O chefe dos serviços de informação militar de Israel, Aharon Haliva, alertou hoje que o Irão está a “considerar perturbar” o Mundial2022 de futebol, mas que teme uma reação negativa do Qatar.
“Os iranianos estão a considerar perturbar o Mundial do Qatar”, sublinhou Haliva durante uma conferência no Instituto de Estudos de Segurança Nacional (INSS) em Telavive. “A única coisa que os impede é uma possível reação do Qatar”, acrescentou.
Também o ministro da Defesa israelita, Benny Gantz, advertiu que o Irão, inimigo de Israel, pode realizar ações durante o evento para destabilizar a região.
O Irão, que vive uma violenta onda de protestos contra o seu regime islâmico, “procura manter a instabilidade como algo constante”, destacou Gantz, durante a reunião semanal do seu partido político no Parlamento.
“É provável que o Mundial de futebol seja um daqueles eventos em que tenta causar instabilidade”, acrescentou, de acordo com declarações divulgadas pelos ‘media’ israelitas.
Na quarta-feira, Israel e os Estados Unidos culparam o Irão pelo ataque com ‘drones’ contra um petroleiro a diesel no golfo de Omã.
Embora este tenha sido um evento isolado, uma autoridade israelita adiantou à agência EFE que “é muito interessante que o incidente tenha ocorrido poucos dias antes do início do Mundial de futebol no Qatar, país vizinho do Irão”.
A mesma fonte defendeu que o Irão quer mostrar que pode desestabilizar a área e aterrorizar o mundo inteiro”.
O Mundial2022 no Qatar, o primeiro a ser realizado num país árabe, arrancou no domingo no estádio Al Bayt, em Al Khor. Cerca de 1,5 milhão de adeptos de todo o mundo são esperados para participar no evento.
Os minutos anteriores ao início do Inglaterra-Irão (6-2), do Grupo B do Mundial2022, ficaram marcados por protestos das duas seleções, com os futebolistas iranianos a absterem-se de cantar o hino nacional e os ingleses a manifestarem-se contra o racismo.
Os onze jogadores escolhidos para o onze inicial pelo selecionador do Irão, o português Carlos Queiroz, entre os quais o avançado do FC Porto Taremi, mantiveram-se impassíveis no relvado do estádio Khalifa, em Doha, sem proferir uma palavra, enquanto era tocado o hino do país.
This is what courage looks like
The Iranian football team refuses to sing the national anthem on biggest stage in the world
Eleven men, standing shoulder to shoulder, sending out a message without uttering a word#WorldCup #WorldCup2022 #Qatar2022 #Iran pic.twitter.com/n8gtQed4Fl
— Stefan Simanowitz (@StefSimanowitz) November 21, 2022
O capitão da equipa iraniana, o avançado Alireza Jahanbakhsh, tinha revelado que os jogadores da seleção tomariam uma “decisão coletiva” sobre a possibilidade de não entoarem a letra do hino no jogo de estreia no Mundial2022, como forma de apoio às vítimas das manifestações contra o governo daquele país do Médio Oriente.
A indignação no Irão pela morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos, provocou a maior onda de protestos contra o Governo desde 2019, então contra o aumento dos preços da gasolina, num país rico em petróleo.
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