Cristiano Ronaldo foi afastado pelo Manchester United do jogo de sábado contra o Chelsea e está a treinar à parte da equipa principal. Castigo surge depois do jogo contra o Tottenham, onde terá recusado entrar como substituto. Avançado não confirma, mas fala de reacção a quente e faz mea culpa.
“Cristiano não fará parte da equipa do Manchester United para o jogo deste sábado contra o Chelsea“, anuncia o clube inglês num comunicado, frisando que “o resto da equipa está totalmente concentrado em preparar esse encontro”.
Uma posição que surge depois de o avançado português ter deixado o relvado, rumando aos balneários, ainda com o Manchester United-Tottenham (2-0) a decorrer, numa altura em que estava em aquecimento, sem ter feito parte das opções do treinador Erik ten Hag para o jogo.
Ronaldo está, agora, a treinar à parte do grupo no que é claramente um castigo depois da atitude do jogador. Contudo, as razões para esta posição firme do United podem ser mais do que o mero abandono do relvado.
O jornalista britânico Chris Wheeler, do jornal Daily Mail, adianta que, na verdade, Ronaldo recusou entrar como substituto diante do Tottenham antes de ter deixado o relvado ainda antes do apito final.
BREAKING: Cristiano Ronaldo REFUSED to come on as a substitute in Man Utd’s win over Spurs before leaving Old Trafford early. Full exclusive story on @MailOnline shortly #mufc
— Chris Wheeler (@ChrisWheelerDM) October 20, 2022
“A decisão de castigar Ronaldo foi de Ten Hag e é totalmente apoiada pela hierarquia do United”, refere o jornalista. Mas o site The Athletic assegura que os responsáveis do United continuam a ver Ronaldo como “uma peça importante da equipa”.
Nesta temporada, Ronaldo, de 37 anos, fez apenas 12 jogos, seis dos quais a titular – quatro na Liga Europa -, tendo marcado somente dois golos.
Ronaldo e Ten Hag tiveram conversa “de confronto”
A alegada recusa de Ronaldo em entrar como substituto “derrubou” definitivamente a já “frágil relação com o treinador Erik ten Hag“, aponta o Daily Mail.
O avançado deixou o relvado quando estava a aquecer, ainda com a partida a decorrer, retirando-se para os balneários depois de Ten Hag ter colocado em campo Christian Eriksen e Anthony Elanga aos 87 minutos de jogo, deixando-o para uma eventual substituição já nos descontos.
Diz a imprensa britânica que nem tomou banho em Old Trafford e que foi logo para casa.
Mas, antes disso, Ronaldo terá recebido indicações de Ten Hag de que iria entrar em jogo. Contudo, “recusou as instruções” do seu treinador antes de ter saído para o túnel, assegura o Daily Mail.
O treinador não comentou o caso publicamente.
O jornal revela ainda que técnico e jogador tiveram uma conversa “de confronto” nas instalações do clube, nesta quinta-feira, notando que Ronaldo parecia “mal-humorado”.
Estamos perante o que parece uma ruptura total entre ambos, com Ronaldo desesperado por sair e Ten Hag desejoso de que isso aconteça. Mas será preciso esperar por Janeiro, já depois do Mundial do Catar que deverá ser o último de Ronaldo.
Não podiam estar a correr pior as coisas ao craque português num ano de uma competição em que ele sonha conquistar o título mundial com a Selecção – seria a “cereja” no topo do bolo de uma carreira que está a ser manchada por esta atribulada e inglória passagem pelo United.
Ronaldo faz mea culpa e fala de reacção a quente
Depois do anúncio do castigo do Manchester United, Ronaldo usou as suas redes sociais para comentar a situação, culpando o “calor do momento” pela sua atitude – sem se referir em concreto ao que aconteceu.
“Como sempre fiz ao longo da minha carreira, tento viver e jogar de forma respeitosa para com os meus colegas, os meus adversários e os meus treinadores. Isso não mudou. Eu não mudei. Sou a mesma pessoa e o mesmo profissional que sempre fui nos últimos 20 anos a jogar futebol de elite, e o respeito sempre teve um papel muito importante no meu processo de tomada de decisões”, começa por apontar o craque português.
“Comecei muito novo, os exemplos dos jogadores mais velhos e mais experientes sempre foram muito importantes para mim. Por isso, mais tarde, sempre tentei ser um exemplo eu próprio para os mais novos que cresciam nas equipas que representei. Infelizmente, isso nem sempre é possível e, às vezes, o calor do momento leva o melhor sobre nós“, refere ainda.
“Neste momento, só sinto que devo continuar a trabalhar duro em Carrington [as instalações de treino do Manchester United], apoiar os meus colegas de equipa e estar pronto para tudo em qualquer jogo”, acrescenta Ronaldo.
“Ceder à pressão não é uma opção. Nunca foi”, aponta também o jogador.
“Isto é o Manchester United, e unidos temos que estar. Em breve, voltaremos a estar juntos”, termina.
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