Chineses protestam após jogadoras de voleibol usarem máscaras N95 durante o jogo

Equipa chinesa durante o primeiro set de um jogo da Taça Asiática

Um jogo de voleibol com a equipa nacional feminina da China a utilizar máscaras N95 causou alvoroço nos meios de comunicação social chineses.

Nas redes sociais, várias pessoas expressaram a sua raiva, sugerindo que a saúde das jogadoras estava a ser sacrificada em nome da estratégia de ‘zero-Covid’ da China, segundo noticiou a BBC. Mais tarde, as jogadoras tiraram as máscaras para o segundo set, e continuaram a ganhar o jogo.

A Associação de Voleibol da China pediu depois desculpa, afirmando que a decisão tinha sido tomada devido a “falta de experiência“.

No entanto, as críticas continuaram, com um utilizador do Weibo (a versão chinesa do Twitter) a dizer que o jogo era um exemplo de funcionários do governo a levar o objetivo de ‘zero-Covid’ da China “demasiado longe”.

“Os nossos líderes estão a levar as coisas longe demais — é tão simples quanto isso”, escreveu um utilizador, na rede social.

O evento fazia parte da Taça da Ásia nas Filipinas, e teve lugar esta quinta-feira. A equipa chinesa jogou contra o Irão.

As fotografias do jogo, com as atletas a utilizarem máscaras, começaram rapidamente a circular nos meios de comunicação social — desencadeando uma invulgar efusão de críticas online, com mais de 16 milhões de opiniões sobre o tema no Weibo, a maior plataforma de comunicação social da China.

“Será a saúde ou o desempenho mais importante? Precisamos de assumir alguma responsabilidade para com as nossas atletas”, lê-se num dos comentários.

“Por quanto tempo continuará esta chamada farsa de prevenção epidémica? Será que queremos tornar-nos o alvo das piadas de todos os outros países?”, questiona outro.

Com todo o alvoroço online, a Associação Chinesa de Voleibol acabou por fazer um pedido de desculpas público, esta quinta-feira.

Numa publicação do Weibo, a associação explica que os organizadores tinham conhecimento de jogadoras infetadas com covid-19 antes do jogo, e garantiu que tinham sido relatados alguns sintomas nos membros das equipas chinesas.

Para evitar a propagação, exigiram que as suas jogadoras utilizassem máscaras ao entrar no local do jogo. Mas como não estava esclarecido se as jogadoras tinham de usar máscaras no campo, a equipa manteve-as durante a primeira parte.

Depois de perderem o primeiro set, a maioria das jogadoras retirou as máscaras durante o intervalo — e mais tarde ganharam 3-1 ao Irão.

“Depois de perceber que jogar com uma máscara não é bom para a saúde das jogadoras, a equipa alertou-nos a tempo de as nossas jogadoras tirarem as máscaras e terminarem o set seguinte”, notaram os organizadores.

A declaração também fez referência às novas “dificuldades” enfrentadas pelas equipas chinesas que competem no estrangeiro — sendo que a maior parte ainda não foi exposta ao coronavírus.

A China continua a empregar algumas das restrições mais rigorosas de covid-19 do mundo, incluindo a obrigação da utilização de máscara no interior e no exterior, confinamentos e fronteiras fechadas. Contudo, esta não é a primeira vez que os atletas usam máscaras durante jogos desportivos.

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