O Benfica continua invicto esta temporada. Na receção ao Gil Vicente, as “águias” enfrentaram alguns sobressaltos, principalmente na primeira metade, mas conseguiram encontrar respostas e carimbaram o 21.º triunfo em 25 jogos oficiais.
Os “galos” dificultaram a tarefa aos comandados de Schmidt, mas continuam na senda dos maus resultados e passaram a somar seis derrotas consecutivas em todas as provas. Gonçalo Ramos, que voltou ao “onze” após dois jogos de fora, bisou, João Mário abriu a contagem e Fran Navarro assinou o tento solitário dos forasteiros. Agora, vem aí o Mundial.
Quando à passagem do minuto nove João Mário converteu a grande penalidade que abriu as contas do jogo – Ricardo Fernandes derrubou Rafa na área -, poderá ter ficado a ideia de que as “águias” teriam a tarefa facilitada rumo à vitória, mas não foi nada disso que ocorreu nos minutos seguintes.
Personalizado, organizado, criterioso com a bola – por volta dos 30 minutos liderava no capítulo da posse de bola com 51% – e atrevido, pressionando alto, o Gil foi em busca do prejuízo e chegou ao empate da marca dos 11 metros, através de Fran Navarro, no único remate realizado na primeira parte – mão na bola de Otamendi na área.
Os líderes da prova tinham dificuldades em assumir as despesas do encontro, obrigados a correr atrás da bola como poucas vezes fizeram esta época, voltaram a criar perigo quando começaram a circular a bola de forma mais veloz e objetiva, promovendo constantes triangulações, aproximaram-se do alvo contrário.
Aos 36 minutos, Neres serviu Gonçalo Ramos – a bola ainda sofreu um ligeiro desvio – que carimbou o 2-1. Ao intervalo, o melhor em campo era Rafa, autor de dois remates (um enquadrado), três passes para finalização, 29 ações com a bola (nove na área adversária) e um GoalPoint Rating de 6.9.
Os minhotos continuaram afoitos, mas o Benfica parecia estar mais preparado para contornar a estratégia adversária e, com espaço para atacar, conseguiu ferir a baliza de Kritciuk pela terceira vez contava o relógio 53 minutos. Num canto estudado, João Mário e Enzo cozinharam aquilo que viria a ser o bis de Gonçalo Ramos.
Mais incisivos e velozes nas suas ações, os “encarnados” recuperavam a bola e rapidamente exploravam as fraquezas do adversário, foram acumulando ocasiões para dilatar a vantagem, mas nem Musa (71′ e 78′), nem David Neres (79′ e 85′) acertaram com o fundo das redes contrárias. Boselli, já em período de descontos, ficou a centímetros de encurtar distâncias, mas o ‘placard’ ficaria fechado em 3-1.
Melhor em campo
Um dos cinco representantes do Benfica na fase final do Mundial, Enzo Fernández demonstrou o porquê de estar entre os 26 eleitos da Argentina para a fase final. O médio pautou com mestria o jogo da equipa e protagonizou mais uma exibição de grande nível.
Autor de um remate, fez a assistência que deu outra tranquilidade à equipa. Da folha de serviços do médio, registo, ainda, para quatro passes para finalização, três cruzamentos, 89 passes certos em 102 tentados (eficácia de 87%), contabilizou 122 ações com a bola (máximo), duas conduções aproximativas, cinco desarmes, três faltas sofridas, sete recuperações da posse e o ceptro de melhor em campo do encontro com um GoalPoint Rating de 7.6. Não tivesse acumulado duas perdas da posse no primeiro terço do terreno e consentido um drible, a nota final teria sido ainda mais elevada.
Destaques do Benfica
David Neres 7.2
O brasileiro continua em ótimo plano e voltou a ser crucial em mais um triunfo da sua equipa. Teve ligação direta no 2-1, ficou perto de marcar – um dos dois remates que fez embateu no poste esquerdo -, concluiu quatro passes para finalização, quatro aproximativos, três conduções aproximativas e registou apreciáveis nove recuperações da posse, máximo do jogo.
Gonçalo Ramos 7.1
Autor de um bis, que o colocou na liderança dos goleadores da prova com nove golos – leva 14 em todas as competições. De volta à equipa após lesão, justificou a aposta e também a chamada ao Mundial com quatro remates, nas 15 ações com a bola, sete foram na área gilista e levou a melhor nos três duelos aéreos ofensivos em que interveio.
João Mário 7.1
Está em grande, aliás, continua em alta voltagem. Abriu a contagem, naquele que foi o décimo tento esta temporada – máximo na carreira -, foi sempre um perigo e não hesitou no momento de finalizar: quatro remates, dois cruzamentos e 45 ações com a bola (sete na área adversária).
António Silva 6.9
Mantém a “bitola” no rating acima dos 6.0. Fran Navarro não deixou que tivesse um domingo calmo, mas soube manter a serenidade. Destacou-se com um acerto de 89% no capítulo do passe – oito falhados em 75 feitos -, somou 91 ações com a bola, três conduções aproximativas, oito recuperações de posse, três interceções e cinco alívios.
Rafa Silva 6.9
Foi a unidade mais perigosa na fase inicial da partida – saiu aos 65 minutos. Enquanto atuou sofreu a grande penalidade que esteve na origem do 1-0, foi responsável por dois remates, três passes para finalização, nove ações com a bola na área adversária (máximo no duelo), três conduções aproximativas, cinco ações defensivas no meio-campo adversário (outro dado que mais ninguém atingiu neste domingo), registou apenas oito perdas de posse e três maus controlos de bola.
Alexander Bah 6.7
O lateral-direito não destoou do desempenho coletivo. Atento, esteve seguro a defender e atacou de forma eficaz. Dos seus dados, realce para cinco cruzamentos, 77 ações com a bola, sete recuperações de posse e nove ações defensivas.
Otamendi 6.2
Apesar da mão na bola assinalada, que esteve na génese do empate, o central argentino foi importante na manobra da equipa com um remate, seis passes aproximativos, três variações de flanco, sete recuperações de posse, três desarmes, outras tantas intercepções e quatro alívios.
Grimaldo 5.7
O espanhol não marcou, mas não deixou de ser um dos motores da equipa. Atingiu os cinco cruzamentos, seis passes aproximativos, cinco ações com a bola na área do Gil Vicente e sete recuperações de posse.
Destaques do Gil Vicente
Né Lopes 5.9
O jovem, formado nos minhotos, estreou-se na Liga e foi a melhor unidade da equipa na Luz. Desperdiçou apenas dois dos 65 passes que arriscou (97% de eficácia), fez três interceções, um alívio e bloqueou quatro remates do adversário (máximo).
Marín 5.8
Dos números do espanhol, destaque para dois cruzamentos, cinco passes aproximativos recebidos, 16 perdas de bola, três desarmes e três interceções.
Fran Navarro 4.8
O espanhol fez o que melhor sabe, marcou, chegou aos oito na prova e é o responsável pelos últimos quatro tentos dos gilistas. Sai da Luz com três remates, quatro acções com a bola na área benfiquista e quatro maus controlos de bola.
Resumo
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