A Polícia Judiciária (PJ) realizou este domingo várias dezenas de buscas numa operação destinada à deteção de métodos proibidos e substâncias ilícitas suscetíveis em provas de ciclismo, tendo detido duas pessoas.
Em comunicado citado pela Lusa, a PJ informa que “foram efetuadas duas detenções e realizadas várias dezenas de buscas domiciliárias e não domiciliárias em diversas regiões do território nacional, visando dirigentes, atletas e instalações de uma das equipas em competição”.
Segundo o jornal Público, a mega operação da Polícia Judiciária visou a W52, a equipa de ciclismo do FC Porto, e um dos dirigentes detidos tem antecedentes: usou substâncias proibidas na Volta a Portugal, tendo-lhe sido retirada a camisola amarela.
Os dirigentes detidos são o director desportivo da W52, Nuno Ribeiro, e um dirigente da União de Ciclismo da Maia, José Rodrigue, que, diz o jornal, são suspeitos de administrarem doping aos ciclistas.
Nuno Ribeiro, antigo corredor, venceu a Volta a Portugal em 2009, mas o troféu foi-lhe retirado, após ter sido suspenso por doping durante 24 meses. Enquanto diretor desportivo da W52-F. C. Porto, ganhou as últimas seis edições da Volta a Portugal. Duas destas vitórias foram entretanto anuladas.
O ano passado, a W52 tinha visto um atleta seu, o espanhol Raúl Alarcón, ser suspenso por quatro anos por uso de substâncias proibidas. Vencedor da Volta a Portugal em 2017 e 2018, viu as suas vitórias anuladas.
A W52-FC Porto não correu este domingo na terceira etapa do Grande Prémio O Jogo, sem que na altura fossem conhecidas as razões. A desistência foi comunicada por Nuno Ribeiro ao diretor de prova.
Na altura, já estavam no terreno 120 inspetores e vários procuradores da República que davam cumprimento a dezenas de mandados de busca, do Norte ao Sul do país, em instalações da W52 e em casa de dirigentes, pessoal técnico e atletas, diz o JN.
“No decurso das diligências foram apreendidas substâncias e instrumentos clínicos, usados no treino dos atletas e com impacto no seu rendimento desportivo”, adiantou a PJ, citada pelo JN. Tratar-se-á de doping e instrumentos necessários à sua aplicação nos atletas, designadamente através de transfusões sanguíneas.
Segundo o Correio da Manhã, o título do ano passado da Volta a Portugal para a W52-FC Porto terá sido conseguido com batota. A 15 de agosto do ano passado, recorda o jornal, Amaro Antunes, da W52-FC Porto, venceu a Volta a Portugal, repetindo o triunfo do ano anterior — títulos que agora estão sob suspeita.
Já nessa altura a Polícia Judiciária do Porto investigava os atletas da equipa por suspeita de dopagem dos atletas e adulteração da verdade desportiva. As provas, no entanto, eram insuficientes.
Tal já não acontece agora, diz o CM, depois de terem sido encontradas substâncias dopantes nos quartos dos ciclistas que vestem a camisola dos azuis-e-brancos.
A busca mais importante terá acontecido no hotel de Trancoso: no quarto dos atletas, também constituídos arguidos, “havia um bocadinho de tudo” — desde doping em comprimidos até substâncias injetáveispara aumentar a resistência física. Um verdadeiro arsenal de convite à batota, realça o jornal.
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