O City gastou 166 vezes mais do que aquilo que o Viktoria Plzen investiu no seu plantel. As equipas portuguesas ficam longe das luzes da ribalta.
O futebol de Liga dos Campeões voltou. Depois da primeira jornada, cujos jogos foram disputados esta semana, assistiu-se a algumas surpresas nos resultados.
O destaque vai certamente para a vitória do Dínamo Zagreb frente ao Chelsea, que despoletou a saída de Thomas Tuchel. O RB Salzurgo também conseguiu um empate caseiro no embate com o AC Milan, o Club Brugge derrotou o Bayer Leverkusen e o Nápoles goleou o Liverpool por 4-1.
O dinheiro não é tudo no futebol, como mostram estes resultados. Por vezes, David leva a melhor sobre Golias. Ainda assim, muitos clubes europeus não têm mãos a medir no investimento que fazem no seu plantel.
Com base em dados do CIES Football Observatory e do Transfermarkt, o ZAP olhou para quanto é que os clubes que participam nesta edição da Liga dos Campeões gastaram para construir a sua equipa.
O resultado mostra um colossal fosso de investimento entre as diferentes equipas e como é que os ‘três grandes’ portugueses se enquadram no oceano de tubarões que é o futebol europeu.
Basta olhar para o líder de gastos: o Manchester City. O emblema de Pep Guardiola gastou nada menos do que 1.064 milhões de euros para contratar os jogadores que neste momento tem ao seu dispor. Um número irrisório à beira dos 6 milhões de euros gastos pelo clube que ocupa o último lugar da lista, o Viktoria Plzen, da Chéquia.
Os citizens não são, todavia, os únicos a gastar rios de dinheiro para construir o seu legado. Chelsea, Paris Saint-Germain, Liverpool, Real Madrid, Barcelona, Tottenham e Atlético de Madrid gastaram, todos, mais de 500 milhões de euros. O Bayern Munique (€499 milhões) fica aquém por uma migalha.
Há também um claro domínio de clubes ingleses e espanhóis. Os emblemas alemães e italianos surgem logo atrás, com raras exceções a intrometerem-se. Fora das chamadas Big 5, as cinco principais ligas europeias, o clube que mais se aproxima dos colossos europeus é o Ajax, dos Países Baixos, com um investimento de 191 milhões de euros.
E as equipas portuguesas?
Após o encontro entre FC Porto e Atlético de Madrid, que terminou com a vitória tirada a ferros dos colchoneros, Sérgio Conceição falou sobre as diferenças entre as duas equipas.
“Tinha no banco quatro ou cinco da equipa B, estrearam-se três na competição, olhamos para o lado e o Atlético tinha jogadores que estão aqui há sete, oito, dez ou doze anos”, sublinhou o treinador portista.
De facto, os ‘dragões’ são apenas o 20.º clube que mais investiu no seu plantel nesta Liga dos Campeões, com 125 milhões de euros gastos. De um total de 32 equipas, o Atlético surge no oitavo lugar, com 502 milhões de euros investidos. É mais de quatro vezes aquilo que o FC Porto gastou.
Ainda assim, no panorama das equipas portugueses, os ‘azuis e brancos’ lideram. Segue-se logo atrás o Benfica, com 120 milhões de euros despendidos. O Sporting CP espreita pouco mais atrás, com um investimento de 91 milhões de euros.
Esta diferença de gastos entre as equipas portuguesas e as restantes potências europeias ilustra duas realidades dispares. Não só mostra como a capacidade financeira dos clubes varia desproporcionalmente, mas também aquilo que FC Porto, Benfica e Sporting CP apostam na sua formação e jogadores menos cotados.
Saber pegar num diamante bruto, por lapidar, e transformá-lo num jogador de classe mundial também é uma arte. E poucos são os clubes que o sabem fazer tão bem como os ‘três grandes’ portugueses.
[sc name=”assina” by=”Daniel Costa, ZAP” ][/sc]
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