As buscas realizadas pela Polícia Judiciária à casa de vários ciclistas abalam a 83.ª Volta a Portugal e são uma “vergonha” para o ciclismo nacional. Um ciclista da Efapel foi constituído arguido e já rescindiu com a equipa.
Na véspera do arranque da 83.ª Volta a Portugal em bicicleta está instalada a confusão depois de a Polícia Judiciária (PJ) ter feito buscas na casa de vários ciclistas.
O director da prova, Joaquim Gomes, assume que esta “bomba” das buscas é uma “vergonha” para a modalidade e “tira a motivação a qualquer um”, conforme declarações à agência Lusa.
Contudo, as notícias sobre um eventual cancelamento da 83.ª edição, que vai para a estrada nesta quinta-feira, 4 de Agosto, em Lisboa, “são exageradas”.
“Quando este ambiente começava a acalmar, cai novamente uma bomba destas… obviamente que isto é desmotivante para qualquer um. Vou mandar a toalha ao chão? Claro que não, mas estou preocupado“, admite Joaquim Gomes.
O director da Volta a Portugal está apreensivo com o impacto que estas buscas possam ter na Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) e na Podium, a empresa organizadora da prova, “que não têm culpa nenhuma disto“, como sublinha. “Aliás, são as duas entidades mais prejudicadas”, nota.
Joaquim Gomes realça ainda que os “municípios e marcas que estão envolvidos na Volta e se esforçam por acreditar num evento que é, de facto, uma excelente ferramenta de promoção, com enorme notoriedade e simbolismo”, também ficam prejudicados.
Ciclista da Efapel é arguido e rescindiu
O ciclista Francisco Campos, da Efapel, já foi afastado desta equipa e, consequentemente, da Volta a Portugal depois de ter sido constituído arguido no seguimento das buscas.
A notícia é confirmada à Lusa pelo director desportivo da Efapel, José Azevedo.
A Rádio Popular-Paredes-Boavista também afastou Daniel Freitas da Volta a Portugal depois de a casa do ciclista ter sido, igualmente, alvo de buscas, estando ainda a equacionar a rescisão do contrato, como revela à Lusa o director da equipa.
Um ciclista da Glassdrive-Q8-Anicolor também foi alvo de buscas, mas o director desportivo desta equipa não revela a sua identidade, reforçando à Lusa que a equipa não está envolvida.
As buscas realizaram-se no âmbito da operação ‘Prova Limpa’ por suspeitas relacionadas com doping.
No final de Abril, no âmbito desta investigação, 10 corredores da W52-FC Porto foram constituídos arguidos e o director desportivo da equipa, Nuno Ribeiro, foi mesmo detido, assim como o seu adjunto, José Rodrigues.
A W52-FC Porto acabou por perder a licença desportiva, estando impedida de competir.
A Volta a Portugal vai estar na estrada entre 4 e 15 de Agosto.
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