Jogos mais recentes reforçaram as sugestões. Mas ver Portugal sem o capitão já foi assunto abordado na primeira Liga das Nações.
Cristiano Ronaldo é um “peso” para a selecção há algum tempo. Tem sido, na maioria dos jogos mais recentes.
O avançado não passou a jogar mal, mas passou a ser pouco produtivo, pouco útil. Foi o pior em campo na República Checa, na semana passada.
Na verdade, parece estar a atrapalhar em alguns momentos e continua a desperdiçar oportunidades. Nos últimos nove jogos, só marcou num. E sem golos…pouco ajuda.
Ainda na noite passada, durante o jogo com a Espanha (0-1), o capitão esteve longe do seu melhor. Parece faltar confiança e também dá a sensação de que o estado físico é mau.
E voltou a falhar em frente à baliza. Teve espaços para marcar, mais do que uma vez; e mesmo a fechar o jogo, poderia ter colocado Portugal nas meias-finais da Liga das Nações, mas atirou quase à figura de Unai Simón – mérito para a defesa do guarda-redes espanhol, obviamente.
Aliás, tem sido questionada a titularidade do número 7, inclusive entre os internacionais portugueses.
Se pensa que é a primeira vez que a presença de Cristiano Ronaldo na selecção portuguesa está a ser debatida publicamente, está enganado.
Há praticamente quatro anos, um meio de comunicação social, o zerozero, publicou um artigo com o título ‘Obrigado, capitão. Agora é com eles’.
Contexto: era o dia do último jogo da fase de grupos da primeira Liga das Nações, diante da Polónia. Novembro de 2018 – sim, a data que aparece agora é Março de 2022 mas o texto foi publicado na altura.
O jornalista Duarte Monteiro já admitia que este era um “assunto delicado” mas estava à vista um (bom) futuro da selecção portuguesa sem Cristiano.
É que Portugal tinha encantado com bom futebol, diante de Itália e Polónia, sempre sem o madeirense em campo (pediu dispensas sucessivas para se concentrar na Juventus, novo clube nessa época).
A selecção jogou mais solta, mais versátil, mais difícil de prever e, consequentemente, de anular. Muito porque Cristiano nem jogou: “Não porque as qualidades de Cristiano não servem à selecção, mas porque a sua figura, a sua aura, o seu “peso” são inconscientemente aspectos que inibem as tomadas de decisões dos restantes”.
Eis uma explicação forte. Além das estratégias mais conservadoras do seleccionador Fernando Santos, fica a ideia que, com o capitão em campo, os outros jogadores ficam mais presos. Jogam pior, resumindo.
Na altura, sem o avançado em campo, “Portugal teve de inventar novas “luzes” para iluminar o caminho até ao sucesso. E a verdade é que conseguiu”.
“Este talvez seja o momento – difícil, admito – de nós portugueses nos curvarmos perante o capitão em jeito de agradecimento e… despedida”, escrevia-se em 2018.
[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira da Silva, ZAP” ]
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