Surpresa das grandes em Alvalade. O Sporting recebeu o Desportivo de Chaves e perdeu por 2-0, averbando a segunda derrota (consecutiva) em quatro jornadas da Liga bwin 22/23 e a primeira perante o seu público.
A etapa inicial foi de sentido único, mas a falta de eficácia leonina e a inspiração do guarda-redes flaviense, Paulo Vítor, impediram o colorir do marcador. No segundo tempo tudo mudou, os transmontanos começaram a explorar a profundidade como queriam e marcaram dois golos, por Steven Vitória e Juninho. O “leão” caiu com estrondo e o Chaves venceu pela primeira vez na sua história na casa do Sporting.
Praticamente só deu Sporting na primeira parte, mas nem assim foi suficiente para o marcador funcionar. Baseado num futebol de rápidas trocas de bola, movimentação e posicionamento dos seus velozes jogadores da frente, o “leão” foi abrindo brechas na defesa transmontana, mas o último passe, o remate, o guardião Paulo Vítor, ou as muitas pernas de defensores visitantes iam adiando o que parecia inevitável.
Ao descanso os de Alvalade registavam já 12 remates, sete deles enquadrados, contra um quase deserto contrário. Francisco Trincão e Pedro Gonçalves (este acertou no ferro) eram os mais perigosos, mas o guarda-redes flaviense ia resolvendo os problemas. Paulo Vítor era, aliás, o melhor em campo ao descanso, fruto de sete defesas, mas apenas três a remates na sua grande área.
A segunda parte é que não estaria nos planos do mais otimista dos flavienses nem nos vaticínios do mais pessimista dos sportinguistas. O Chaves começou a aproximar-se mais da baliza de Adán e, aos 47 minutos. Hector, isolado, obrigou o guardião espanhol a sair-se e a realizar uma grande defesa.
Foi um sinal para o que viria a seguir. À passagem da hora de jogo, Steven Vitória, com um belo cabeceamento, fez o 1-0, e aos 63, Juninho isolou-se, contornou Adán e chutou para o 2-0. Escândalo em Alvalade.
Rúben Amorim lançou de imediato Sebastián Coates para ponta-de-lança, um recurso que deu bons resultados no ano do título leonino, mas os cruzamentos não saíam com qualidade, individualmente os jogadores leoninos acusaram o toque e nunca mais tiveram a energia ou a inspiração para construir lances de ataque com princípio, meio e fim, pior ainda perante um Chaves muito recuado no terreno.
Estava consumada a primeira derrota do ineficaz Sporting em casa, segunda na Liga em quatro jornadas. Até final, destaque apenas para o vermelho directo a Patrick.
Que grande exibição do guarda-redes do Chaves. Paulo Vítor começou, desde cedo, a mostrar uma inspiração fora do normal, e prosseguiu assim durante todo o jogo, impedindo, quase sozinho, o sucesso nos intensos ofensivos leoninos.
O brasileiro terminou com um GoalPoint Rating de 9.7, uma nota pouco vista em guarda-redes, em especial em Portugal, e sem grandes penalidades defendidas.
O flaviense terminou com nove defesas, seis a remates na sua grande área, e foi superior em cinco saídas pelo ar. Evitou 1,9 golos, na diferença entre defesas e Expected Saves (xS). Para mais tarde recordar.
Destaques do Sporting
Trincão
Por vezes agarrou-se em demasia à bola e, nos últimos minutos, já nada lhe saía bem, mas o extremo foi o melhor dos “leões” ao longo do jogo, com alguns números muito bons. Além de ter enquadrado os dois remates que realizou, fez seis passes para finalização (máximo a par de Batxi), realizou nove passes ofensivos valiosos (máximo), sete ações com bola na área contrária e cinco conduções aproximativas (máximo). Registou ainda cinco desarmes e cinco ações defensivas no meio-campo contrário (ambos máximos).
Nuno Santos
O ala bem tentou remar contra a maré, em especial através de um grande número de cruzamentos, nada menos que 14 (máximo), quatro deles eficazes. Criou ainda uma ocasião flagrante em cinco passes para finalização, fez oito passes ofensivos valiosos, um de rutura, nove passes aproximativos e três super aproximativos.
Pedro Gonçalves
Muito bem na primeira parte, “Pote” praticamente desapareceu na segunda. Para casa leva o registo de três remates, todos enquadrados, e sete ações com bola na área contrária.
Edwards
Tal como toda a equipa leonina, a primeira parte até lhe correu bem, mas acabou por desaparecer do jogo. Ainda assim terminou com quatro passes para finalização, seis passes ofensivos valiosos, teve eficácia em dois de cinco cruzamentos, recebeu 14 passes aproximativos e somou oito acções com bola na área contrária. De negativo as 25 perdas de posse, três desarmes sofridos e seis maus controlos de bola, tudo máximos do jogo.
Matheus Reis
O brasileiro entrou para a segunda parte e realizou um jogo positivo. Em 45 minutos fez quatro passes ofensivos valiosos, oito aproximativos e completou quatro de cinco dribles.
Rochinha
O extremo foi titular, mexeu muito com o jogo – rematou cinco vezes em cerca de 70 minutos, máximo do jogo, três delas enquadradas -, recebeu 12 passes aproximativos e somou seis acções com bola na área do Chaves. Mas foi pouco eficaz nas suas acções, desperdiçando mesmo uma ocasião flagrante.
Gonçalo Inácio
A pior nota dos “leões”. O central até esteve bem no passe, com 74 completos (máximo) e somou o máximo de ações com bola (95), mas terminou apenas com três ações defensivas.
Destaques do Chaves
Steven Vitória
O central esteve intransponível, com nove alívios e um corte decisivo, bem como dois duelos aéreos defensivos ganhos em três, e foi protagonista na frente, tendo feito o 1-0 num belo golpe de cabeça.
Nélson Monte
O parceiro de Vitória no eixo da defesa também esteve impecável, igualmente com dois duelos aéreos defensivos ganhos em três e incríveis dez alívios, máximo do jogo.
Batxi
Grande jogo do extremo angolano. Além de uma assistência, fez os tais seis passes para finalização e um de rutura, sendo um verdadeiro quebra-cabeças no último terço.
Resumo
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