag chega a Manchester como uma lufada de ar fresco. Mas, afinal de contas, o que se pode esperar do novo treinador de Cristiano Ronaldo e companhia?
Um Erik ten Hag renascido
Como realça Michael Cox, do The Athletic, “a maior falácia sobre um grande clube da Premier League nomear um técnico altamente cotado é que ele copiará e colará a sua abordagem anterior”. Isto significa que tem vindo a acompanhar o seu trabalho no Ajax, não espere ver uma cópia a papel químico da sua filosofia de jogo nos Lancers.
O sucesso do Ajax na Liga dos Campeões mostrou que o facto de Ten Hag nunca ter trabalhado numa grande liga não é impedimento para que o neerlandês vingue em Old Trafford.
Esta época, depois de seis vitórias na fase de grupos, o emblema de Amesterdão caiu aos pés do SL Benfica, que venceu a eliminatória a duas mãos por um agregado de 3-2.
Mesmo domesticamente, embora o Ajax seja atualmente, de longe, o melhor clube do país, antes da chegada de Erik ten Hag, o clube não tinha ganho nenhum dos três últimos campeonatos. Desde então, venceu por duas vezes a liga e caminha para a terceira conquista este ano.
E já depois de algumas das estrelas da equipa terem saído — Frenkie de Jong, Matthijs de Ligt, Hakim Ziyech e Donny van de Beek, entre outros —, o Ajax continuou a apresentar um futebol de topo.
Isto mostra que o técnico neerlandês tem a capacidade de se adaptar aos jogadores que tem e às circunstâncias do momento. Em Manchester não será diferente.
Atualmente, o Ajax constrói o seu jogo a partir de trás, com três jogadores que variam entre si, baralhando as marcações e trazendo dinamismo. A forma como gerem a posse de bola desposiciona a equipa adversária, abrindo espaços para chegar à baliza.
Ten Hag também encoraja a sua equipa a subir no terreno quando está a atacar, deixando muitas vezes o seu meio-campo com dois ou três jogadores — e, por vezes, até só um.
Sem a bola, o mesmo acontece, com a equipa a pressionar alto com as linhas subidas. Quando o Ajax perde a bola, tem indicações para reagir rapidamente e não tem medo de cometer a falta para travar possíveis contra-ataques.
A reabilitação de Sébastian Haller no Ajax, depois de se ter revelado um flop no West Ham, mostra como o treinador conseguiu adaptar a equipa para jogar com um ponta-de-lança mais posicional.
Esta poderá ser uma característica chave na sua chegada ao Manchester United, onde vai encontrar Cristiano Ronaldo. Devido à sua idade, o português já não tem a mesma mobilidade de outros tempos, mas continua a ser uma arma mortífera na frente.
[sc name=”assina” by=”Daniel Costa, ZAP” ][/sc]
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