Uma análise realizada entre 2012 e 2019 desafiou a crença algo antiga de que o piloto só tem 20% de importância no seu resultado nas corridas.
Se Nico Rosberg tivesse um carro igual ao de Lewis Hamilton, teria sido campeão mais vezes?
O carro de Niki Lauda era igual ao de Clay Regazzoni ou, mais tarde, ao de Alain Prost?
A diferença na qualidade dos pilotos era assim tão óbvia?
Na Fórmula 1, há décadas que se discute esta trilogia: piloto-carro-equipa. O que é mais importante nos resultados das corridas?
Foi por isso que foi realizada uma análise a estatísticas, a dados, entre as temporadas 2012 e 2019.
A investigação ficou a cargo de Duane Rockerbie e Stephen Easton. Os resultados foram publicados no jornal Applied Economics, citados pela Sky News.
Os números serviram também para testar a teoria, algo antiga, que defende que 80% do resultado numa corrida depende do carro e da equipa. O papel do piloto acabaria por ser de apenas 20%. É a “regra 80-20”.
O estudo negou essa ideia. A conclusão principal é a de que o factor mais relevante para o resultado em cada corrida é a ligação, a interacção, entre piloto e a equipa, que se situa entre os 30% e 40% de importância.
“A contribuição do carro e da equipa tem sido sobrestimada. Não têm uma importância de 80%; está mais próxima dos 20%. O papel do piloto ronda os 15%”, explicou Duane Rockerbie, professor da Universidade de Lethbridge, no Canadá.
“A regra 80-20 subestima muito o papel do piloto, dada a complementaridade crítica entre piloto e equipa”, continuou.
40 mais 20 mais 15… Ainda faltam 25%. São os “factores aleatórios” que decorrem em cada prova, explicou o investigador.
Este estudo reforça o papel do piloto: “Mostra que o piloto não é apenas a pessoa que está a conduzir o carro. Também fornece informações, análises valiosas sobre o desenvolvimento dos carros”.
Assim, os melhores pilotos “tendem a contribuir mais para a tecnologia da equipa e vice-versa”.
“Afinal, os carros de Fórmula 1 não andam sozinhos e os pilotos não podem exercer o seu ofício sem um carro de Fórmula 1”, recordou.
O estudo também concluiu (confirmou) que as equipas com maiores orçamentos têm maiores probabilidades de vencer campeonatos. Porque têm mais dinheiro para gastar nos dois factores essenciais: salários para os melhores pilotos e melhores peças e tecnologia para o carro.
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